sábado, 6 de setembro de 2025

 
Dampyr 304 e 305  
A montanha de jade e Selva de fogo
  
Crítica do Dampyr de Paolo MG Gaino, 
Claudio Falco e Andrea Del Campo
  
Com A Montanha de Jade e Selva de Fogo, Claudio Falco traz Dampyr de volta a caminhos conhecidos e comprovados, deixando temporariamente de lado as trajetórias mais recentes da série para construir uma "dupla" com uma estrutura clássica: dois Mestres da Noite, uma intervenção internacional bem orquestrada e um cenário exótico marcado por conflitos reais.
 
Baseada em uma sugestão de Paolo M. G. Maino, a história começa na Índia, na fronteira com Mianmar, e se desenrola em um contexto narrativo semelhante ao de missões Dampyrianas anteriores, ambientadas em diversas regiões do Sudeste Asiático. Aqui, os dois Mestres da Noite representam abordagens opostas de dominação: Jeun-Than, por meio da força e da repressão militar, e Kwan-Yin, por meio da adoração e da subjugação espiritual. Esse contraste se presta a um desenvolvimento narrativo eficaz e evoca um dos componentes historicamente mais sólidos da série: o choque entre poderes ocultos e realidades geopolíticas instáveis.
 
A ambientação asiática é habilmente explorada, mesmo sem se aprofundar na dinâmica social e cultural de Mianmar. Por outro lado, a atenção dada à verossimilhança da intervenção armada da equipe de Harlan é notável, com a presença de T. Rex dando coerência à dinâmica operacional. O roteiro é consistentemente eficaz, detalhado, mas não prolixo; o ritmo é consistentemente rápido e, apesar da previsibilidade do final, a leitura é agradável e reconfortante.
 
Os desenhos de Andrea Del Campo contribuem significativamente para o sucesso da história. Atento tanto aos cenários quanto aos detalhes, Del Campo transmite com precisão a variedade de ambientes - da fronteira poeirenta ao coração da selva - e consegue manter a clareza e a legibilidade mesmo nas cenas mais frenéticas. A caracterização dos rostos e a expressividade das figuras, nunca forçadas, enriquecem a narrativa sem nunca sobrecarregá-la. 

Uma aventura em duas edições que não busca novos caminhos, mas consolida - com coerência e atenção - um dos fios condutores mais representativos da série. 
 
Publicado originariamente no site: www.ubcfumetti.com
 

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