quarta-feira, 28 de novembro de 2018


O santo vindo da Irlanda - Dampyr 224



História e roteiro: Mauro Boselli
Desenhos: Michele Rubini, Nicola Genzianella, Michele Cropera, Majo
Ilustrações: Lucio Parrilo, Ivan Cavini, Paolo Barbieri, Alberto Del Lago, Edvige Faini, Luca Zontoni, Antônio de Luca, Angelo Montanini, Dany Orizio

Colorido: Romina Denti (para Michele Rubini e Michele Cropera) e Giovanna Niro (para Nicola Genzianella e Majo)
Capa: Enea Riboldi

Crítica por Paolo M.G. Maino

Finalmente chegou às bancas o tão esperado número 224 de Dampyr - O santo vindo da Irlanda! Anunciado faz tempo pelo excepcional elenco de desenhistas envolvidos: 4 desenhistas muito amados pelos leitores de Dampyr (Rubini, Genzianella, Cropera, Majo), 9 excelentes ilustradores dedicados a fantasia e 2 ótimas coloristas); pelos personagens que já sabíamos estar envolvidos na trama: dois Dampyrs, Taliesin e Harlan, Dolly Mac Laine, Finnian-São Frediano, dois (ou mais) mestres da noite e viagens no multiverso que faz subitamente pensar em um outro arqui-inimigo de Harlan e pards, o escorregadio Sho Huan, lançado em dupla versão, a regular da banca com capa de Riboldi (infelizmente o fator menos convincente para mim) e com uma capa variant nas livrarias (em 15 de novembro em todas as livrarias em solo italiano) com prodigiosa capa do grupo de artistas No Curves, finalmente podemos fozar desse número realmente único. 
Mas porque o número 224 deve ser colorido? Qual o motivo para edição de luxo? Não bastava, no caso, uma variant? Não faz pouco tempo tivemos aquela dedicada a Tesla em Danças Macabras? A idéia da história em Lucca com o envolvimento de tantos desenhistas já não era suficiente para este número, tanto na série regular como uma outra edição? Mas tudo foi esclarecido no sábado, 3 de novembro, quando foi colocada a cereja do bolo, com uma notícia inesperada (também para muitos que trabalham para e na Bonelli!): em janeiro de 2020 será lançado o filme sobre Dampyr! Uau... e então a celebração adquiriu um senso de dever cumprido!
Passamos agora aos comentários sobre a história e contrariamente do que fazemos, falaremos sobre os desenhos. A idéia é notável: páginas splash page (às vezes duplas) no meio da história, de autoria de 9 ilustradores, e as páginas não são inseridas para embelezar, mas para completar a narração, como em uma visão deslumbrante que exprime um pensamento ou uma situação. 
Ao leitor é perguntado muito, porque se passa de um código narrativo (o quadrinho) a um outro (a ilustração) mas no fazê-lo tem o suporte do quadro de desenhistas amadíssimos: Rubini volta à época medieval, onde ele foi muito bem (Dampyr 198-199) e desenho de novo Taliesin, um século mais velho; Genzianella continua a contar o passado e as ações de São Frediano em Lucca; Cropera nos transporta para o tempo presente, mas também além do espaço e do tempo nesta linha contínua Majo, com uma conclusão que homenageia diretamente Lucca Comics (e a homenagear a todos, estão as explêndidas cores de Romina Denti e Giovanna Niro). Cada uma das partes exala o cuidado e a beleza para uma história que não dá espaço à descontinuidade, enquanto se move no espaço-tempo tão distantes. Aliás, diria que a utilização de 13 desenhistas diferentes é uma espécie de imagem concreta do multiverso dampyriano, tão aberto a milhares de desenvolvimentos e pronto a abrir portas para infinitas realidades. 
Certo, não é uma história fácil para quem se aproxima pela primeira vez de Dampyr, talvez corretamente atraídos pelo que leu e ouviu ou curioso com o filme que será lançado ou para quem decidiu comprar a edição deluxe na livraria. E então, talvez mais que contar o que aconteceu, vamos tentar suscintamente, dizer quem são os atores. 
Finnian/São Frediano é um príncipe irlandês que se encontra com Vanth, bela e demoníaca mestra da noite ligada a Angus Og, um outro mestre da noite que no presente é um dos principais inimigo de Harlan Draka, mas como o nome de Marsden. Desse modo se clareiam as coisas: Finnian com Taliesin (o dampyr da época medieval com o poder de matar mestres da noite como Harlan) contra Vanth no passado medieval; Harlan e Kurjak na Lucca do presente descobrem a história de Finnian e Taliesin graças a Dolly Mac Laine, uma escritora de romances de amor e aventura que é na verdade é ligada a Draka, o pai de Harlan, que já contou tantas histórias do passado.
Em Lucca existem traços de mestres da noite, mas obviamente a coisa não é assim fácil de se resolver, porque a tramar na sombra está Sho Huan, aliado (mas será assim?) com Marsden. Sho Huan nao é um mestre da noite mas é ligado ao passado mítico de Taliesin sendo filho ilegítimo de Artos, Rei da Bretanha e uma mulher da estirpe dos Shide, e sobretudo, tendo com si um pedaço do caldeirão de Dagda, que os permite viajar no multiverso (e o mesmo caldeirão que Taliesin conseguiu conhecimentos sobre os mestres da noite). Além disso, Sho tem ligação com o culto dos sacerdotes de Kuen-Yiun, cujo objetivo é fazer retornar os Grandes Antigos, monstros semidivinos do imaginário lovecraftiano e tem também esse objetivo e para fazê-lo está pronto a explorar também um amigo de Harlan, o fiel Kurjak, que há algum tempo tem uma natureza dupla, pois foi possuído pela máscara branca de Carcosa!
Basta isso? Talvez não, mas com paciência e seguindo a história que é apaixonante também para aqueles da primeira vez, poderão gozar da leitura e talvez procurar de conseguir algum Dampyr entre as tantas pérolas publicadas nestes 18 anos!
E para os dampyrianos mais aficcionados terão "pão para os seus/nossos dentes". Boselli traz "tantos nós ao pente", em uma história que não é somente celebrativa, mas como sempre na saga de Dampyr, se junta ao novelo da complexa continuidade. Se eu leria novamente alguma história antes dessa leitura? Difícil elencar... mas talvez números recentes relerei: Dampyr 198-199 (a história dupla de Rubini sobre o ciclo britânico de Taliesin); Dampyr 202 que conclui a trilogia iniciada no número 200 e que faz entender bem as ligações entre Marsden e Sho Huan e depois Dampyr 188 com a história da máscara de Carcosa que está marcando Kurjak. Boa Leitura!



 Crítica publicada originariamente no blog: www.fumettiavventurarecensioni,blogspot.com

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