sábado, 16 de fevereiro de 2019


Piratas!

História e roteiro: Antonio Zamberletti
Desenhos: Fabrizio Russo
Capa: Enea Riboldi


Crítica de Paolo M.G. Maino

Foi lançado oficialmente nas bancas no dia 5 de fevereiro (mas em várias partes da Itália chegou antes) a nova aventura do Caçador de vampiros da Bonelli: Piratas! Escrita por Giulio Antonio Gualtieri (que volta e escrever uma história de Dampyr depois de ter escrito a primeira parte do crossover Dylan/Dampyr no verão de 2017) e desenhada pelo estreiante Simone Delladio. E nunca a palavra aventura foi tão bem usada. Se bem que, muitas vezes o carro chefe de Dampyr é o thriller, o horror, o mistério, o noir e já tinha um tempo que não líamos uma história em que o tema central era o cenário e ritmos típicos de uma aventura com "A" maiúsculo. E de resto com uma história intitulada Piratas!, o que poderíamos esperar?  



Uma breve sinopse sem spoiller: no mar do Caribe começam aparecer corpos sem sangue e Miss Bartlett, a chefe de um grupo de marinhos do local entra em contato com Caleb Lost, e recebe Harlan, Kurjak e Tesla, para resolverem o problema. Mas rapidamente os três descobrem que o inimigo não é constituído de um só grupo de não-mortos, mas sim, de dois! Ao bando de piratas de Akhar Nun, mestre da noite eliminado faz tempo por Harlan, se junta um grupo de não-mortos que depois de ter ousado atacar o navio de Akhar Nun no Século XVII, foi condenado a uma noite eterna em uma caverna sem qualquer contato com a realidade. Mas obviamente, nada fica escondido para sempre e, um evento fortuito (arqueólogos azarados aqui na versão subaquático!) desperta o bando maldito. O final é um crescente de ação e reviravoltas perfeitamente na linha de uma história de piratas.



Qual a minha opinião sobre esse álbum? Admito que cresci lendo Salgari e amo as histórias que têm essa ambientação e depois esse blog se chama Fumetti Avventura... Em suma, gostei muito da história: linear e flui muito bem, talvez mais simples que a média das histórias de Dampyr, com o timming correto e plena de homenagens às histórias de piratas.
E com esses ingredientes agradáveis, Gualtieri soube adicionar outros do clássico Dampyr style. Me refiro neste caso, ao retorno (mesmo que somente em poucas páginas) de Akhar Nun, mestre da noite que está entre os mais amados pelos fãs de longa data, e, é bom enfatizar que se trata de um amor que repousa sobre somente um álbum (Dampyr 113 - O navio fantasma). Um mestre da noite dotado de grande carisma e com todo fascínio dos temidos piratas caribenhos. Isto confirma ainda que o termo one shot que, por um lado serve para descrever um álbum como este que nos faz dar uma pausa na estreita continuidade não é nunca privado de referências a algum elemento dos quase vinte anos da saga de Harlan e companheiros (coisa que por outro lado me faz acreditar que ainda verei em ação Akhar Nun!).



Para realçar ainda mais este álbum, temos a estréia de Simone Delladio que nos oferece preciosas cenas de ação e sobretudo as cenas marinhas e subaquáticas (o mergulho de Harlan e pards nas águas das Antilhas é também, para mim, uma citação bonelliana do primeiro número de Martin Mystère). Além disso, superada quaisquer dúvidas sobre como desenharia as faces dos nossos três heróis (de Tesla em particular), ele se encoraja e demonstra já uma boa padronização nos desenhos de Harlan e Kurjak de forma convincente e uma Tesla, que não esconde a sensualidade. Em síntese, as páginas que circularam antecipadamente na rede nos deu uma idéia, mas o álbum confirmou a impressão de que o ingresso de Delladio (que é aluno de Nicola Genzianella) no team de Dampyr é a enésima demonstração do alto nível do staff de desenhistas do matador de vampiros da Sergio Bonelli Editore.


Um álbum que espero que seja lido por aqueles que não são leitores de Dampyr, mas talvez sejam atraídos nas bancas pela capa de Riboldi, que nos lembra sucessos como Piratas do Caribe ou Black Sails.



Crítica publicada originariamente no blog: fumettiavventurarecensioni.blogspot.com

Nenhum comentário: