CRÍTICA AO DAMPYR 125
ESTAÇÃO DE CAÇA
ESTAÇÃO DE CAÇA
Roteiro e argumento: Diego Cajelli
Desenhos: Luca Raimondo
Capa: Enea Riboldi
Editora: SergioBonelliEditore (SBE)
Série Mensal - edição 125 (agosto/2010)
Eu tinha anunciado em uma entrevista, neste mesmo site: o seu ingresso na continuidade. Estamos falando de Diego Cajelli, que com "Estação de Caça", estréia nos meandros da complexa continuidade dampyriana. Nos desenhos, encontramos o ex-Jonathan Steele, Luca Raimondo, na sua terceira edição nas páginas de Dampyr.
O Fator Continuidade
A continuidade de Dampyr é conhecida e bastante discutida: riquíssima, variada de modo a ser torcida e dificílima de ser seguida também pelos leitores mais aficcionados. O ingresso nessa por Diego Cajelli, no entanto, embora seja um ingresso para todos os efeitos, é reduzida a eliminar o Mestre da Noite de plantão no final da edição, para o resto a continuidade "global" não vem a ser enriquecida minimamente, se não quisermos considerar enriquecimento, a presença de uma Mestre da Noite e o grau de parentesco desta com um dos primeiros Mestres enfrentados por Harlan Draka. Segundo nosso parecer pessoal, que pode ser compartilhado ou não, para entrar na continuidade, não basta acrescentar peças também desconectadas do resto, mas isso significa agir sobre elas, modificá-las, usar personagens já familiares aos leitores e interpretá-las de acordo com o gosto pessoal do argumentista. No balanço, Cajelli foi introduzido na continuidade há muito pouco tempo: exemplo recente é o explêndido "O Navio Fantasma" (edição 113) e o movimentado "Luta contra a Temsek" (edição 115), histórias em que Cajelli, introduz elementos que não serão esquecidos de maneira alguma no universo dampyriano. Como esquecer o drama do Mestre da Noite, Akhar Nun, impossibilitado de ter um filho, que se transformaria no seu implacável inimigo, um Dampyr (edição 113)? Isso é continuidade também. Talvez sobretudo esta.
Desenhos: Luca Raimondo
Capa: Enea Riboldi
Editora: SergioBonelliEditore (SBE)
Série Mensal - edição 125 (agosto/2010)
Eu tinha anunciado em uma entrevista, neste mesmo site: o seu ingresso na continuidade. Estamos falando de Diego Cajelli, que com "Estação de Caça", estréia nos meandros da complexa continuidade dampyriana. Nos desenhos, encontramos o ex-Jonathan Steele, Luca Raimondo, na sua terceira edição nas páginas de Dampyr.
O Fator Continuidade
A continuidade de Dampyr é conhecida e bastante discutida: riquíssima, variada de modo a ser torcida e dificílima de ser seguida também pelos leitores mais aficcionados. O ingresso nessa por Diego Cajelli, no entanto, embora seja um ingresso para todos os efeitos, é reduzida a eliminar o Mestre da Noite de plantão no final da edição, para o resto a continuidade "global" não vem a ser enriquecida minimamente, se não quisermos considerar enriquecimento, a presença de uma Mestre da Noite e o grau de parentesco desta com um dos primeiros Mestres enfrentados por Harlan Draka. Segundo nosso parecer pessoal, que pode ser compartilhado ou não, para entrar na continuidade, não basta acrescentar peças também desconectadas do resto, mas isso significa agir sobre elas, modificá-las, usar personagens já familiares aos leitores e interpretá-las de acordo com o gosto pessoal do argumentista. No balanço, Cajelli foi introduzido na continuidade há muito pouco tempo: exemplo recente é o explêndido "O Navio Fantasma" (edição 113) e o movimentado "Luta contra a Temsek" (edição 115), histórias em que Cajelli, introduz elementos que não serão esquecidos de maneira alguma no universo dampyriano. Como esquecer o drama do Mestre da Noite, Akhar Nun, impossibilitado de ter um filho, que se transformaria no seu implacável inimigo, um Dampyr (edição 113)? Isso é continuidade também. Talvez sobretudo esta.
"Estação de Caça, ao invés, não tem nada disso: tem algumas referências concretas a um episódio passado (a longínqua edição nº 4 "Noturno Vermelho", e a apresenta uma nova Mestre da Noite, a belíssima Zarema, caracterizada de uma maneira muito pobre, uma figura que empalidece diante das outras personagens, personagem criada por Cajelli. A idéia de fundo é muito boa, uma caçada a seres humanos, numa ilha do Mar Cáspio, e é tudo muito simples: Cajelli pensa (quase) em tudo para justificar as muitas passagens da história, um argumento rico que sobrecarrega o roteiro, no fim das contas pobre: o expediente do falso vampiro, a falsa aliada de Harlan, a descrição da caçada, a intervenção de Kurjak e Teska. Talvez muitos elementos, alguns tipicamente bonellianos, como a descoberta da real identidade de Nora, uma reviravolta do personagem, que cheira a algo já visto, de maneira excessiva. E como se não bastasse, os diálogos se resultam um pouco estranhos e banais.
Com "Estação de Caça", Cajelli não entra na continuidade, mas cria sua história pessoal, que esperamos que evolua de maneira mais rica e fascinante, de como foi apresentada. A nova Mestre da Noite, deve crescer em carisma e personalidade. o flashblack das págs. 66-71, esclarece que Zarema é quase uma criança mimada, mas um personagem deste quilate, merecia durar mais de uma edição, especialmente se compararmos ela ao já citado Akhar Nun? ou também a Mhorag, o Mestre da Noite visto na edição 985 (Os Vampiros de Nadvora), sempre obras de Cajelli?
O Fator Estilo
No seu terceiro trabalho, Luca Raimondo confirma o seu grande defeito: o seu método de misturar as cores é praticamente idêntico ao de Bruno Brindisi. O trabalho do desenhista é seguramente bom, com ligeiros picos nas cenas de ação. E se o método de misturar as cores, embora muito apurado e de efeito, tem o peso de se assemelhar muito àquele de Brindisi, algumas problemáticas também na utilização da tinta: disseminada nas páginas encontramos alguns erros de perspectivas e proporções. E no geral algumas páginas funcionam pouco.
No que diz respeito aos personagens, o mesmo Harlan Draka parece debilmente com Ralfh Fiennes, em outras ocasiões tem sua personalidade gráfica não muito bem representada; a caracterização de Zarema é pobre e banal (como se não bastasse esta narrativa), uma irresistível loira, que qualquer desenhista pode desenhar mais ou menos como quer, sem trair esta versão. Pode que outras caracterizações, especialmente aquela de Nora, assim como também a interpretação e sobretudo as ambientações, nos parecem boas.
Em suma, Raimondo é o classico desenhista de grande potencialidade, mas que necessita de um estudo aprofundado para chegar a seu estilo próprio.
O Fator Cor
A capa de Enea Riboldi apresenta o defeito normal de uma coloração muito viva, que tem o seu lado negativo na horrível cabeleira do arqueiro. Como se não bastasse a quase total ausência de prespectiva, rende uma capa "fria", que não provoca a sensação de perigo iminente que a imagem deveria transmitir.
Em suma, nos entendemos: esta edição não é agradável em quase toda sua totalidade. Mas "Estação de Caça" já está escrita e desenhada, esperamos uma evolução dos argumentos, digno das melhores histórias de Cajelli.
Roteiro: 6,5
Argumento: 5,5
Desenhos: 6
No todo: 6
Matéria publicada originariamente no site: www.osservatoriesterni.it
Tradução de Janete e Joe Fábio Mariano de Oliveira
Com "Estação de Caça", Cajelli não entra na continuidade, mas cria sua história pessoal, que esperamos que evolua de maneira mais rica e fascinante, de como foi apresentada. A nova Mestre da Noite, deve crescer em carisma e personalidade. o flashblack das págs. 66-71, esclarece que Zarema é quase uma criança mimada, mas um personagem deste quilate, merecia durar mais de uma edição, especialmente se compararmos ela ao já citado Akhar Nun? ou também a Mhorag, o Mestre da Noite visto na edição 985 (Os Vampiros de Nadvora), sempre obras de Cajelli?
O Fator Estilo
No seu terceiro trabalho, Luca Raimondo confirma o seu grande defeito: o seu método de misturar as cores é praticamente idêntico ao de Bruno Brindisi. O trabalho do desenhista é seguramente bom, com ligeiros picos nas cenas de ação. E se o método de misturar as cores, embora muito apurado e de efeito, tem o peso de se assemelhar muito àquele de Brindisi, algumas problemáticas também na utilização da tinta: disseminada nas páginas encontramos alguns erros de perspectivas e proporções. E no geral algumas páginas funcionam pouco.
No que diz respeito aos personagens, o mesmo Harlan Draka parece debilmente com Ralfh Fiennes, em outras ocasiões tem sua personalidade gráfica não muito bem representada; a caracterização de Zarema é pobre e banal (como se não bastasse esta narrativa), uma irresistível loira, que qualquer desenhista pode desenhar mais ou menos como quer, sem trair esta versão. Pode que outras caracterizações, especialmente aquela de Nora, assim como também a interpretação e sobretudo as ambientações, nos parecem boas.
Em suma, Raimondo é o classico desenhista de grande potencialidade, mas que necessita de um estudo aprofundado para chegar a seu estilo próprio.
O Fator Cor
A capa de Enea Riboldi apresenta o defeito normal de uma coloração muito viva, que tem o seu lado negativo na horrível cabeleira do arqueiro. Como se não bastasse a quase total ausência de prespectiva, rende uma capa "fria", que não provoca a sensação de perigo iminente que a imagem deveria transmitir.
Em suma, nos entendemos: esta edição não é agradável em quase toda sua totalidade. Mas "Estação de Caça" já está escrita e desenhada, esperamos uma evolução dos argumentos, digno das melhores histórias de Cajelli.
Roteiro: 6,5
Argumento: 5,5
Desenhos: 6
No todo: 6
Matéria publicada originariamente no site: www.osservatoriesterni.it
Tradução de Janete e Joe Fábio Mariano de Oliveira
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