quinta-feira, 18 de agosto de 2016


Dampyr 197: A Vingança de Severa, a crítica.


Por Francesco Borgoglio
As Presas de Annwn, que foi para as bancas (da Itália) A Vingança de Severa, segundo e conclusivo ato da aventura iniciada no mês passado com Dampyr 196. Abandonados como o amigo de Harlan, o arqueólogo Matthew Shady, estávamos em suspense para saber o destino de um punhado de heróis guiados por Aurelio Ambrosio e Taliesin. Pela boca de Amber Tremayne - tia do protagonista que viveu na primeira pessoa a história - agora saberemos como terminou, e o que aconteceu com a Rainha dos Tylwyth Teg, a assustadora Black Annis. 

O título da edição é dedicado ao epiteto original romano, a potente bruxa perdeu o confronto no mundo dela, em Annwn, mas está decidida a vingar-se indo até à Bretanha. Ela conseguirá fazer algumas vítimas em sua terrível vingança.

Entram no jogo outros personagens de destaque da saga arthuriana, todos rigosamente com o apelativo em Galês antigo: Myrddin (Mago Merlin), Drustan (Tristan), Morgawse (Morgana) e seu filho Medraut (Morded). Estes últimos representam duas peças cruciais da trama, que mostra o amor impossível entre Gwerfahr (Ginevra) e LLenlleawg (Lancelot) e ascenção ao trono do General Artos (Arthur).

Morda surge entre as páginas com golpes de Mestre (da Noite, adicionamos nós). Os componentes da sua ração se fazem mais uma vez numerosos no final da história, com a aparição de Draka e depois Sho-Huan. Sim, também o potente viajante multidimensional está ligado de algum modo ao mito de Arthur por um de seus antepassados. Está pronto então a alinhar-se ao lado de Black Annis para o encontro decisivo com os inimigos comuns.

Digna a conclusão de "As Presas de Annwnn", a "Vingança de Severa", é um quadrinho denso de ação, transporte, interesse. Mauro Boselli com um proceder quase científico, dissemina intriga, satisfaz quesitos levantados até agora ao longo da trama, colocando novos e ainda emocionantes, ampliando dramaticamente os limites de sua obra e de Maurizio Colombo, transformando-a em uma incrível fantasia-horror.

A arte e o talento de Marcelo Mangiantini - um veterano da Sergio Bonelli Editore, crescido em Zagor e na segunda experiência com o Filho do Diabo, depois de "A Névoa" de Luigi Mignacco (Maxi Dampyr 7, 2015) - estão concentrados na intensidade gráfica sempre presentes em cada página. Há uma clara ruptura com o estilo e o trato do episódio precedente, ilustrado por Dario Viotti, mas em completa sintonia com a qualidade exigida.


Crítica publicada originariamente no site: www.badcomics.it   

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