segunda-feira, 11 de outubro de 2010


CRÍTICA AO DAMPYR 123/124

Diretamente do site: www.ubcfumetti.com, a crítica à edição dupla 123-Os Sem Morte e 124-No Covil de Qeratû.
AS RAÍZES ESTÃO LÁ, SÃO OS RAMOS QUE FALTAM
de. G. Del. Luca

"Uma zona de guerra, um exército de não-mortos, um Mestre da Noite que aproveita os cenários de guerra, para conseguir os seus nefastos fins, um punhado de guerrilheiros, que parecem inevitavelmente fadados a sucumbirem sem uma ajuda dos céus.

Ingredientes que podem não deixar de despertar recordações agradáveis nos leitores dampyrianos de cara, do momento em que estreiou a edição, temos visto a presença de muitos desses cenários, da ex-Iugoslávia a ex-URSS, passando pela África.

Para seu segundo trabalho, depois da edição 117, o jovem Claudio Falco, pensou bem de "pescar" com as duas mãos, o Dampyr da origem. E a propósito do argumentista, Falco deve ter deixado boa impressão em Boselli, se, na sua segunda história, já fez uma edição dupla, privilégio que até agora era unicamente dos criadores do personagem, Boselli mesmo e Maurizio Colombo. As qualidades, pelo menos em perspectiva, são inquestionáveis, deve ser dito que, como em a "A Selva do Medo", também esta segunda história de Falco se caracteriza por uma extrema convencionalidade e pela falta de agilidade e toques do autor, apesar da coerência narrativa e linearidade no desenvolvimento da história.

Falco constrói na primeira parte da edição dupla, um cenário que, embora já visto nas edições anteriores, é fascinante e bem documentado, como na melhor tradição do título. O território de guerra (neste caso, no Curdistão), o Mestre da Noite na sombra, o exército de não-mortos que recorda um efeito nostálgico de histórias semelhantes, quando a série dava os primeiros passos, incluindo a precisão histórica e geográfica da reconstrução; depois temos os coadjuvantes da edição, como o ex-combatente Dal, e os outros guerrilheiros entre os quais a bela Sirwa, personagens insossos, mas nem por isso, sem charme. O argumentista, coloca também em campo a esquadrada de Dampyr completa, com a ajuda do "Medical Team", para uma história que pode lidar com as gestações de várias relações entre os personagens de determinada maneira.

Depois de uma "preparação" que dura uma edição inteira, a história se resolve, mas com uma segunda parte extremamente previsível, plena de desencontros e cenas de ação repetitivas com pouquíssima relação e pouco desenvolvimento de quanto foi visto na preparação, e um final que de parece fotocopiado do mais comum dos epílogos. Em suma, uma história em duas partes tendo por trás, um bom embasamento, boa construção dos personagens e esperava-se mais, mas com todos os atenuantes que se possa dar a um recém estreiante.

Também Maurizio Dotti parece muitíssimo bem, nos presenteando com uma edição de grande mistério, mas em um nível abaixo do seu padrão. A habilidade do desenhista em tornar eficaz às histórias de ação, consegue salvar toda a segunda parte da história do tédio e da repetição. Bom o trabalho de Enea Riboldi nas duas capas, como sempre bastante prático, seja na construção, seja na realização, contudo, sem perder a eficácia (sobretudo na segunda parte)."

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