domingo, 28 de junho de 2015


Dampyr 179 - Crítica


Dampyr e o hospital que não deveria existir


"Caros amigos damyrianos, estamos aqui de novo para falar do nosso matador de vampiros preferido! O personagem idealizado por Mauro Boselli e Maurizio Colombo, chega a cento e setenta e nove edições, com uma história que antecipa retorno da série à continuidade (com "O Filho de Kurjak" - 180 - que foi para as bancas italianas em 5 de março). Para a ocasião, Mr. "escreve tudo" Boselli, confiou a um trio de todo respeito a confecção desta história: os escritores Samuel Marolla e Diego Cajelli  e - naturalmente - o audaz desenhista Alessio Fortunato.
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Iniciava assim - a crítica que tínhamos começado a escrever nos primeiros dias de frio e chuva de fevereiro passado. Foram necessários que alguns Audazes se dedicassem a corrigir os escritos. Chegamos a este junho radiante e úmido que vemos concluir-se a estupenda história dupla realizada por Boselli e Rosenzweig (Dampyr 182 e 183). Mas o espaço temporal de uma crítica não é sempre um fator invalidante porque escrever - de fato a história em questão, alguns já escreveram e foi lido por alguns - e a liberdade maior então, como se diz no dialeto Audaz, tudo tem seu fascínio, nós garantímos. Depois desse embaraçante preâmbulo, passamos a falar sobre "O Hospital Amaldiçoado", Dampyr 179. Boa leitura!
A angustiante e macabra história macabra se desenvolve no interior de um hospital abandonado, situado na Ilha de Arran, ao largo da costa da Escócia. Os passageiros do "Northern Star", nome do navio que faz cruzeiros, encaram uma experiência que recorda muito aquela dos passageiros do Concordia. Depois do naufrágio da embarcação, as autoridades da Ilha, para fazer os primeiros socorros, decidem reabrir o velho e - com razão - Hospital "Bran Moor". Willian Hopley, agente de polícia local, que já conhecia a fama do hospital no passado, chama para investigar a sua amiga Maud Nightingale, caçadora de fantasmas, que trás com ela um amigo expert em caso de manifestações fantasmagóricas, vampiros e monstros variados (adivinhem que é?). Inútil dizer-lhes que o nosso Harlan será fundamental para que o Hospital "Bran Moor", feche as portas de uma vez por todas!
As ambientações da história é o ponto alto - e muito usadas - para a realização de uma história de horror como os fãs gostam! Apesar das nossas expectativas com relação a edição, durante toda a leitura da história não nos convenceu totalmente. O argumento nem sempre consegue evitar um certo sabor de déjà vu e ação não satisfaz como poderia.
Mas isso não tolhe o impacto visual da vívida representação de pesadelos e angustia que emergem no contexto claustrofóbico do hospital amaldiçoado eficazmente desenhado por Alessio Fortunato. Sobretudo, as perspectivas distorcidas, as atmofesras inquietantes e as passagens em que as palavras são quase supérfluas, tornando palpáveis os medos mais escuros. Exatamente o que deve-se propor um quadrinho de horror, buscar a parte mais irracional de todos nós.

O roteiro e parte do argumento foram realizados por Samuel Marolla, no seu quarto trabalho na série regular. O autor retorna depois de trinta meses, seu último trabalho foi a "Casa do Crepúsculo" (Dampyr 149, agosto de 2012), cujo desenhista foi Maurizio Dotti, que era muito querido dos leitores. Mas uma repassada no seu trabalho em Dampyr, não podemos deixar de citar sua fulminante estréia, "A Pousada" (Dampyr 128, novembro de 2010), realizada graficamente por Arturo Lozzi e a segunda história "A Boneca Veneziana" (Dampyr 143, fevereiro de 2012), realizada por um inspiradíssimo Alessio Fortunato nos desenhos. Sua última história, cronologicamente, foi "Os Horrores de Khara Khoto" (Maxi Dampyr 6, julho de 2014), com desenhos de Fabiano Ambu.

Diego Cajelli, co-autor da edição, é uma das colunas da série e seu trabalho é sempre elogiado pelo público da SBE. Nascido em Milão, 1971, fez seu ingresso na Bonelli na metade dos anos 90, colaborando com Carlo Ambrosini. Não parou mais. Sua contribuição em Dampyr, como já foi falado, é extensa. E por esses dias, foi para as livrarias, seu primeiro trabalho literário.


Falemos agora do realizador gráfico desta história, que nos permitiu com seu trabalho, gozarmos dessa angustiante aventura dampyriana: Alessio Fortunato. Quem segue o blog, sabe da nossa admiração pelo trabalho dele. Recebeu o prêmio de Personagem Audaz, no ano da primeira edição do prêmio. A sua estréia em Dampyr aconteceu em janeiro de 2011, com a inesquecível aventura "A Casa das Cegonhas" (Dampyr 130, com textos de Mauro Boselli); seu segundo trabalho foi, a já citada, "A Boneca Veneziana" e treze meses depois, seu penúltimo trabalho, "Noite no Grand Guignol", sempre com textos de Boselli. Falar do traço divino de nosso amigo da Puglia, nos parece redundante. Trata-se de um dos maiores desenhistas italianos vivo, e, sem sombra de dúvidas, um talento ainda em fase de crescimento. O seu estilo continua a evoluir em direção das margens que talvez ele próprio não tenha conhecimento disso. O que temos certeza é que o resultado final é sempre uma delícia para os olhos e isso precisamos reconhecer.


Ilustração de Alessio Fortunato para a Napoli Comicon 2015




"O Hospital Amaldiçoado"

Série: Dampyr
Número: 179
Data: fevereiro/2015
Sergio Bonelli Editore

Roteiro: Samuel Marolla
Argumento: Diego Cajelli e Samuel Marolla
Desenhos: Alessio Fortunato
Capa: Enea Riboldi









Matéria publicada originariamente no blog: gliaudaci.blogspot.com

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