domingo, 10 de setembro de 2017


Crítica: Dampyr #210 - O Filho de Erlik Khan

Escrita por Andrea Tondi


"Mas eu tenho o que precisa para incendiar a noite"

Há lugares em que a idéia de folclore ocidental nunca chega, um esteriótipo que todos nós temos na cabeça que se arrasta lento, cansado e raramente consegue sair de um padrão pré-fixado e cristalizado por um longo tempo: se então também vocês estão cansado de verem lendas célticas e bretãs, eis que o # Dampyr 210 - O Filho de Erlik Khan, realizado por Giorgio Giusfredi, Andrea Del Campo e Enea Riboldi, trás um sopro fresco em um quente verão que não quer acabar mais.

EM UM ORIENTE NÃO MUITO LONGE...

Estepes do Turcomenistão, Ásia Central. Na eterna batalha entre os Mestres da Noite, eis que um dos nove filhos de Erlik Khan, uma dos seus nove sentimentos ruins, se rebela contra o pai: é o espírito da discórdia, incapaz de se segurar para não disseminar a cizânia contra seu pai. Depois de séculos confinado na região asiática, retorna a ribalta: mas encontra Dampyr a bloquear-lhe a estrada, em uma longa viagem entre legiões de não-mortos e chefes de tribos locais. Todo o episódio se mostra clássico na sua construção, seja pelo início, seja no coração da ação, seja pela estrutura dos golpes de cena sabiamente inseridos, todavia, essa edição não quer por certo trazer uma mudança de rota na série, mas presentear com uma prazeirosa aventura a cavalo, entre o horror e a descoberta folclórica. Eis então a nossa equipe de batalha que como em um moderno game de guerra, consta com diferentes componentes: Kurjak no papel de vanguarda, Tesla como Valquíria, Arno no suporte e Nascissus, o guerreiro romano, além de Harlan, que não pode faltar, aliás, o nosso herói legendário.

UMA PEQUENA CRÍTICA

Apesar da leitura leve e despretensiosa, me sinto na necessidade de uma pequena crítica (sugiro de não prosseguir se não leu o número em questão): ultimamente (ou seja, nos últimos doze meses), acho que os autores da série estão utilizando muito "deuses", salvadores da pátria que aparecem de repente. De fato, dessa feita, somente um, Draka, pai do herói. Embora eu entenda a presença insistente do personagem por causa de seu papel, muitas das vezes a sua chegada, a sua aparição em cena resolve situações complexas que parecem sem saída. Isso constitui um limite que a longo prazo, esgota a paciência do leitor e torna irrelevante o funcionamento do time antivampiros. Além dessa observação, bem, em vez disso, bom seria a abertura de novos tipos de folclore, que podem trazer novas idéias narrativas.



Crítica publicada originariamente no site: www.c4comic.it

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