segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

 
Série
:Dampyr nº 249

Episodio: A casa à beira do rio
Textos: Stefano Piani
Desenhos: Giorgio Gualandris
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Omar Tuis
Páginas: 96
Edição: Bonelli, 12-2020

 
 
 
Moscou, 1735. O Conde Brius, astrônomo e exoterista, para fazer o perigoso Livro Negro das Almas desaparecer, ele mandou fazer sete cópias e escondê-la por toda a Rússia. Dois séculos mais tarde, o sádico ocultista Berija, da polícia secreta de Stalin, consegue encontrar um cópia original ao destruir a torre de Sukharev, onde Brius viveu. Berija experimentou se o livro funcionava. Cada página trazia o nome de uma prisioneira do tomo, em cuja sala o leitor podia acessar livremente.
 
Nos dias de hoje, Harlan chega à capital russa para investigar a misteriosa morte do colaborar de Caleb, o professor Grigor Smirnov, que caiu da janela de um edifício. Depois de falar com o neto de Smirnov, Harlan entra em contato com o ocultista Ruslan Egorov, que está a caça dos diários de Berija, que contêm indicações sobre o Livro Negro das Almas. Vigiado a uma distância segura por Harlan, Egorov consegue comprar os diários do intermediário de um ladrão, mas é roubado mais tarde. No entanto, ele consegue encontrar pistas com a ajuda de Alexey Ustinov, um homem cuja a bela esposa Tatiana foi sequestrada em 1951. A mulher estava escondida no porão da luxuosa casa à beira do rio, da qual Ustinov tem um mapa.
As pistas conduzem Harlan a enfrentar dois velhos conhecidos seus, em luta pela posse do Livro.
 

A história montada por Piani, envolvente e bem estruturada, desenvolve-se em três níveis temporais, o primeiro dos quais é na verdade um pano de fundo curto, mas absolutamente funcional. A atmosfera soviética é bem retratada na história, também graças a algumas dicas sobre a situação política. O personagem de Egorov é bastante curioso, mas os personagens menores também são marcantes, sobretudo Alexey Ustinov, que, embora protagonista de algumas páginas, conquista o leitor com sua história trágica e com o epílogo emocionante. Igualmente bem sucedido é o vilão Berija, que com suas perversões e seu violento sadismo é mais terrível do que um monstro "normal". 
 
Maravilhos os desenhos de Gualandris, de trato limpo e preciso. Entre os principais destaques estão as expressões intensas e eficazes dos personagens. Harlan está muito bem caracterizado e retratado com especial atenção (olhem a barba feita pelo por pelo!). Gualandris também impressiona com jogos geométricos, como os de um suéter ou tapete, mas também com as simetrias cinzentas dos edifícios da era soviética. As vistas moscovitas são muito bonitas, tendo como pano de fundo a conhecidíssima Catedral de São Basílio. 
 
 
 
Publicado originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot.com  

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