quarta-feira, 23 de novembro de 2022

 
Série: Dampyr 265
Episódio: Almas de cera
Textos: Gianmaria Contro
Desenhos: Max Avogrado
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Omar Tuis
Páginas: 96 
Editora: Bonelli, 4-2022
 
 
 
A legista Paola Lucchesi tem uma estranha surpresa ao realizar uma autópsia. Encontrado nos Jardins Boboli, em Florença, o corpo de um faxineiro, Darko Krusevac, tem os tecidos cobertos por adipocera, como se tivesse sido imerso em água depois de morto, com um parasita amebóide infiltrado entre as células. De repente, o cadáver revive, mata o assistente de Paola e sai andando com as próprias pernas.
A médica, suspeita de ser a assassina de Darko, pede ajuda ao Professor Angelo Sanna, que por sua vez recorre a Harlan. Dampyr chega a Florença e, investigando, chega a uma boate, onde encontra um personagem suspeito, que foge dele e, descobre que um certo Van Wesel injetou uma substância em Krusevac. Harlan, Paola e Angelo encontram facilmente a morada de Van Wesel, um negociante de arte singular completo com guarda-costas, que esconde corpos em grandes geladeiras que ele explica serem modelos de cera.


Ao descobrir que seus adversários são imunes às armas convencionais, Harlan dá um jeito de enfrentá-los e põe as mãos no precioso diário de Gaetano Giulio Zumbo, artista do século XVII de modelos anatômicos em cera e inventor da misteriosa "cera animal". Os nossos encontram-se, assim, tendo de desvendar o novelo de uma rivalidade secular entre imortais, na qual um Mestre da noite também está indiretamente envolvido. 
 
Uma história original e envolvente, que causa horror ao nos mergulhar em um mundo de modelos anatômicos e corpos putrefatos, cadáveres reanimados e feridas purulentas. Mas o horror, nunca gratuito, é funcional ao caráter perturbador dos personagens que animam à história, veterenos de outra época, feitos de ciência, ignorância, arte, alquimia e pragas. O cenário florentino é perfeitamente adequado, com cenários incomuns como os Jardins de Boboli e o Museo della Specola.
 

Os desenhos de Avogrado são muito realistas e cinematográficos na parte visual e nas tomadas. Particularmente bem sucedida é a cena do confronto entre Harlan e o guarda costas Johannes, em que a "fotografia" também é muito precisa, com iluminação por baixo que confere à cena uma atmosfera dramática. Em seguida, destacam-se as mudanças na técnica dos flashbacks, pitorescos na história de Zumbop e "posterizados" em um preto e branco bem plano na sequência com Saint-Germain.
 
 
 
Publicado originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot

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