10 ANOS DE DAMPYR: ENTREVISTA COM MAURO BOSELLI
PARTE 1
Como já se anuncia o próprio título, abrimos este especial sobre os 10 anos de Dampyr, com uma entrevista com o criador da série, Mauro Boselli.
Boselli, nestes dez anos, soube construir uma das séries mais belas da Editora Bonelli, rica em aventura, folclore e com atmosfera.
Mauro Boselli é um dos melhores argumentistas da Bonelli, com uma centena de histórias criadas. Vem a ser, junto a Nizzi, o principal autor de Tex depois de Bonelli. Argumentou setenta Zagors e várias histórias para personagens, como Dylan Dog, Mister No e Comandante Mark.
O seu Dampyr completou este ano, o décimo aniversário, com mais de 120 edições na série regular, 5 Especiais, 2 Maxis e algumas edições especiais fora da série.
Mas, vamos a entrevista:
Dampyr inicialmente parecia destinado a se transformar em uma mini-série a ser publicada na Revista Zona X. O que mudou após a "promoção" a uma série regular?
Na realidade já pensávamos que o personagem tivesse potencial e não tínhamos pensado Dampyr como uma mini-série. Trabalhei como se não fosse e fiz de modo que se transformasse numa série. Quando Bonelli nos deu o "sinal verde" para a troca, para série, o projeto não estava adiantado, não tínhamos terminado nem mesmo a primeira dupla inicial. Todavia, estava escrevendo a edição nº 5 "O Teatro dos Passos Perdidos". Assim, Caleb e todo o resto já estavam previstos! Pessoalmente era certo que Dampyr devesse ter uma GRANDE série (no senso de longa e intrincada, e, não falo de valores).
Quando saiu a primeira edição de Dampyr, já tinha argumentado dezenas de edições de títulos importantes, como Tex e Zagor. Que coisa muda, entre escrever para personagens de outras séries já iniciadas e escrever o próprio personagem em uma série toda sua?
Tem-se responsabilidades diversas. No caso de outros personagens, tem de se ter o direito de respeitar o espírito, o caráter e as impostações, criados por qualquer outro, ao procurar escrever casos novos e interessantes. Com os próprios personagens há mais liberdade, se não outra técnica, porque, guardado os conteúdos, depois de um pouco, também eles pegam vida e ditam leis ao pobre autor.
Os criadores da série foram você e Maurizio Colombo. Num determinado ponto, porém, Colombo deixou a série. O que aconteceu? O que mudou em Dampyr, desde que sobrou somente você, para tocar a série para frente?
Colombo teve seus problemas. E ainda os tem. É justo não falar a respeito. Certo, no início pensei que seu abandono, criaria problemas para mim e para a série. Mas eu arregacei as mangas, como se diz. Dampyr ganhou minha visão pessoa, mas não sei que coisa perdemos com a falta dele e de suas histórias. Também porque, como se sabe, Colombo abandonou totalmente os quadrinhos.
Estava planejado desde o início. Penso que parece claro também, lendo somente os cinco primeiros números, não? As histórias têm contínuas referências internas, às vezes, quase exageradas. É um equilíbrio muito difícil. Por outro lado, as histórias com menos apelo a continuidade, também quando são belas, parecem ser as menos apreciadas pelos leitores fiéis. Isto sempre vai existir. Em breve haverá "passos a frente" para as tramas internas, algumas das quais serão aceleradas e terão conclusões violentas!
Uma outra característica de Dampyr, é a grande credibilidade histórica das ambientações e o atento uso de lendas e folclore. Para manter este nível, quanto documentação e procura é necessária aos argumentistas e desenhistas a respeito de outras séries bonellianas?
Falando somente por mim. Sou um perfeccionista e, para certas histórias, eu tenho e já li, mais de uma dezena de livros. Me diverte a procura, não é um problema. Mas me deparo sempre com argumentos que já conheço e que devo aprofundar-me, naturalmente. Às vezes, encontro idéias no ar e nos sonhos, às vezes nas viagens ou nos livros, ou numa história contada por qualquer um.
Matéria publicada originariamente no site: www.pianetafumetto.blogosfere.it
Tradução: Janete e Joe Fábio Mariano de Oliveira
Boselli, nestes dez anos, soube construir uma das séries mais belas da Editora Bonelli, rica em aventura, folclore e com atmosfera.
Mauro Boselli é um dos melhores argumentistas da Bonelli, com uma centena de histórias criadas. Vem a ser, junto a Nizzi, o principal autor de Tex depois de Bonelli. Argumentou setenta Zagors e várias histórias para personagens, como Dylan Dog, Mister No e Comandante Mark.
O seu Dampyr completou este ano, o décimo aniversário, com mais de 120 edições na série regular, 5 Especiais, 2 Maxis e algumas edições especiais fora da série.
Mas, vamos a entrevista:
Dampyr inicialmente parecia destinado a se transformar em uma mini-série a ser publicada na Revista Zona X. O que mudou após a "promoção" a uma série regular?
Na realidade já pensávamos que o personagem tivesse potencial e não tínhamos pensado Dampyr como uma mini-série. Trabalhei como se não fosse e fiz de modo que se transformasse numa série. Quando Bonelli nos deu o "sinal verde" para a troca, para série, o projeto não estava adiantado, não tínhamos terminado nem mesmo a primeira dupla inicial. Todavia, estava escrevendo a edição nº 5 "O Teatro dos Passos Perdidos". Assim, Caleb e todo o resto já estavam previstos! Pessoalmente era certo que Dampyr devesse ter uma GRANDE série (no senso de longa e intrincada, e, não falo de valores).
Quando saiu a primeira edição de Dampyr, já tinha argumentado dezenas de edições de títulos importantes, como Tex e Zagor. Que coisa muda, entre escrever para personagens de outras séries já iniciadas e escrever o próprio personagem em uma série toda sua?
Tem-se responsabilidades diversas. No caso de outros personagens, tem de se ter o direito de respeitar o espírito, o caráter e as impostações, criados por qualquer outro, ao procurar escrever casos novos e interessantes. Com os próprios personagens há mais liberdade, se não outra técnica, porque, guardado os conteúdos, depois de um pouco, também eles pegam vida e ditam leis ao pobre autor.
Os criadores da série foram você e Maurizio Colombo. Num determinado ponto, porém, Colombo deixou a série. O que aconteceu? O que mudou em Dampyr, desde que sobrou somente você, para tocar a série para frente?
Colombo teve seus problemas. E ainda os tem. É justo não falar a respeito. Certo, no início pensei que seu abandono, criaria problemas para mim e para a série. Mas eu arregacei as mangas, como se diz. Dampyr ganhou minha visão pessoa, mas não sei que coisa perdemos com a falta dele e de suas histórias. Também porque, como se sabe, Colombo abandonou totalmente os quadrinhos.
Uma das características peculiares de Dampyr é levar avante uma precisa continuidade, sempre respeitando o formato bonelliano da legibilidade, de um número independente dos outros. O uso das tramas e sobretramas complexas , como política de eventos, também a distância dos anos, é um aspecto que já estava pensado do início ou foi introduzido durante a coleção?
Uma outra característica de Dampyr, é a grande credibilidade histórica das ambientações e o atento uso de lendas e folclore. Para manter este nível, quanto documentação e procura é necessária aos argumentistas e desenhistas a respeito de outras séries bonellianas?
Falando somente por mim. Sou um perfeccionista e, para certas histórias, eu tenho e já li, mais de uma dezena de livros. Me diverte a procura, não é um problema. Mas me deparo sempre com argumentos que já conheço e que devo aprofundar-me, naturalmente. Às vezes, encontro idéias no ar e nos sonhos, às vezes nas viagens ou nos livros, ou numa história contada por qualquer um.
Matéria publicada originariamente no site: www.pianetafumetto.blogosfere.it
Tradução: Janete e Joe Fábio Mariano de Oliveira
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