sábado, 25 de novembro de 2017


Dampyr #212 - O Dia dos Mortos (Falco, Ambu)

por Federico Beghin

Com "O Dia dos Mortos", Claudio Falco constrói as bases para tramas futuras 
de Dampyr, levando Harlan ao Mictlan, desenhado por Fabiano Ambu.


"Se exorciza a morte representando-a de maneira grotesca combinada com generosas doses de música, comida e álcool". Assim o policial mexicano Ruiz define o Dia dos Mortos, ignorando as raízes astecas, apotrópicas e sanguinárias da celebração. As palavras do homem da lei são úteis para entendermos o Dampyr de novembro, porque bem longe de banalizar o Dia dos Mortos, parece apenas lembrá-lo através do título e dos diálogos, sem nos mostrar o espetáculo e torná-lo "vivo". O autor Claudio Falco privilegia a construção de bases para tramas futuras, preparando um inimigo de Harlan. Também por isso, o longo prólogo, no qual Dampyr cai numa armadilha do infernal Abigor. Entre a primeira parte e a conclusão se insere as demais sequências; o filho de Draka viaja em um mundo dos mortos lúgebre e mutável, tornado ainda mais impressionante, devido aos ótimos de Fabiano Ambu. O desenhista densifica sua marca, utilizando abundantemente o preto, cria uma atmosfera oprimente. Muitas vezes flerta com os limites da grade bonelliana, com um resultado aprazível, sobretudo na página 73, onde os três quadrinhos que dividem a página, se encaixam na enorme serpente que aparece para o leitor. Na memória do leitor casual talvez fique o que está impresso, enquanto que crescem as expectativas do público fiel, ansiosos pelo adversário que está para retornar.


Crítica publicada originariamente no site: www.lospaziobianco.it

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