domingo, 9 de agosto de 2015


DAMPYR: O RETORNO DE AMBER!

Refletores apontados para a história dupla que sairão em agosto e setembro: Mauro Boselli nos acompanha para descobrirmos os segredos da saga arturiana de Dampyr!

Já se passaram doze anos de quando, nos números 43 (A Lenda de Amber) e 44 (O Segredo Negro) de Dampyr, nos foi contada uma parte da longa e excitante existência da bela Mestre da Noite Amber Tremayne na Bretanha, ou seja, na mesma época do mítico Rei Arthur. Finalmente é chegada a hora de dar seguimento àquela história dupla e, ao quanto parece, nos números de agosto e setembro dos Matadoures de vampiros da Bonelli, não somente reencontraremos Amber, mas será também revelada à identidade do Dampyr do passado! Para nos apresentar esta aventura de verão, rica de personagens, ação, vampiros e golpes de cena, entrevistamos Mauro Boselli, autor das histórias "O Segredo de Amber Tremayne e "Taliesin, o poeta".


Porque demorou tanto para podermos ler a sequência da história de Amber?
Posso responder com um provérbio Horaciano? "Ars longa, vita brevis!" Em poucas palavras: idéias e querer tanto, mas a força, o tempo e a ocasião para realizar às vezes faltam: A nossa série já é muito complexa e, no curso dos anos, apresentou aos leitores um vasto elenco de personagens e diversos ciclos narrativos internos. Eu tive que me dedicar a Thorke e a saga da Dimensão Negra, às aventuras de Jeff Carter e Ann Jurging. Contamos também com as ações de Victor e Araxe e os experimentos de Draka para encontrar um acesso aos mundos paralelos... Os filões dampyrianos são realmente muitos para poder aqui elencar todos.

O motivo desse atraso seguido sobre Amber, com anexa revelação sobre a identidade do dampyr do passado, é simples: se trata de matéria complexa de tratar que até eu, acostumado com minhas tramas absurdamente complexas, não era certo de poder dominá-la. Temia que todos (do Diretor Marcheselli aos leitores) me cercassem, com forcados e tochas na mão, para me caçarem.

Porque agora então? O que te fez pensar que o momento chegou finalmente? 
Estamos nos aproximando do número 200 da série e não queria adiar mais. Além disso, com o passar dos anos, eu penso de ter adquirido mais sabedoria e ombros largos para enfrentar as consequências de enviar para as bancas uma aventura desse quilate.

Mas o que nos espera, então, nas edições de agosto e setembro? 
Inicialmente, esta história dupla não será a única sobre o passado de Amber: no ano que vem estão previstos outros dois episódios duplos com variado enredo e, espero apaixonante. Entre os meus interesses históricos, tenho uma predileção especial pela considerada Era Arthuriana, mais pelos lugares do que por eventos: O Vale Adriano, às montanhas do País de Gales, às costas da Cornuália, a floresta bretã de Broceliande, antigas cidades romano-britânicas como York e Caerleon.



Daqueles séculos, depois do abandono da Grã-Bretanha por parte de Roma, se sabe pouco ou nada. Possuo consideráveis volumes históricos, que no final resultam em duas páginas: nome de personagens realmente existiram como Vortigern, Ambrosius Aurelianus, Marcus Conomorus, o mesmo Arthur, e pouco informam sobre data e lugares. O resto é escuridão e conjecturas sobre como, muito antes dos históricos modernos, autores de narrativas épicas, crônicas e lendas.

Existem fragmentos de textos clássicos da literatura do País de Gales, antigos como o "Mabinogion" e poesias escritas naquela língua quase intraduzível, atribuídas a Taliesin, Aneirin, Myrddin e outros legendários cantores. Como muitos sabem, a partir desses raros textos, os poetas medievais mais tarde (do Século XI a XV) fizeram incríveis histórias tendo como inspiração a Bretanha, ou seja, as ações do Rei Arthur, dos seus cavaleiros e suas damas, como por exemplo, Galvano, Lancelot, Tristão, Isolda, Genebra e a Dama do Lago.

Com essas histórias se insere no lendário mudo Arthuriano ou fornece sua própria versão dos "fatos"? 
Não existe somente uma também se ações mais célebres são aquelas codificadas da Malory na "Morte de Arthur", e, em seguida, de poetas românticos como Tennyson e de romancistas como T.H.White. Como os mais atentos leitores dampyrianos são - encontraram, entre as páginas da série, um personagem jovem, amante da literatura, Timothy O´Brien - existe um notável número de apaixonados pela cultura e escritores modernos que escrevem coisas arthurianas, herdeiros desta tradição "chamada Grã-Bretanha", percursora deste gênero de fantasia.


Como os cavaleiros medievais, hoje também tais autores se contam às dezenas, para não dizer à centena. Cada um deles - como Rosemery Sutcliffe, Stephen Lawhead, Anna Taylor, Bernard Cornwell, Robert Hodstock e inúmeráveis outros - ofereceram suas versões sobre o mito. Simplificando, são duas posições opostas para se observar o argumento. A primeira é uma reconstrução o mais próxima possível da História, imaginando como deveria ser a Bretanha romântica do Quinto Século (aquela escolhida por exemplo, por Sutcliffe e de um como "Rei Arthur", de Antoine Fuqua). Outro ponto de vista é aquele da visão clássica de Arthur que emana dos poemas, romântica e anacrônica, com os seus cavaleiros medievais, e rica de magias, maravilhas e bruxarias, como nos livros de White ou nos quadrinhos de Hal Foster.

Entre as duas abordagens existem infinitas vias no meio. Eu me pautei sobre a reconstrução histórica o mais próximo da verdade, porém, como é natural em Dampyr, juntei vampiros, um pouquinho de ciência druida e muito horror. Com a ajuda dos desenhistas recriei o que realmente aconteceu (as Guerras conta os Pitti, o ataque dos Saxões, o abandono de Londres, a resistência do País de Gales e Cornuália), usando algumas figuras históricas como Vortigern, Marcus Conomorus, Arthur e por aí vai, repescando, porém, também outras célebres figuras metade História, metade mito, devolvendo-lhes a mais genuína origem celta.

Tudo muito interessante, mas... e Dampyr? Quando entra na história? 
Harlan entra somente relativamente, na verdade, senão como descendente de alguns destes personagens. Mas no fundo a série se chama genericamente "Dampyr" e o protagonista desta saga é um dampyr do passado... Sim, já foi visto e alguns leitores já adivinharam a sua identidade. Não direi mais, para não estragar a surpresa de ninguém, mas no fundo, entender, quem seja é simples (pode-se vê-lo na capa de agosto e já falei demais a respeito...)


Espero que meia dúzia de fanáticos como eu, apaixonados por lendas medievais britânicas, tenham a paciência de seguir o intrincado desenrolar da história. Saibam que a saga nao exaurirá com esta duas edições, desenhadas pelo grande Mauro Laurenti e que veremos entre outros o nascimento do dampyr do passado, a sua formação e a luta com os seus pérfidos genitores. Em 2016, em outras quatro edições desenhadas por Dario Viotti, Marcello Mangiantini e Michele Rubini (vejam algumas páginas destas histórias abaixo), você descobrirá a continuação desses acontecimentos, com as incursões do dampyr, de Artos e do filho de Amber, no escuro reino de Annwn para enfrentar Black Annis e para recuperar o mágico caldeirão do Mestre da Noite Dagda. Assistirão, a entrada no jogo dos Cavaleiros de Artos, descobrirão a identidade vampiresca da Dama do Lago e, junto ao dampyr do passado, serão testemunhas de outras histórias ligadas à incandescente época céltica. 
Não faltarão, como podem intuir as imagens abaixo, ação, magia, horror, mistério, violência, aventura e inumeráveis surpresas.

Entrevista concedida a Luca Del Savio




Matéria publicada originariamente no site: www.sergiobonellieditore.it

Nenhum comentário: