terça-feira, 22 de maio de 2018


Danças Macabras - Dampyr 218 (Maio de 2018)

(1ª parte da crítica - Paolo M.G. Maino)

Roteiro e argumento: Mauro Boselli
Desenhos: Luca Rossi
Capa: Enea Riboldi (Variante: Luca Rossi)

Pode-se fazer uma crítica de Danças Macabras sem fazer odiosas antecipações? Ruminei durante muito tempo (semanas...), e no fim me respondi não e então criei esse estratagema: uma crítica em duas partes, como se fosse um filme. A primeira parte é um convite para a leitura, espero que agradável, a segunda parte (entre 15/20 dias) mais para comentários específicos. 



Danças Macabras como foi antecipado tem duas capas (a regular de Enea Riboldi e a variante de Luca Rossi) é uma história que tem Tesla, a não-morta como protagonista e deixar Harlan como coadjuvante, que nem apareceu na capa. Nos encontramos de frente a dois autores essenciais para o caminho dessa longeva série Bonelli: o criador e deus Mauro Boselli e um entre os mais amados desenhistas, Luca Rossi, desenhista de histórias  de Dampyr (os fantásticos números 3 e 5 e ainda os números 73 e 86 - recordam da lovecraftiana "Casa Sobre o Abismo do Mundo"? e ainda tantas outras histórias até o número 200 e este número 218) com seus claros escuros e suas névoas que despertam nos leitores aquele espaço de imprecisão e indefinição que ativa ainda a sensação de perigosamente. E a Tesla de Luca Rossi é um personagem que reúne ao mesmo tempo debilidade e melancolia com ferocidade e sensualidade: opostos e contradições como os claros escuros do desenhista. Boselli sabe e criou uma história pensada para Luca Rossi e que tem um tema de fundo: o anseio por luz.

Estamos de frente a um instant classic? Será o tempo de dizer-lhes, Boselli parece querer pegar seus personagens pela mão e jogá-los na frente de algo novo e insperado, em cenários nunca antes vistos. Ele fez isso de um modo aparentemente mais típico com uma história que viaja entre o presente e o passado como em Yossele, o mudo, brinca com os leitores entre citações literárias e de filmes em uma louca tensão crescente nesse Danças Macabras (mas há espaço também para Scarlett O`Hara e Rhete Butler, acreditam?) e para fechar a trilogia, outro mestre do claro escuro: Corrado Roi, que retorna a Dampyr nessa história que se prenuncia essencial.

Para esse primeiro tempo da crítica é tudo, no segundo tempo serão os comentários mais aprofundados.



Crítica publicada originariamente no blog: www.fumettiavventurarecensioni.blogspot.com

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