domingo, 11 de fevereiro de 2018


Dampyr Especial 13: A Terra das Águias, a crítica

Francesco Borgoglio

O último Dampyr Especial, o décimo terceiro dessa coleção, chegou nas bancas em 21 de outubro passado. Os textos trazem a assinatura de Claudio Falco, o escritor mais prolífico do personagem depois de Mauro Boselli, co-autor do personagem junto com Maurizio Colombo.

O escritor napolitano, médico de profissão, cruza com indiscutível classe um acontecimento curioso baseado numa faixa da história pouco conhecida pela maioria, mas decididamente sugestivo. A colocação cronológica e geográfica - deliciosamente vampiresca - é próxima a mesma em que viveu Vlad Tepes, o herói nacional romeno, conhecido de todo o mundo com o nome de Drácula, graças a obra prima literária de Bram Stork. Nos encontramos, como podem intuir, na península balcânica sob invasão turca, mais precisamente entre a Sérvia e Albânia.

A terra das águias, que dá o título a história, nos põe de frente a um outro campeão dos cristãos em oposição a ameaça otomana: se trata de Gjergj Kastrioti, dito Skenderbeu, líder e patriota albanês. Falco retrata fielmente os eventos da época e oferece uma explicação toda dampyriana às incríveis ações e façanhas militares que fez de Skenderbeu, uma verdadeira lenda entre seu próprio povo. Ancorado solidamente no passado e projetadoem uma aura de mistério no presente, o enredo coloca em campo dois novos mestres da noite prontos para o encontro final entre os dois, para ver quem assume o domínio sobre a Albânia.

Harlan, Kurjak e Tesla, entram na história envolvidos pelo amigo e professor Hans Millius, que foi contatado por uma colega acadêmico italiano, o enigmático Simone Altafoglia. Para o protagonista e seus inseparáveis companheiros é o início de uma aventura ousada e imprevisível, de resultado incerto até a cena final.

A terra das águias é uma edição intensa e prazeirosa. Somos capturados pela narrativa e ao mesmo tempo pelo contexto histórico em que é elaborada. As suas páginas exprimem no roteiro e no desenvolvimento a quintessência de Dampyr, que une de maneira convincente a irresistível ação e saber, divertimento e cultura, como um Martin Mysterè em versão horror.

Não por acaso, quem desenha esse Especial é Fabrizio Russo, um desenhista que se emprestou várias vezes para as páginas do Detetive do Impossível, antes de se tornar em um veterano do Filho do Diabo; aqui dá prova da técnica e do talento de que é dotado representando com naturalidade e fluidez as contínuas trocas espaço-temporais que se disseminam na pulsante trama. O cuidado com os detalhes, a fineza do trato e a qualidade das páginas de Russo representam o valor artístico de quadrinho de excelente, do ponto de vista textual. 



Crítica publicada originariamente no site: www.badcomics.it

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