Dampyr 214: O Homem dos Brinquedos
Por Fabrizio Cozzolino
Ano novo, velhos inimigos. 3 de janeiro, trouxe novamente às bancas, o vampiro da Sergio Bonelli Editore com o número 214, O Homem dos Brinquedos. Pelo título é possível intuir quem será o antagonista da história: desta vez Dampyr não deverá enfrentar demônios ou senhores a escuridão, mas sim uma legião de soldadinhos de chumbo e loucos palhaços, criados pela mente perversa de um criador de brinquedos de uma pequena cidade alemã, Magdeburgo. Este artesão, que viveu na época da segunda guerra mundial, estava a serviço de um velho conhecido de Harlan e companheiros, Shrek. Durante os bombardeios que jogaram no solo boa parte da cidade, Vogel, o homem dos brinquedos morreu, forçando Shrek a transformá-lo em um não-morto, para continuar a serví-lo. Daquele momento em diante, Vogel, disseminou a morte na cidade para alimentar-se, inventando junto com um novo aliado um modo de voltar no tempo e reviver a Magdeburgo de outrora.
Embora dependendo um pouco demais dos esteriótipos do gênero e não da originalidade, o roteiro de Claudio Falco, graças a seu talento e aos seus textos, mantiveram juntos uma história que se arriscava perder-se pelo excesso de fragmentação. O cruzamento entre passado e presente resulta eficaz e Magdeburgo parece quase assumir a aparência de um personagem secundário dentro da história.
É de fato a cidade, sobretudo do ponto de vista gráfico, que deixa o leitor espantado, que se encontra diante de páginas de estilo quase expressionista (não por acaso a história se passa na Alemanha). Nos desenhos, encontramos Gino Vercelli, e seu trato particularmente decisivo, que através de um claro uso do claro-escuro constrói a tenebrosa atmosfera de Magdeburgo tétrica e gótica, fundo perfeito para uma caça ao vampiro no melhor estilo Dampyr.
Crítica publicada originariamente no site: www.senzalinea.it