Série: Dampyr Especial 16
Episódio: Os vampiros de Mompracem
Textos: Mauro Boselli
Desenhos: Marco Villa
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Omar Tuis
Páginas: 160
Editora: Bonelli, 11-2020
Depois de um sonho híper real com um grupo de piratas malaios, o Professor Zardek informa a estudante Llian Blake da sua idéia de enviar alguns amigos ao mundo de Salgari, para restar uma máquina inventada por ele. Sua hipótese é que é possível viajar não só pelos mundos do Multiverso, mas também pelos mundos literários. E sua intenção é propor a viagem a Kurjak, amante das histórias de de Sandokan, e a Harlan.
Kurjak e Harlan já estão em Londres, junto aos caçadores de vampiros Dean Berrymore e Jack Tarrant. Na pista de alguns cadáveres sem sangue, o grupo termina na mansão do Mestre da Noite Adso von Klatka, aliado de Marsden e de Vlatna. Depois de algumas investigações Harlan deduz que von Klatka quer atingir seus amigos londrinos.
No Globtrotters Club, de fato, o vampiro está a ponto de matar o Professor Zardek. Surpreendido por Harlan, von Klatka, foge usando a máquina do professor, levando consigo Harlan para o universo salgariano.
Harlan e Kurjak seguem o fugitivo, mas depois chegam a seu destino, separados. Na selva de Bornéo, depois de ter conquistado a confiança de Yanez e dos tigres de Sandokan, Kurjak consegue se juntar a Harlan, que entretanto, na ilha de Mompracem salvou a vida de dois membros do grupo, durante a invasão ao covil de seu inimigo, o Duque Negro, que não pe outro senão von Klatka.
O Mestre da Noite no entanto, está cercado por um bando de não-mortos, fez de Lilian sua amante e tem Sandokan como prisioneiro, e pretende usar este último para atuar num plano onde pretende se transformar no dono daqueles territórios. Mas o Mestre von Klatka terá que acertar contas com Harlan Draka e seus novos aliados, e com a força de vontade inabalável de Sandokan.
Este episódio é uma apaixonada homenagem de Boselli a Emilio Salgari, homenagem feita através dos personagens e as ambientações do escritor de Verona. Para recriar a atmosfera salgariana contribui, além dos desenhos, inúmeros nomes e termos característicos, especialmente da flora, fauna, armas e da localidade, que o Nosso menciona profundamente: plantas como bananeiras, pombo, nagassi, etc; armas como a espada parang ilang, a zarabatana sumpitam, a lâmina kampilang e assim por diante. Os vampiros de Mompricem é uma história tipicamente de aventura, muito diferente do padrão dampyriano. Tudo parte de um engenhoso expediente narrativo, como a máquina que faz viajar no Multiverso e nos mundos literários, elemento que abre extremas possibilidades narrativas para o futuro da série.
Este é o primeiro episódio longo de Dampos que vemos nos desenhos Marco Villa. O artista saiu-se muito bem, demonstrando que tem margem para melhorar. Elementos de força de seus desenhos são as expressões, em particular aquelas de um combativo Sandokan (como na página 102), e as paisagens, como aquelas da selva e do palácio do Rajá (página 124). Entre as melhores coisas está, sem dúvida, o castelo de von Klatka, retratado em páginas de ricos tons escuros, em que o artista nos presenteia com uma citação a Caspar David Freidrich e suas românticas paisagens em ruínas (página 27)
Nenhum comentário:
Postar um comentário