Dampyr e as bruxas da noite
Eccher e Delladio propõem uma variação interessante ao clássico cânone vampírico da série.
As Bruxas da Noite eram um regimento de aviação russo composto exclusivamente por mulheres durante a Segunda Guerra Mundial, especializado em bombardeios noturnos atrás das linhas inimigas alemãs. Os leitores de quadrinhos provavelmente se lembrarão delas como as protagonistas do primeiro volume da série Battlefields, de Garth Ennis.
Partindo desse episódio histórico, Giovanni Eccher, um autor que apareceu muito esporadicamente na série até agora, cria uma aventura ambientada, como nas últimas edições, em um teatro de guerra (o conflito “esquecido” no Sudão, também visto recentemente em Dampyr #298 e #299), que marca o retorno de Arno Lotsari e do Medical Team à cena.
Eccher cria uma variação interessante no esquema clássico da série, apresentando duas vampiras que se voltaram para o lado do bem, depois que seu Mestre Vurdalak foi eliminado pela equipe de Harlan (veja Dampyr #4), e que formam uma aliança incomum com nossos heróis.
A história tem um tom estritamente aventureiro, com um toque de lirismo nos flashbacks dedicados ao passado das duas vampiras, ilustrados por Simone Delladio com uma gravura em meia tinta bem escolhida, e uma frieza eficaz nos diálogos entre os protagonistas.
Alguns detalhes estão dispersos ao longo da narrativa, talvez parte de uma trama macro futura ainda a ser revelada, orquestrada pelo novo editor Gianmaria Contro, que aparece como coautor do álbum.
A história é é desenhada de maneira sugestiva por Simone Delladio, que conduz as cenas de batalha e os segmentos ambientados no passado com facilidade e segurança, oferecendo também convincentes closes do protagonista.
Por Mauro Mihich




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