terça-feira, 15 de agosto de 2017


CRÍTICA

Série: Dampyr 209
Episódio: O Detetive do Pesadelo
Textos: Mauro Boselli
Desenhos: Bruno Brindisi
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Riccardo Riboldi
Páginas: 96 
Editora: Bonelli, 08-2017



Nas bancas já há alguns dias, a segunda e última parte do crossover entre Dampyr e o Detetive do Pesadelo, iniciado no número 371 de Dylan Dog. Também essa edição conta com duas capas diferentes que, unidas, formam uma ilustração mais grande.

Harlan, Dylan e seus pards se encontram em Eilian Ron, uma das ilhas que formam as Hébridas Escocesas, na pista do Mestre da Noite Lodbrok. Em uma visão, Harlan descobre que Lodbrok foi derrotado pelo Dampyr do passado durante um encontro passado em Paris, em 1845, que participou guiando os vickings, salvando-se graças à ação de Lagertha.
Tesla e Dylan, vagando pela ilha, vêem aparecer entre as ondas um navio vicking e são atacados por não mortos. Para socorrê-los, chega bem na hora Groucho que joga a pistola para seu chefe, em seguida para Harlan e Kurjak. Depois do encontro, Malcolm e seu filho mudo Gilroy, dois moradores do local chamados a ajudar, não se assombram mais ao verem os corpos carbonizados dos vampiros: na ilha, já se viu isso no passado. Além disso, a mãe de Gilroy é uma selkie, uma criatura do mar, que foi embora depois do nascimento do filho.
A procura do esconderijo do Mestre, guiados por Gilroy, os nossos partem para encontrar a gruta de Fionnghall. Ao atravessar um pântano são atacados por Lodbrok, que se monstra em seu aspecto real, um terrível dragão. O vampiro consegue "capturar" a vontade de Tesla e a ordena matar Kurjak, que está mergulhado no pântano. Enquanto isso, Dylan e Gilroy, acreditando-se abrigados em uma gruta, acabam tendo que enfrentar uma não-morta que se mostra com a face de Lagertha. Pouco depois chega na costa um outro navio de vampiros vickings, desta vez, guiados por Tesla. As coisas parecem se encaminharem para o pior, até que aparece a mãe de Gilroy, que secretamente, sempre teve o filho sob seus olhos. Ao final Dylan consegue confrontar-se com Lodbrok, compreendendo de ter nele um inimigo comum, Lord Marsden. Mas o Detetive do Pesadelo deverá decidir se manterá a promessa feita a Lagertha, aliando-se ao Mestre e condenando, assim, os seus amigos.
Neste episódio, descobriremos alguma coisa sobre o passado de Lodbrok, que se revela mais complexo que o clássico "vilão". O mesmo Dylan não sabe como agir contra ele, em parte pelas verdadeiras finalidades do Mestre, mas sobretudo pela estreita ligação que criou com a não-morta Lagertha.
A história, de qualquer forma, se desenvolve principalmente por causa da ação e da interação entre os protagonistas das duas séries, oferecendo um episódio agradável, de alegria contagiante, atmosfera de festa, como merece o encontro entre dois grandes heróis dos quadrinhos. Boselli, do seu canto, parece divertir-se muito com o personagem Groucho, que está sempre em evidência (por exemplo, falando de Lodbrok: "Se ainda não degustou meu sangue é porque nosso sangue se parece..."). Mas talvez se divirta ainda mais quando faz a gozação de um contra o outro Dylan e Harlan: O Detetive se lamenta pelos cigarros fumados por Harlan, que da sua parte, não perde a chance de zoar a vontade do outro de argumentar diante de um inimigo antes de matá-lo. Em uma última análise dos dois heróis, por terem o caráter diferente e também uma visão diferente do mundo, ainda assim, são motivados pelos mesmos objetivos e interesses.
Para misturar ainda mais, não somente os personagens, mas os mesmos tons das duas séries: em Dampyr há a abordagem do geo-histórico-folclórico, enquanto que em Dylan Dog com o seu "diferente" torna a leitura agradabilíssima. Formou-se então uma parceria muito bem sucedida, que prenuncia que poderá acontecer novamente. Uma parceria que se repetida, poderá nos presentear com outras horas de ótimo entretenimento e fará bem aos quadrinhos italianos.
Causa efeito também ver Bruno Brindisi, veterano em Dylan Dog, em ação em Dampyr, dando ainda mais destaque a esse crossover, fazendo como sempre um Dylan "histórico". Belos os seus desenhos, espetaculares as cenas de batalha e dos monstros, com um show no flashback inicial.


Crítica publicada originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot.it

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