quinta-feira, 25 de agosto de 2011


ENTREVISTA DE ANDREA DEL CAMPO!
Em junho passado, o novo desenhista de Dampyr, foi entrevistado pelo site PQEditori, onde fala sobre seu novo trabalho!

"PQeditori tem o prazer de apresentar ao seu público, com exclusividade, um jovem e talentoso desenhista, que já era sucesso com Valter Buio, mas que agora aterrissa na melhor série da Itália, Dampyr. Meus caros filhos da noite, apresentamos Andre Del Campo, que com seus tons negros e escuros, transmitem verdadeiros calafrios de horror.

1) Conte nos o que o motivou a seguir a carreira de desenhista de quadrinhos?
A centelha foi desencadeada quando eu tinha 11 anos, durante um verão, preso a uma cama, devido a uma contusão, comecei a ler inúmeros quadrinhos, e a partir daí, desenvolvi a paixão por este mundo.

2) Em qual escola gráfica você se inspira em particular?
Me inspiro em vários autores e escolas gráficas, procurando coletar o melhor de cada uma. Entre as várias escolas gráficas, me inspiro na escola salernitana, Brindisi, De Angelis, mas também em outros tipos de trabalhos, como os trabalhos de Alex Toth, que desenha tudo, parecendo não desenhar nada. Muito, então, depende do título com que se trabalha, por exemplo, Dampyr exige um desenho muito detalhado, extremamente técnico, e também eu procuro propor este estilo, para ir de encontro àqueles que são os gostos dos leitores.

3) Qual é o personagem mais complexo, do ponto de vista técnico, de se desenhar?
Todos e nenhum! Depende muito do feeling com o personagem. Um dos mais complexo é Martin Mystere, porque tem uma face retangular, quase um paralelepípedo, é necessário fazê-lo na medida certa, sem transformá-lo numa máscara, Dylan Dog também apresenta suas dificuldades.

4) Agora fazendo parte do staff de Dampyr, conte-nos o primeiro impacto com o personagem?
Positivo. Eu imediatamente me senti bem, porque tenho a possibilidade de trabalhar com o mesmo argumentista com que realizei Valter Buio, no tocante a parte gráfica do personagem, tenho me inspirado nas interpretações de Stefano Andreucci.

5) Se houver problemas na realização de uma página, entre a redação, o argumentista e o desenhista, como procura dirimir as divergências?
Procuro dialogar com o argumentista, para buscar a melhor solução, muito depende das pessoas envolvidas, no que me cabe, a última palavra cabe ao argumentista e ao editor, que têm muito mais experiência do que eu.


6) Onde reside a chave do sucesso de Dampyr?
A chave do sucesso está no mix entre aventura e ação, ação no senso clássico do termo, ou seja, tiroteios, perseguições, etc. Também a capacidade de criar atmosferas góticas e de horror, que se juntam muitas vezes com o folclore popular, também o italiano, dos lugares que são visitados por HARLAN DRAKA, criando ambientações muito segestivas. Pessoalmente, sofri com a falta de argumentos de Colombo, porque adentrava muito mais no aspecto humano das personagens do que o habitual, e isto me intrigava.

7) Um ponto de força de Dampyr está na continuidade das tramas narrativas, como procura igualar o seu traço com aquele dos outros desenhistas que o precederam?
Na realidade esta exigência não existe, cada autor segue sua ordem de trabalho, obviamente considerando a natureza do quadrinho, com atmosferas escuras, com muito negro, e, muitas sombras. Procurar manter um traço claro, feito com uma linha clara, não é apropriado para este título, no entanto, cada um conserva seu traço, basta ver os trabalhos de Luca Rossi e Andreucci, onde Andreucci carrega nos traços, enquanto Luca Rossi usa o preto e o branco sinteticamente, técnicamente são dois trabalhos diferentes, trabalhando sob a mesma série.

8) Para você, o que falta a Dampyr, para alcançar o nível de vendas de monstros sagrados como Tex e Dylan Dog?
É difícil dizer. Tex e Dylan Dog têm uma vida editorial muito longa, muitos leitores cresceram com estes títulos, e com isso, se criou uma relação afetiva entre o personagem e o leitor. Dylan Dog, foi um grande sucesso editorial dos anos oitenta, porque Sclavi soube tratar o personagem e soube aproveitar a moda horror daqueles anos.

9) O que achou do filme de Dylan Dog?
Hummm... Eu não vi o filme, então não posso emitir opinião, mas se for parecido com a série "Baffy", talvez eu goste.

10) Concluindo, está trabalhando em outros projetos para a Bonelli ou algum de fora dela?
No momento estou concentrado em Dampyr, as outras propostas que recebi de outras editoras, no momento estão congeladas, porque é meu intento, dedicar-me totalmente ao meio sangue criado por Boselli e Colombo."

Matéria publicada originariamente no http://pqeditori.altervista.org/

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