quinta-feira, 30 de agosto de 2018


NO VERÃO PASSADO!
No verão do ano passado na Itália, a SBE nos apresentou o encontro entre seus personagens que lidam com o horror: Dylan Dog x Dampyr.
A história começou em Dylan Dog 371 e terminou em Dampyr 209.
Abaixo o começo da história, com desenhos de Daniele Bigliardo! 
O pano de fundo da história é a ameaça representada por Lodbrok, o Mestre da Noite que está intencionado em riscar Londres do mapa.

(imagens retiradas de Dylan Dog 371 - Chega o Dampyr - Textos de Roberto Recchione com desenhos de Daniele Bigliardo)

terça-feira, 28 de agosto de 2018


A partir do próximo dia 3 de setembro, poderemos matar nossa curiosidade. O que o poeta português Fernando Pessoa, está fazendo nas páginas de Dampyr!

domingo, 26 de agosto de 2018


DAMPYR 221 - PLANETA DE SANGUE

O FILME IMAGINÁRIO DE GEORGE MÉLIÈS QUE FAZ ENLOUQUECER OS EXPECTADORES
No álbum de Dampyr de agosto, cujo título é Planeta de Sangue, nos conduzem na Paris da Belle Époque, para uma história que reúne conotações fantasiosas e horripilantes às biografias de duas figuras que realmente existiram, centrais para o nascimento e desenvolvimento do cinema como o conhecemos hoje: Louis Le Prince e George Méliès.

(Nós não queremos estragar o filme de ninguém, então o público da sala está aconselhado que o seguinte pode conter spoilers, sangue e perdição. 
Apaguem-se as luzes.) 

O trailer da história

Como na melhor tradição dampyriana, a história parte de um fato real: o desaparecimento de Louis Le Prince, pioneiro da arte cinematográfica. O inventor da primeira câmara de lente única que desapareceu de fato misteriosamente em 16 de setembro de 1890, enquanto estava no trem entre Dijon e Paris, antes de conseguir levar sua invenção para os Estados Unidos. Deste evento historicamente não resolvido, o enredo tramado por Giorgio Giusfredi se desdobra, que reconecta o desaparecimento de Le Prince à figura de George Méliès, diretor, ator e ilusionista francês, inventor do cinema de ficção e horror. Este último assinou um filme maldito, cujo título é "O Planeta de Sangue", que fazia enlouquecer os expectadores. 
Considerado o tema cinematográfico, no episódio não faltam referências a obras que fizeram a história da grande tela. A presença de um certo Mestre da Noite cinéfilo, capaz de materializar as suas ilusões, na verdade oferece possibilidades narrativas potencialmente ilimitadas para realizar homenagens e inserir citações. Giusfredi e Fortunato desfrutam disso para inserirem em cena numerosos tributos narrativos e visuais, a partir da cena inicial em que são retratados, sentados a mesa do restaurante do trem, monstros de diversas natureza, entre os seres esqueléticos, criaturas lovecraftianas, zumbis e outros ainda (entre os outros que nos parece conhecidos, em ordem dispersa, criatura e monstros presentes em alguns filmes, como A Coisa, Gremlins, Alien, etc.)
Nas cenas ambientadas nos dias de hoje, Harlan e Ljuba estão no cinema para verem os 400 Golpes, filme autobiográfico de François Truffaut de 1959 (que se passa em Paris, exatamente onde os nossos vão para vê-lo quase sessenta anos depois), que levou o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes, de 1959 e também o prêmio Méliès 1960 de melhor filme.
Rascunho da página em que Harlan e Ljuba estão cinema
Página finalizada agora, com um figurante especial, Giorgio Giusfredi a esquerda de Harlan e na penumbra atrás dos três, vemos o co-criador da série, Mauro Boselli

O enredo tramado por Giorgio Giusfredi, linear e eficaz, mergulha subitamente o leitor em uma atmosfera impregnada de mistério e sempre a cavalo entre história, pesadelo e horror.
Um grande vantagem da história de Giusfredi é a rara capacidade de misturar-se na história deixando entre as páginas sua marca registrada, isto é, o cuidado em traçar seus personagens do ponto de vista psicológico e os seus personagens menos importantes (vejam a adolescente Ljuba, o não-morto Gabbo, os blogueiros cinéfilos com seus tiques e preconceitos). O autor nascido em Lucca, relativamente jovem para os conceitos bonellianos e atualmente também com o último Zagor Color, demonstra toda sua competência em inserir-se na série levando avante algumas tramas de modo extremamente coerente com o que ele e Mauro Boselli realizaram nesse último ano e meio, mostrando um admirável talento no saber inserir esse episódio na série dampyriana que tem relação por outro álbum de sua autoria (Bloodywood, Dampyr # 204, outra homenagem ao cinema de outros tempos). 
Se pensarmos em procurar um defeito neste álbum, provavelmente seria a impressão que se tem lendo-o, de uma história levemente desbalanceada, com uma ótima construção da trama, do contexto e das ambientações e um final que se resolve talvez de maneira muito rápida (defeito, no entanto, encontrado em outros episódios da série).
O trabalho de Alessio Fortunato para esse episódio é magistral. Amigo Audace de velha data (já eleito Audace do Ano e Audaci Awards 2012,autor de uma inesquecível página dampyriana), continua a nos presentear com sua constante e personalíssima evolução no modo de usar a caneta e recriar o mundo das sombras ue tem na cabeça. Álbum após álbum, ano após ano, o desenhista da Puglia, confirma ter nascido para desenhar e pintar histórias escuras que deixam amplo espaço para criaturas monstruosas, as névoas gotejantes, as decadentes vilas aristocráticas, as arquiteturas complexas (observem as suas reproduções das estradas de Paris para entender o que estamos falando).
A atmosfera do episódio parece ser feita para o seu estilo. Em algumas cenas as sombras são tangíveis e penetrantes que parecem se apossar dos personagens e engoli-los numa escuridão sufocante.
Este último trabalho dampyriano demonstra em suma, quanto Fortunato está dentro do mundo criado por Boselli e Colombo e quanto a sua contribuição está cada vez mais importante na evolução da série. 
Em suma, caros leitores audaces, entenderam que este álbum é particularmente prazeiroso e que o indicamos enfaticamente. Poder apreciar o trabalho de uma dupla artística assim rica de talento como esta constituída de Giusfredi e Fortunato é o que de melhor um leitor de Dampyr poderia esperar da série neste verão de 2018. Seja porque ambos os autores estão entre aqueles que toda vez que se dedicam uma história, fazem questão de deixar uma marca, seja porque Harlan e seu mundo continuam a fascinar como se lêssemos toda vez o número um.
Chefe Audace & Rolando Veloci
(con sanguinolenta ajuda do cinéfilo Grullino Biscottaci)



Publicado originariamente no blog: www.gliaudaci.blogspot.com

sexta-feira, 24 de agosto de 2018


DAMPYR DE SETEMBRO
Ann Jurging, a vidente alemã, novamente será peça chave no Dampyr 222.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018


Harlan e Kurjak na página abaixo, estão em Luca! Quem será a mulher que aparece na visão do Caçador de vampiros? 
Respostas em novembro! 
Desenhos de Majo!
 

segunda-feira, 20 de agosto de 2018


AONDE ESTARÁ EMIL KURJAK?
Nosso soldado está numa Lucca real ou imaginária? Respostas no Dampyr de novembro!
Página de Michele Cropera!

sábado, 18 de agosto de 2018


NOVO TRABALHO!
Nicola Genzianella dá redação, nos mostra uma página de seu novo trabalho dampyriano!

quinta-feira, 16 de agosto de 2018


PÁGINA DO DAMPYR 221!
Na página acima, podemos ver vários monstros do cinema, uma homenagem do autor Giorgio Giusfredi.

terça-feira, 14 de agosto de 2018


Dampyr #221 - Planeta de Sangue (Giusfredi, Fortunato)
por David Padovani
 
O alvorecer do cinema no fim do século XIX, com as figuras de Georges Méliès e Louis Le Prince, e o explendor da Ville Lumiere são as sugestões sobre as quais Giorgio Giusfredi baseia a trama de Planeta de Sangue, álbum com o qual o jovem escritor de Lucca, fecha o cerco aberto em Bloodywood (Dampyr #204), através de uma aventura solitária de Harlan que acompanha sua jovem protegida Ljuba, de férias em Paris.
Da história transparece tanto a paixão quanto o conhecimento de Giusfredi pelo meio cinematográfico, elementos que podem se misturar bem seja na continuidade dampyriana, seja na história que, de outra parte, sofre em alguns momentos com saltos de cena muito repentinos, que desorientam o leitor, forçando-o a parar, para não perder o fio da meada.
Em todo caso, o ritmo e a dinâmica da ação apaixonam e nos diálogos Giusfredi consegue ser realístico e convincente.
Alessio Fortunato, com seu reconhecido estilo em tons de cinza que lembra desenho a lápis, cria páginas sugestivas e de efeito, tanto nas cenas noturnas de Paris, quanto nas cenas ricas de monstros e não-mortos, apoiando o autor no seu amor pelo cinema, com uma série de monstros tirados de famosos filmes de terror, tudo feito com perfeição. As páginas segue a tensão narrativa com enquadramentos arriscados e jogos de sombras inqueitantes, construídos com um trabalho minucioso da parte de Fortunato que revela o detalhe e atenção postos em cada página. 
 
Falamos de:
Dampyr #221 - Planeta de Sangue
Giorgio Giusfredi, Alessio Fortunato
Sergio Bonelli Editore, agosto de 2018
96 páginas, em preto & branco, 3,50 euro
 
  
Publicado originariamente no site: www.lospaziobianco.it

domingo, 12 de agosto de 2018


Dampyr 220: O acerto de contas de Ah-Toy, a crítica

Por Francesco Bergoglio

No número de Dampyr, que foi para as bancas em 4 de julho passado, volta à cena uma das Mestres da Noite mais sensuais já vista: Ah-Toy. A ocupar-se das suas novas ações criminosas não pode seria outro senão Claudio Falco, o autor que a introduziu na série dampyriana com Chinatown (Dampyr 215, fevereiro de 2018)
A potentíssima vampira é inspirada em uma mulher que existiu: a homônima dona de bordéis de São Francisco, durante a corrida do ouro californiana, transformada na mulher asiática mais famosa do velho Oeste;. os amantes de Tex lembrarão de sua transposição para o mundo dos balões na loga história iniciada com o episódio Bairro Chinês (Tex, janeiro de 1975).
Comparado com Gianluigi Bonelli, e por óbvias necessidades narrativas, Falco fez um ser sobrenatural com extraordinárias capacidade de ilusão, tão bela quanto brutal, com sede não somente de sague, mas de poder e dinheiro; em "O acerto de contas de Ah-Toy", retratada soberbamente na capa de Enea Riboldi, podemos admirá-lá em todo seu explendor e ferocidade, bem como, sua provocante atração.
Quem dá vida as suas sinuosas formas dentro do álbum é Vanessa Belardo, jovem talento siciliano que estréia em uma história do Filho do Diabo, mas com uma notável bagagem profissional às costas, entre os quais Nathan Never. A desenhista, natural de Taormina, demonstra ser uma ótima aquisição para o staff criativo guiado pelo co-autor do personagem, Mauro Boselli.
Vanessa nos presenteia com uma interpretação perturbadora da antagonista e demonstra ao mesmo tempo de encontrar-se plenamente à vontade com a ação, as atmosferas e os roteiros da convincente saga de horror da Sergio Bonelli Editore.
Para poder afrontar Ah-Toy, Harlan Draka e companheiros devem deixar para trás a amada Praga deles e, ir a Kuala Lampur, na Malásia, e depois arriscarem-se nas águas do Oceano Índico, à caça da mortal inimiga deles, escondida nas exóticas Ilhas Andaman. Ao lado deles, porém, estarão dois conhecidos coadjuvantes da série que caem nas graças dos leitores imediatamente: o carismático detetive Jim Fajella e o mal humorado mercenário T-Rex.
A aventura que a desenhista é chamada a ilustrar, contada com a habilidade e clareza de Falco, é com um mix de intriga e adrenalina que mantém incerta a sorte dos protagonistas, bem como, a de seus adversários até o espetacular encontro final, orquestrado através de uma coreografia de impacto.
 
 
Crítica publicada originariamente no site: www.badcomics.it


sexta-feira, 10 de agosto de 2018


JÁ ESTÁ EM AÇÃO!
Vanessa Belardo da redação, nos mostra uma página da nova aventura em que está trabalhando. Provavelmente irá para as bancas, ano que vem!

quarta-feira, 8 de agosto de 2018


Dampyr #220 - O acerto de contas de Ah-Toy (Falco, Belardo)

por Andrea Stella


Dampy 220 marca o retorno da tão belíssima quanto legal Mestre da Noite Ah-Toy, já vista em ação no número 215, Chinatown.
Desta vez, porém, Harlan Draka e seus aliados, entre os quais Jim Fajella, estão intencionados a intervir para debelar definitivamente a ameaça representada pela Mestre da Noite.
A história de Claudio Falco, uma mistura bem apurada enter horror e filmes de gangster, aventura clássica, aproveitando o cenário da Malásia para transportar o leitor para um cenário caracteristicamente exótico.
Ah-Toy demonstra ser uma vilã bem caracterizada, capaz de tomar todas contramedida para enfrentar os seus adversários; a história peca porém, no segundo encontro final com Harlan, que é resolvido de uma forma muito rápida.
Os desenhos de Vanessa Belardo são sólidos e livres de sombras, capazes de aproveitar ao máximo a atmosfera de horror da série, também graças a convincente realização das faces dos piratas a serviço de Aht-Toy. Bem realizados também os elementos periféricos, como arranha-céus, os palácios e os interiores, muito bem desenhados.

Falamos de:
Dampyr #220 - O Acerto de Contas de Ah-Toy
Claudio Falco, Vanessa Belardo
Sergio Bonelli Editore, julho de 2018
96 páginas, em preto & branco, 3,50 euro
  



Publicado originariamente no site: www.lospaziobianco.it

segunda-feira, 6 de agosto de 2018


Os substerrâneos de Lucca escondem monstros...
História que será publicada esse ano! Página de Michele Cropera colorida por Romina Denti.

sábado, 4 de agosto de 2018


DIME WEBB ENTREVISTA MAJO!

Entrevista concedida a Elio Marracci

O autor com quem dialogamos, Mario Rossi que usa o pseudônimo artístico Majo, nasceu em Brescia em 31 de janeiro de 1963. Formou-se como outros futuros colegas na equipe do desenhista argentino Rubèn Sosa, em 1991 estréia suas páginas em "Full Moon Project", da Eden/Center TV, onde desenha o terceiro episódio, "Bonecas", e realiza os esboços do quinto, "A Ponte de Angloumê". Em 1993 presta colaboração para a Star Comics desenhando o episódio - Operação Goliath -, escrito por Stefano Vietti para a série "Lazzarus Ledd", criada por Ade Capone. Em 1994, junto com o grupo de desenhistas de quadrinhos de Brescia com o qual colabora, recebe o encargo da editoria perugiana de criar "Hamer", uma nova série de ficção científica.
Desenha e participa da primeira história, que antecipa alguns temas, somente depois aprofundados e relançados pelo cinema e pela literatura. Com o encerramento prematura de "Hammer", Majo foi arrolado pela Sergio Bonelli Editore, onde foi envolvido no "Projeto Dampyr", tornando-se o autor dos personagens principais, do antagonistas e definindo seus recursos estilísticos visuais altamente realistas. Além que com a Bonelli, colaborou na realização das séries, destinadas ao mercado francês, publicadas pelas editorias Soleil e Glénat. É também o autor do Texone 2018, cujo título é "Os Rangers de Finnegan", que foi lançado em 20 de junho desse ano, nas bancas e revistarias italianas. 

DIME WEBB - Para os leitores que não te conhecem, poderia se apresentar? Em duas palavras quem é Mario Rossi que usa o pseudônimo Majo? 
MAJO - Tenho 55 anos, tenho mulher e um filho de dez anos e vivo em Brescia. Tenho diploma artístico e depois da escola, comecei a trabalhar com publicidade no fim do ano 2000, quando abandonei a atividade para dedicar-me completamente aos quadrinhos, dos quais já me ocupava desde 1991. 
DIME WEBB - Como despertou em você a paixão pelo desenho? 
MAJO - Eu considero um "dom natural". Tenho sempre cultivado a paixão, desde pequeno.

DIME WEBB - Quando decidiu que se transformaria num desenhista de quadrinhos? 
MAJO - Aconteceu no fim dos anos 80, enquanto frequentava a Escola de QUadrinhos de Brescia, do falecido autor argentino, Rubèn Sosa. Graças a ele, entendi que preenchia os requisitos necessários para enfrentar a carreira de desenhista de quadrinhos. O resto foi uma série de felizes coincidências.
DIME WEBB - Trabalhou seja para o mercado italiano, seja para o mercado exterior, em particular o francês. Quais semelhanças e quais diferenças encontrou nos dois ambientes? 
MAJO - Na verdade as minhas experiências no mercado francês se reduzem a apenas quatro projetos, muito pouco para se citar analogias e diferenças. Pude constatar que na França, o quadrinho é equiparado às outras artes, como a literatura ou a pintura, diferentemente do que aqui na Itália. Além disso, um aspecto puramente técnico, no quadrinho francês se evidencia as paisagens, mais que os primeiros planos dos personagens, como na tradição italiana ou americana.
DIME WEBB - As primeiras séries de quadrinhos que te viram como componente do time dos autores que as realizou foram "Full Moon Project" editada pela Eden e "Hammer", publicada pela Star Comics. Porque você achou melhor começar em grupo? 
MAJO - Não pensei assim inicialmente. Como membro de uma turma de rapazes unidos pela mesma paixão, saídos da escola de quadrinhos, participei daquele que foi o meu/nosso primeiro projeto. A adesão foi uma coisa natural, envolvente e entusiasmante.
DIME WEBB - Tanto "Full Moon Project" como "Hammer" foram ótimas séries. Que coisa, segundo você não andou como deveria, levando ao encerramento prematuro? 
MAJO - Como primeiro projeto, nós éramos novatos chamados a gerir uma série, como um apoio não integral da editora. Seguramente a inexperiência foi preponderante. No entanto, o trabalho produzido reforçou a ligação do grupo, permitindo-nos apresentar e nos inserir no mercado, antes de experiências individuais, depois novamente junto com "Hammer", uma série estruturada que poderia muito bem competir com as séries concorrentes da Bonelli. Infelizmente as vendas não foram as desejadas e fomos obrigados a encerrar.
DIME WEBB - Confirmando o que disse anteriormente, "Hammer" foi reimpresso em 2014, em volumes com novas capas, pela Mondadori Comics. Que efeito teve em você, rever este trabalho publicado novamente depois de vinte anos? 
MAJO - A chama se acendeu por um átimo e por pouco ansiei em alimentá-la, mas a realidade editorial nos trouxe de volta à realidade, bem como, também os vários compromissos editoriais de todos nós, com carreiras já estabelecidas, mas diferentes. 
DIME WEBB - Depois da estréia com Eden e o suporte da Star Comics, transformou-se num colaborador da Sergio Bonelli Editore, onde atualmente está trabalhando na série "Dampyr". Pode nos contar como chegou na SBE? 
MAJO - Atualmente, na verdade, não sou fixo de um staff, e gosto disso. Digamos que salto entre Dampyr e Tex. A chegada na Bonelli devo a Mauro Boselli. Era 1997 e depois de ter feitos alguns testes para Zagor, Mauro me confiou a realização de esboços do novo personagem criado em dupla com Maurizio Colombo, que em 2000 foi para as bancas com nome de Dampyr. Daquele momento, realizei para a série dezesseis álbuns e estou colaborando em outros trabalhos.

DIME WEBB - Na Bonelli trabalho em estreito contato com Mauro Boselli. Visto que o conhece bem, pode nos contar um caso peculiar desse gigante dos quadrinhos italianos? 
MAJO - Mauro Boselli é um extraordinário autor, com uma gigantesca cultura não somente a respeito de quadrinhos. Se dedica ao seu trabalho sem se poupar e exige a mesma atenção de seus colaboradores, mas é também um homem de coração que não esquece nunca que a pessoa vem antes que o profissional. Não tenho uma história em particular, mas posso definí-lo como um grande amigo.
DIME WEBB - Você é autor do Texone que está nas bancas e revistarias desde 20 de junho passado. Como foi trabalhar com o principal personagem da nona arte italiana? 
MAJO - Desenhar o gênero western foi meu maior desejo desde o início da minha carreira. Depois de vinte e cinco anos estou me realizando desenhando o principal personagem do quadrinho italiano.Nunca pensei que isso aconteceria quando comecei a lê-lo, quando rapaz. Foi um trabalho que me exigiu muito, durou três anos e meio, mas estou feliz de ter conseguido, agora com a maturidade necessária, não somente técnica, mas sobretudo tendo a inteligência do que ele representa. Desenhei de fato, um western menos carregado de clichês do que teria usado há tempos atrás. 


DIME WEBB - Na sua abordagem do personagem, o fez usando um modelo específico? 
MAJO - Sim! Para construir os meus personagens sempre adotei o mesmo método: inspirar-me em modelos reais. Isso, no que me diz respeito, para perservar-me o máximo possível do risco de criar um parque de "personagens típicos", que giram com o tempo, acabando inevitavelmente se assemelhando entre eles. Baseando-se ao contrário, em um ou mais modelos de referência, consigo construir os protaganistas sempre originais, únicos e versáteis.
DIME WEBB - Existe uma outra série bonelliana para o qual ainda nunca trabalhou e que gostaria de desenhar?
MAJO - Gostaria de realizar um projeto pessoa para "Le Storie", a série cujo curador é Gianmaria Contro, e quem sabe, mais cedo ou mais tarde, realizarei esse desejo. 

DIME WEBB - Quais são os desenhistas que te inspiram? 
MAJO - Todos e nenhum, no sentido que sou um grande admirador do traço, do desenho e da escrita, mais que do desenhista, que se trata de arte figurativa, incluindo a fotografia, ou literatura. Poderia citar-lhe, mas somente indicativamente, desenhistas como Hermann e Frazetta, Caravaggio e Hopper, ainda Crutis e Avedon.

DIME WEBB - Trabalhou em histórias de vários gêneros entre o horror, a ficção científica, o western. isso me dá base para perguntar-lhe: Quais são os gêneros prediletos de Majo? 
MAJO - Inicialmente o western. Digamos, agora, o histórico com todas as suas várias declinações. A parte isso, como você justamente notou, nunca o o gênero a criar-me problemas particulares. A experimentação é sempre fonte de enriquecimento. Fazendo um paralelo com o cinema, por exemplo, amo e admiro os diretores que se cimentam em vários gêneros, mesmo que com resultados nem sempre brilhantes. 
DIME WEBB - Há um motivo particular para assinar seus trabalhos com um pseudônimo? 
MAJO - Quando eu era rapaz todos os meus amigos tinham um apelido, exceto eu. Eu sempre tive o desejo singular de ter um, então inventei e adotei como assinatura.
DIME WEBB - Existe uma publicação ou um personagem, que você não desenhou, que amou sobre todos os outros? 
MAJO - Quando era rapaz era louco por a "História do Oeste", de Gino D´Antonio e pelas aquarelas de Remington.
DIME WEBB - Quais fontes usa para se documentar? 
MAJO - Antes do advento da internet, "pescava" entre livros ilustrados e fotográficos, revistas de moda, monografias de artistas de vários gêneros, fotos de amigos que se prestavam como modelos e, sobretudo, auto-retratos feitos por mim. Agora o Google facilita enormemente a procura, mas para se aprofundar, ainda não encontrei nada que substitua uma boa publicação em papel. 
DIME WEBB - Além dos livros e dos quadrinhos que seguramente usa para documentar-se, quais outras leituras faz? 
MAJO - Leio verdadeiramente de tudo e depende somente do trabalho que estou fazendo. Se me volto para as minhas prateleiras, consigo decifrar Conrad, Flaiano, Saviano, Wallace, Stevenson...
DIME WEBB - É um desenhista metódico que trabalha em horários estabelecidos, ou é um daqueles que se levanta de noite para desenhar porque teve uma inspiração? 
MAJO - Sou bastante metódico, mas sobretudo lento, e, quando chega o momento da entrega, perde-se alguma noite inevitavelmente.
DIME WEBB - Como é o seu dia? 
MAJO - Sendo eu que programo meu trabalho, não tenho outras obrigações a seguir, senão terminar meus compromissos, então programo meu dia de forma que me seja mais cômodo, de acordo com atividades particulares.
DIME WEBB - Quanto de você tem no seu trabalho?  Quanto do que te rodeia? Quanto inventou?
MAJO - Tudo isso que mencionou há no meu trabalho, qual o tamanho não sei definir, mas estou convicto que seja assim para todos os meus colegas, é inevitável. O nosso trabalho é aquele de transmitir e suscitar emoções e cada um o faz a sua maneira, com seus conhecimentos, a sua sensibilidade e a sua fantasia. 

DIME WEBB - É inegável o grande sucesso de autores como Sio e Zerocalcare que começaram a se fazerem conhecer difundindo os próprios trabalhos na internet. À luz dessa consideração, te pergunto: O que pensa e como vê a utilização da grande rede no campo dos quadrinhos? 
MAJO - A grande rede forneceu a todos a possibilidade de ficar visível e por isso é uma grande vantagem para quem faz o meu trabalho. Pessoalmente, me limito a frequentá-la somente com fins documentais ou em busca de informações, mas isso não faz que eu não reconheça a sua inegável potencialidade, se usada de maneira correta. É justo que a iniciativa permita essa possibilidade e a desfrute para se fazer conhecer as próprias idéias e os próprios projetos. No fim, a grande rede, não presenteia ninguém, pois está sujeita às regras como qualquer meio de comunicação e, quem tem alguma coisa interessante para dizer consegue chamar a atenção, mais cedo ou mais tarde.
DIME WEBB - Como profissional já consagrado, que conselho daria a quem quer se enveredar no mundo dos quadrinhos? 
MAJO - De usar todos os meios possíveis para poder conhecer a própria capacidade. De não desistir no primeiro obstáculo. De recordar-se que nada é fácil, nem mesmo o trabalho de desenhista de quadrinhos. De ser coerente com os próprios objetivos, mas sem prejuízos para o trabalho. De nunca deixar subir à cabeça, uma vez conseguido o objetivo, porque, no fundo, estamos fazendo quadrinhos. 
DIME WEBB - Em que coisa está trabalhando atualmente? 
MAJO - Estou escrevendo e desenhando uma história breve para o "Tex Color" e depois, provavelmente realizarei o álbum de vinte anos de Dampyr.
DIME WEBB - Existe uma pergunta que não lhe foi feita ainda e que gostaria de responder? 
MAJO - Sim: Quando pensa em parar de desenhar? Veja bem, não é uma reflexão efeito da prolongada crise da meia idade, todavia, estou convicto que existe um ponto da vida de um desenhista de quadrinhos em que seu estilo alcança o ápice, além que o declínio é inevitável. Bom, nesse ponto, na plena esperança de que circunstâncias favoráveis me permitam, espero poder parar de desenhar, e talvez, quem sabe, apenas escrever.



Entrevista publicada originariamente no blog: www.dimewebb.blogspot