sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Andrea Del Campo: cada trabalho é um desafio como o primeiro

Andrea Del Campo, jovem e talentoso desenhista, aqui conosco no CartoonMag, obrigada por ter aceito nosso pedido.

Andrea, partindo do seu amor pelos quadrinhos: há 11 anos "acendeu a faísca" e então? 
Na realidade tendo dois irmãos mais velhos, desde pequeno herdei deles as revistas do Mickey (aquele ainda publicado pela Mondadori), Skorpio e Lanciostory. Então há 11 anos surgiu Dylando Dog e Nathan Never, e fui raptado pelos desenhos e histórias fantásticas dos primeiros anos da década de 90. O percurso de leitor voraz continuou, enquanto que o desenho sempre foi uma paixão, mas apenas um sonho. Pelo menos até 10 anos atrás, quando me transferi de Catania para Roma, para frequentar os cursos da Escola Romana de Quadrinhos.

Estreiou com John Doe em 2007, o que recorda da sua estréia? 
Emoção, medo, ansiedade para trabalhar, noites debruçado sobre a prancheta, pequenas e grandes satisfações, contagem dos dias que faltavam para entregar o trabalho e chegar a conclusão que dormir é uma coisa supérflua... e não mudou muita coisa, cada trabalho que inicio é um desafio como o primeiro quadrinho desenhado.
É apaixonado por quadrinhos e desenhos animados? Se sim, quais e quais são os seus personagens preferidos?
Claro que sim!!! Não sou mais o leitor de outros tempos, não sigo quadrinhos americanos, mas sigo os trabalhos de alguns desenhistas e procuro juntar o máximo de material possível. Mas se é para escolher personagens de quadrinhos, fico nostálgico: Dylan e Nathan.

Quais são os passos que segue para a criação das suas páginas?
Depois de uma rápida leitura no argumento para entender o que deverei desenhar... releio, porque aquilo que imagino pode não coincidir com as indicações do argumentista! Então faço um rápido rascunho, muitas vezes na própria página do argumento. Se for necessário, começo a procurar informações sobre os ambientes que trabalharei no argumento. Daí, faço por quadrinhos, quase o definitivo, melhoro esse rascunho inúmeras vezes, até encontrar o resultado satisfatório e então parto para a finalização da página... Há quem consiga trabalhar diretamente (parabéns para quem consegue), e, sem minha luminária estou perdido!!!




Faz parte dos Drawers, o que pode nos dizer a respeito?
Os Drawers nasceram quase por acaso, há quatro anos de uma idéia minha, de Luca Maresca e Fabrizio Galliccia. Éramos todos desenhistas estreiantes com nenhuma ou poucas publicações nas costas e tínhamos feito experiências em feiras do setor. A relação com o público, direta e imediata na sua apreciação, como nas críticas, nos exaltava e incentivava a dar nosso melhor, então tomar a decisão de ter uma espaço nosso, foi um passo natural.E, para esta decisão, estiveram conosco várias pessoas, de um lado para dividir custos, e para ficar lado a lado com amigos e colegas, para crescermos humana e profissionalmente. Os membros ao longo dos anos têm ido e vindo várias vezes, com retorno e alguns adeus, mas apesar disso, o grupo tem sua própria personalidade e tem sido uma importante vitrine para muitos de nós.


Qual sua relação com Valter Buio, o psicanalista dos fantasmas?
Valter Buio foi uma das experiências de trabalho das mais gratificantes e ao mesmo tempo mais cansativa que já fiz. Chegou num momento no qual queria e deveria crescer profissionalmente, se queria realmente que este trabalho se transformasse "no trabalho". Então eu não poupei nada, procurando o salto qualitativo que me faltava. Isso muitas vezes não se encaixava com os detalhes do trabalho, que às vezes sabemos ser conturbados, mas faria tudo da mesma forma se fosse para fazer novamente. Com Valter Buio foi uma aproximação emocional e visceral, tanto quanto eram os argumentos de Alessandro Bilotta. Procurei esboçar personagens vivos e reais em um contexto surreal, afeiçoei-me, sofri e alegrei com eles. Me envolvi. Vou acompanhar as histórias do senhor Buio.



Chegou em na Bonelli. O que pode nos dizer de Dampyr?
Dampyr é fantástico. Tem solidez narrativa, coerência e uma longa história de doze anos nas costas e um grande número de fãs atentos e apaixonados. Já fiz duas histórias de Harlan&Cia, na verdade vou terminar a segunda por esses dias. A primeira é uma história escrita por Alessandro Bilotta e se passa em Roma. Uma história de bandos rivais, amores mórbidos e conquista de poder. A segunda, escrita por Andrea Artusi mostra o retorno da belíssima vampira Araxe, e não digo mais nada!

Em que estará empenhado nos próximos meses?
Dampyr, óbvio!!! Mais cedo ou mais tarde, gostaria de fazer Dylan ou Nathan, nem que fosse uma fugaz aventura!

Quer fazer uma saudação aos nossos leitores?
Obrigado a vocês pela atenção concedida a minha pessoa e uma saudação especial atodos os leitores do CartoonMag.


Matéria publicada originariamente no site www.cartoonmag.it

Nenhum comentário: