domingo, 11 de março de 2018


Dampyr 215: Chinatown, a crítica

Por Francesco Bergoglio





O Dampyr 215 foi pontual, chegou nas bancas em 3 de fevereiro passado, e ainda traz a assinatura de Claudio Falco nos textos, como o Dampyr precedente, número 214, "O Homem dos Brinquedos".

Harlan, Kurjak e Tesla deixam a Europa para irem aos Estados Unidos, chamados à São Francisco, por um velho conhecido. Volta a cena um codjuvante muito amado pelos fãs do Filho do Diabo, Jim Fajella, um detetive não morto que nosso Herói libertou no passado, expert em organizações criminosas.

Uma guerra feroz e sanguinária está acontecendo entre as fileiras da Tríade, a máfia chinesa, mas como intuiu o ex-policial, o regulamento entre eles em Chinatown, segue regras próprias e profundas.

O autor de origem napolitana encontra a enésima feliz inspiração, orientando-se na cultuira e no folclore chinês. A idéia vem do fascínio oferecido por uma criatura fantástica, como Huli King, o espírito raposa; trata-se de uma figura mitológica que pertence ao imaginário de todo Extremo Oriente. O Demônio Raposa de nove caldas encarna o antagonista principal no mangá Hushio e Tora, de Kazuhiro Fujita, enquanto em Naruto , de Masashi Kishimoto, vem preso no corpo do protagonista.

Falco aprofunda e enfatiza o aspecto feminino do ser sobrenatural, exalta a sua sensualidade e sua extraordinária força sedutora, assimo como a sua crueldade: tudo pode ser visto na capa de Enea Riboldi. O resultado é uma nova e pontíssima Mestre da Noite, Ah-Toy, tão bela quanto aterrorizante, que captura a atenção do leitor desde as primeiras páginas.

Encantamento e energia, no trato refinado de Luca Raimondo, desenhista que apreciamos no personagem de Mauro Boselli e Maurizio Colombo, há pelo menos dez anos, desde sua estréia na aventura "A Macumba dos Narcos" (Dampyr 92, novembro de 2007), escrito por Luigi Mignacco. O estudo e os cuidados demonstrados no que se referem a Ah-Toy são superlativos, assim como a qualidade e intensidade de toda página que compõem este quadrinho.

Chinatown é no todo, uma história que intriga e co-envolve desde o prólogo, que explica os fatos da história. O ótimo roteiro é como sempre, suportado por uma história sólida, espumante e cinematográfica. Estamos então, diante de mais uma bem sucedida história da saga dampyriana.



Crítica publicada originariamente no site: www.badcomics.it

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