segunda-feira, 7 de novembro de 2022

 
Série: Dampyr 262
Episódio: Escravos da krokodil
Textos: David Barzi
Desenhos: Fabiano Ambu
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Omar Tuis
Páginas: 96 
Editora: Bonelli, 1-2022

 
 
Harlan, Kurjak e Tesla estão na Armênia para investigar o ataque de um grupo de não-mortos no Orfanato Gyumri, que estranhamente só matou adultos. Fazendo-se passar por jornalistas, Harlan e Kurjak obtêm da enfermeira Ghegel a explicação da descoberta do urso de pelúcia Dikobraz: dois irmãos criados no orfanato, Hagop e a sua irmã Sirihui, identificaram-se com o ursinho Dikobraz e a ovelha Ovjeta, protagonistas de uma série de livros e desenhos animados soviéticos da década de 1960; o pai dos meninos foi morto no Azerbaijão durante uma limpeza étnica contra dos armênios, e a mãe morreu pouco depois de dar à luz a Sirihui.
 

No hospital de Erubini, nosso pessoal fica sabendo por Michel Dast e Arno Lotsari, do Medical Team, que Hagop havia se viciado em krokodil, uma droga muito barata, que em poucas semanas torna a pela semelhante à de um crocodilo, com expectativa de vida de dois ou três anos. Para sair, Hagop se alistou, acabando no Curdistão com um grupo paramilitar de mercenários.
Harlan e seus pards descobrirão que o ataque ao orfanato foi o primeiro ato de vingança não apenas contra enfermeiras e médicos dedicados à venda da krokodil, mas também contra um irmão culpado de abandono. O confronto acontecerá no porão da cidade fantasma de Agdam, no Azerbaijão.


Neste episódio, centra em uma realidade de abuso infantil e tráfico de drogas, destaca-se a crueldade dos médicos e enfermeiros do orfanato. Os dois jovens protagonistas, órfãos da guerra, têm essencialmente um destino marcado: para eles não há escolha, não há esperança de salvação, senão na solução final, a única em que podem finalmente encontrar-se.
É sempre um prazer poder admirar os desenhos de Fabiano Ambu, por vezes arejados e com grande sentido de espaço, sobretudo nas múltiplas vinhetas das paisagens e vislumbres arquitetônicos, mais frequentemente escuros e cheios de sombras, a traduzir a melancolia da história. O traço é limpo, claro, e notamos a habilidade do artista mesmo em pequenos detalhe como os tendões de uma mão, a ruga de um rosto ou um boneco abandonado, capaz de criar efetivamente sentimentos de tensão, raiva ou tristeza.
 
 
 
Publicado originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot

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