ENTREVISTA DE MAURO BOSELLI
No dia 12 de maio de 2009, o site italiano www.comicus.it, sob a responsabilidade de Gennaro Constanzo, colocou no ar, uma entrevista com Mauro Boselli, aonde ele tece comentários sobre sua vida, Tex, Dampyr, etc. Abaixo, a entrevista traduzida:
Olá Mauro Boselli, bom retorno ao Comicus.
No ano passado, Tex comemorou os seus sessenta anos de vida editorial, um acontecimento importantíssimo para uma revista em quadrinhos que no decorrer dos anos, obteve sucesso. Quais são, na sua opinião, as características de Tex, que o tornam tão popular ainda hoje e que tem para dizer ainda o personagem?
R.: Tex é herói, o justo sem medo, que resolve os problemas e repara as injustiças, um personagem descendente diretamente do épico! Quando Tex dá um soco num prepotente, o leitor gosto e fica feliz, também, ele não poderá fazê-lo com o seu chefe.
Atualmente você é o principal argumentista de Tex. Pode contar-nos o seu primeiro encontro como leitor e aquele como autor de Tex?
R.: Tinha cinco anos e tinha apenas começado a ler os quadrinhos de Mickey Mouse (as histórias memoráveis que eram aquelas que em seguida descobri ser de Romano Scarpa e Carlos Chendi-Luciano Bottaro; Mickey Mouse e a coluna Chirikawa" foi o meu "Vertigo", não tendo idade para ver os filmes de Alfred Hitchock, mas só Don Camillo e Totó). Mas quase imediatamente depois, verdadeiramente apaixonado por Daniel Boone e Davy Crockett da televisão, descobri os quadrinhos de western: Miki, Pecos Bill e naturalmente Tex, que lia nas "tiras" e nos "Álbuns de Ouro". As minhas histórias preferidas de então era "Satania", "A cidade de ouro", com o homem na gaiola que implorava "água!... água! e "As terras do abismo". Sobretudo me golpeou aquelas palavras, ausentes nos outros quadrinhos: "Texto by G.L.Bonelli". Embora nesse momento, pensei ser um erro de impressão (texto para Tex), havia entendido que Bonelli era o autor. Casualmente, na minha escola elementar, havia um peque conterrêaneo meu, que se chamava Bonelli e eu coloquei em mente que devia ser o filho. Os meus pais sorriram da minha convicção infantil, mas que depois de algum tempo o pequeno Giorgio Bonelli chegou na sala de aula com uma grande quantidade de álguns gigantes de Tex e reedições para presentear. Incluindo de ter tido razão e que aquele pequeno Bonelli foi um bom menino! Para médio de duração da mesma classe na escola, tínhamos uma "banda de rock" (melhor sobrevoar). Entretanto, aos onze anos, conheci meu ídolo GL Bonelli em pessoa, com um chapéu Stetson sobre a cabeça, um colt no coldre auxiliar, máquina de escrever negra Jack London. De que outro modo entender que destino estava marcado? Na verdade procurei não faltar com a responsabilidade... Fiz de tudo e muito mais, bibliotecário, professor, tradutor de romances românticos, vendedor de enciclopédia, viajar sem destino... mas projetava absurdas iniciativas no mundo da mídia com Giorgio e dos muitos projetos, somente dois foram em frente; os quadrinhos na TV, para as TV´s privadas e uma história de Tex, que ao final apresentei a editora (SBE), com o nome "A Ameaça Invisível". Então já tinha entrado na SBE, como redator "faz-tudo", mas a história foi rejeitada "porque eu não tinha feito proposperar". Bonelli Pai, só veio a saber algum tempo depois, pegou a história como era e produziu o final. Me foi dado depois o encargo de finalizá-la de acordo com a vontade da editora. Anos depois, o diretor Decio Canzio se recordou daquele episódio, talvez, quando me confiou o encargo de uma história "repetida" durante uma crise de Claudio Nizzi, o titular de Tex. E foi "O Passado de Kit Carson", que para minha sorte, foi um notável sucesso.
Há dois anos, realizou com Bianchini e Santucci, uma história que podemos definir como pouco de western, que traz à tona temas com alquimia, imortalidade. O que pode nos dizer sobre?
R.: Também não é a primeira vez. Houve uma história alquimista de Nizzi, "A Marca da Serpente" (Tex Gigante de Galep) e houve "A Pirâmide Misteriosa", de GL Bonelli e Guglielmo Leterri, com a múmia imortal Rakos e os filhos da noite... Em suma, não há fato que faça mover-me dentro dos temas da série, sem escorregar muito no fantástico...
Notei na história várias referências a hsitórias passadas de Tex. Como utiliza a longa continuidade do personagem em suas histórias?
R.: Na realidade, Tex não tem continuidade verdadeira e própria. Tem um teatro de personagens importantes e amadas que é justo fazer voltar, de vez em quando, como Bradon, Montales, El Morisco, Pat Mac Ryan. Eu já utilizei quase todos e criei alguns, que, porém, devem ficar em segredo. O passado de Carson e aquele de Tex, trago de vez em vez, sem trair as solicitações de GL Bonelli. Os leitores, bem como, eu mesmo, sentem fascínio que se remexa no passado dos personagens, parecem-lhes mais vivas...
Quando trabalha num argumento de Tex, quais aspectos do personagem procura colocar em destaque e o que mais gosta de ressaltar nas suas aventuras? No western outras questões foram abordadas de forma tão vasta quanto possíveis, quais tópicos você mais gosta de utilizar e como se move para não se tornar repetitivo? Além disso, quanto pesa a tradição de histórias longas na procura de novas idéias?
R.: Tex é e deve ser um herói, mas grande de verdade. Portanto é (quase) infalível e não deve ser humanizado além da conta, porque deve se manter a aura e o carisma do mito. Mais humano do que ele, são os seus três pards, os quais, mais facilmente podemos encontrar problemas e ter incertezas. Naturalmente, é difícil meter em dificuldade personagem do gênero, mas preciso procurar fazer, de tempos em tempos. Não sei realmente dizer como faço e não cair no repetitivo... Tenho tentado inserir em todas as histórias pelo menos um elemento novo. No ano passado, os Soldados Búfalos, cavaleiros negros, eram inéditos em Tex. Um encontro com um tornado e se viu ainda um assassino que passou para o lado lei, nas vestes de um advogado... Dentro em pouco, leremos uma história ambientada durante a Guerra da Secessão, com os nortistas como vilões! E uma outra ambientada nos pampas argentinos... Pequenas coisas, talvez, pequenas novidades... Todavia no western, uma certa repetição de ambientes e situações é também importante e faz parte do fascínio do gênero. Precisa-se dosar o familiar com o novo, sem cansar em nenhum senso. E até agora não me faltam idéias. Procuro tentar não repetir as cenas em cada etapa do roteiro, mesmo se houver mais difícil... cavalgadas, tiroteios, enforcamentos, corridas de diligências, etc... muitas vezes devem ser vistos! E sentimos falta...
A média de idade dos leitores de Tex é em média, muito alta, isso a meu ver, se deve também ao fato que atualmente o gênero western é pouco explorado em geral e por isso distante do púbico jovem, diferente de outros gêneros. O que pensa a respeito? R.: Tex transcende o gênero western e tem mais leitores jovens do que você imagina. Aqueles que escrevem nos fóruns, são todos mais jovens do que eu.
A Marvel tem uma linha de aventuras entituladas The End, que em seu conteúdo, narram as hipotéticas aventuras finais de seus vários personagens que, como Tex, são "infinito", dificilmente veremos uma conclusão da sua saga. Como imaginar, portanto, seu "Tex: The End"?
R.: Nem quero sequer imaginar!
Falemos de Dampyr. Fizemos à leitura da centésima edição da série, acontecimento importantíssimo para uma história em quadrinhos. O que devem esperar os leitores das próximas edições, o que pode antecipar? R.: Dampyr é uma série com tramas complexas e articuladas. Nos próximos meses prenderemos o fôlego com as histórias da sequência, pois começaremos a tirar da fila, às histórias escritas por mim, onde veremos o ciclo de Draka contra Marsden, o ciclo de Praga, Lisa-Thorke e Jeff Carter. Encontraremos Bram Stoker na série, isso se dará numa história ambientada numa Londres vitoriana, uma Manhattan de 1860, uma edição da Grande Guerra, etc.. E para breve uma história dupla, com o retorno de Bugsy Siegel. O Especial deste ano, meu e de Fábrio Bartolini, será uma história nostálgica do passado de Harlan, o veremos retornar à Bósnia e encontraremos aindas as três Tias, Yuri (o primeiro assistente de Harlan, morto na edição nº 1), o pai de Kurjak, sua namorada Stanna, etc.
Além das diferenças evidentes das suas séries, como roterista, como mudar sua abordagem numa série como Dampyr, de sua criação e numa como Tex?
R.: Obviamente sobre Tex devo atentar-me ao conceitos de GL Bonelli e não transgredir o que sinto que é o SEU personagem. Sobre Dampyr, personagem meu (e de Maurizio Colombo), tenho mais liberdade. Mas nem tanto, porque também os personagens por ele criados, podem ditar a um autor linhas narrativas... Os heróis de papel, não só aqueles dos quadrinhos, passam a ter vida própria e a dizer aquilo que podem ou não podem, aquilo que querem ou não querem fazer. Por outro lado Dampyr, para tanto possa colher ideias do mundo, é uma série complexa e difícil de escrever, para não mencionar o fato de que o horror não é nada fácil para se obter uma história em quadrinhos. Ao contrário, Tex, enquanto na circunscrição do Oeste, e, em particular no clásssico oeste, é mais unido na forma da narrativa épica, que então, quando se entra em jogo, fica muito mais fácil e divertido de escrever! Ainda mais divertido foi Zagor, que infelizmente, eu quase abandonei...
Quais são, para você, os pontos comuns das duas séries e dos dois personagens?
R.: Poucos, mas bons. Harlan Draka foi pensado por mim e Colombo, como um herói que tem seus problemas, obviamente, sendo filho de um pai não humano, mas todavia que não se lamenta muito, que não é problemático, em suma, que enfrenta as situações com peito e coragem, para Tex, um durão que não deve chorar. O que nos queremos fazer? Encontramos uma mais viril. E Dampyr tem seu pards (Kurjak e Tesla). A estrutura das histórias, no entanto, são lineares (também certas histórias de Tex não têm trama complexa, mas confronto!).
No momento está trabalhando numa história com Mastantuono, que se fixou no staff de Tex. Pode antecipar alguma coisa e de modo geral, no que está trabalhando atualmente? O que podemos esperar nas próximas aventuras de Tex, a partir da próxima e talvez do próximo Texone?
Corrado Mastantuono apenas terminou a história sobre a Guerra da Secessão, de que eu já disse antes, "Missouri" (lançada no dia 12/05/2009) e está realizando junto comigo, uma outra sobre um bando de justiceiros do Sudeste, uma aventura GLBonelliana, de uma cidade de corruptos, que precisa ser limpa. Além dele tenho trabalhado com Leomacs, Alessando Picinelli, Alfonso Font, Garcia Seijas, Giacomo Danubio, Fabio Civitelli, Pasquale Frisenda, Angel "Lito" Fernández e um novo desenhista, que ainda tenho em segredo (será uma bela surpresa e a ele confiei o retorno de Laredo, o batedor de "Rumo ao Forte Apache", uma das hsitórias que mais agradou aos leitores). A história para Villa é dolorida, pois está parada faz quatro anos. Muitas capas, Claudio! Mas teremos um Tex Gigante (Texone) ambientando na Patagônia, com traços de Frisenda e um sobre Cuba, com traços de Orestes Suarez. Realizei com Giovanni Ticci, a edição nº 600, uma história normal com Jim Brandon no Canadá, nenhuma celebração particular. Sobre outros roteiros, prefiro me calar, mas saiba que um deles é sobre El Morisco.
Qual relação tem com os desenhistas da Bonelli, seja para Dampyr ou para Tex? Está em contato com eles ou uma vez terminado o roteiro, não vê o trabalho deles? Os confronta, geralmente, com os outros roteiristas?
R.: Está brincando? Eu vejo as matrizes, às disputas, página por página, preparo a edição para o letrista, corrijo o texto e imagens, discuto com Bonelli, Canzio e Mauro Marcheselli, vejo as fotografias vejo as fotografias, colaboro com a escolha dos títulos e dos modelos... Em suma, faço papel do redator! Não sabia? Estou em contato com todos os desenhistas de Tex e Dampyr, como os quais trabalho dia por dia, semana por semana. Os meus roteiros são livres e em algum caso solicito alterações no curso do trabalho, quando vejo às matrizes. Mas SOMENTE em casos de erros e se realmente necessário. E quanto ao confronto com outros roteiristas, não sei bem que coisa quis dizer. Obviamente, sigo o trabalho deles, mas não me faço influenciar. Aqueles que me ajudam em Dampyr, naturalmente deve se sujeitar às minhas decisões de continuação.
A Sergio Bonelli Editora, nos últimos tempos, tem proposto, a fórmula das mini-séries com notável sucesso, em contra-partida às séries de longo prazo. O que pensa de tal situação? No seu futuro pensa em projetos desse porte?
R.: São uma ótima coisa, as mini-séries! Me daria prazer realizar uma, mas como faço? Se estou de trabalho até à cabeça.
Agradeço sua disponibilidade.
R.: Agradeço a você e saudações aos leitores do Comicus.
(Tradução de Joe Fábio e Janete R. Mariano de Oliveira)
Olá Mauro Boselli, bom retorno ao Comicus.
No ano passado, Tex comemorou os seus sessenta anos de vida editorial, um acontecimento importantíssimo para uma revista em quadrinhos que no decorrer dos anos, obteve sucesso. Quais são, na sua opinião, as características de Tex, que o tornam tão popular ainda hoje e que tem para dizer ainda o personagem?
R.: Tex é herói, o justo sem medo, que resolve os problemas e repara as injustiças, um personagem descendente diretamente do épico! Quando Tex dá um soco num prepotente, o leitor gosto e fica feliz, também, ele não poderá fazê-lo com o seu chefe.
Atualmente você é o principal argumentista de Tex. Pode contar-nos o seu primeiro encontro como leitor e aquele como autor de Tex?
R.: Tinha cinco anos e tinha apenas começado a ler os quadrinhos de Mickey Mouse (as histórias memoráveis que eram aquelas que em seguida descobri ser de Romano Scarpa e Carlos Chendi-Luciano Bottaro; Mickey Mouse e a coluna Chirikawa" foi o meu "Vertigo", não tendo idade para ver os filmes de Alfred Hitchock, mas só Don Camillo e Totó). Mas quase imediatamente depois, verdadeiramente apaixonado por Daniel Boone e Davy Crockett da televisão, descobri os quadrinhos de western: Miki, Pecos Bill e naturalmente Tex, que lia nas "tiras" e nos "Álbuns de Ouro". As minhas histórias preferidas de então era "Satania", "A cidade de ouro", com o homem na gaiola que implorava "água!... água! e "As terras do abismo". Sobretudo me golpeou aquelas palavras, ausentes nos outros quadrinhos: "Texto by G.L.Bonelli". Embora nesse momento, pensei ser um erro de impressão (texto para Tex), havia entendido que Bonelli era o autor. Casualmente, na minha escola elementar, havia um peque conterrêaneo meu, que se chamava Bonelli e eu coloquei em mente que devia ser o filho. Os meus pais sorriram da minha convicção infantil, mas que depois de algum tempo o pequeno Giorgio Bonelli chegou na sala de aula com uma grande quantidade de álguns gigantes de Tex e reedições para presentear. Incluindo de ter tido razão e que aquele pequeno Bonelli foi um bom menino! Para médio de duração da mesma classe na escola, tínhamos uma "banda de rock" (melhor sobrevoar). Entretanto, aos onze anos, conheci meu ídolo GL Bonelli em pessoa, com um chapéu Stetson sobre a cabeça, um colt no coldre auxiliar, máquina de escrever negra Jack London. De que outro modo entender que destino estava marcado? Na verdade procurei não faltar com a responsabilidade... Fiz de tudo e muito mais, bibliotecário, professor, tradutor de romances românticos, vendedor de enciclopédia, viajar sem destino... mas projetava absurdas iniciativas no mundo da mídia com Giorgio e dos muitos projetos, somente dois foram em frente; os quadrinhos na TV, para as TV´s privadas e uma história de Tex, que ao final apresentei a editora (SBE), com o nome "A Ameaça Invisível". Então já tinha entrado na SBE, como redator "faz-tudo", mas a história foi rejeitada "porque eu não tinha feito proposperar". Bonelli Pai, só veio a saber algum tempo depois, pegou a história como era e produziu o final. Me foi dado depois o encargo de finalizá-la de acordo com a vontade da editora. Anos depois, o diretor Decio Canzio se recordou daquele episódio, talvez, quando me confiou o encargo de uma história "repetida" durante uma crise de Claudio Nizzi, o titular de Tex. E foi "O Passado de Kit Carson", que para minha sorte, foi um notável sucesso.
Há dois anos, realizou com Bianchini e Santucci, uma história que podemos definir como pouco de western, que traz à tona temas com alquimia, imortalidade. O que pode nos dizer sobre?
R.: Também não é a primeira vez. Houve uma história alquimista de Nizzi, "A Marca da Serpente" (Tex Gigante de Galep) e houve "A Pirâmide Misteriosa", de GL Bonelli e Guglielmo Leterri, com a múmia imortal Rakos e os filhos da noite... Em suma, não há fato que faça mover-me dentro dos temas da série, sem escorregar muito no fantástico...
Notei na história várias referências a hsitórias passadas de Tex. Como utiliza a longa continuidade do personagem em suas histórias?
R.: Na realidade, Tex não tem continuidade verdadeira e própria. Tem um teatro de personagens importantes e amadas que é justo fazer voltar, de vez em quando, como Bradon, Montales, El Morisco, Pat Mac Ryan. Eu já utilizei quase todos e criei alguns, que, porém, devem ficar em segredo. O passado de Carson e aquele de Tex, trago de vez em vez, sem trair as solicitações de GL Bonelli. Os leitores, bem como, eu mesmo, sentem fascínio que se remexa no passado dos personagens, parecem-lhes mais vivas...
Quando trabalha num argumento de Tex, quais aspectos do personagem procura colocar em destaque e o que mais gosta de ressaltar nas suas aventuras? No western outras questões foram abordadas de forma tão vasta quanto possíveis, quais tópicos você mais gosta de utilizar e como se move para não se tornar repetitivo? Além disso, quanto pesa a tradição de histórias longas na procura de novas idéias?
R.: Tex é e deve ser um herói, mas grande de verdade. Portanto é (quase) infalível e não deve ser humanizado além da conta, porque deve se manter a aura e o carisma do mito. Mais humano do que ele, são os seus três pards, os quais, mais facilmente podemos encontrar problemas e ter incertezas. Naturalmente, é difícil meter em dificuldade personagem do gênero, mas preciso procurar fazer, de tempos em tempos. Não sei realmente dizer como faço e não cair no repetitivo... Tenho tentado inserir em todas as histórias pelo menos um elemento novo. No ano passado, os Soldados Búfalos, cavaleiros negros, eram inéditos em Tex. Um encontro com um tornado e se viu ainda um assassino que passou para o lado lei, nas vestes de um advogado... Dentro em pouco, leremos uma história ambientada durante a Guerra da Secessão, com os nortistas como vilões! E uma outra ambientada nos pampas argentinos... Pequenas coisas, talvez, pequenas novidades... Todavia no western, uma certa repetição de ambientes e situações é também importante e faz parte do fascínio do gênero. Precisa-se dosar o familiar com o novo, sem cansar em nenhum senso. E até agora não me faltam idéias. Procuro tentar não repetir as cenas em cada etapa do roteiro, mesmo se houver mais difícil... cavalgadas, tiroteios, enforcamentos, corridas de diligências, etc... muitas vezes devem ser vistos! E sentimos falta...
A média de idade dos leitores de Tex é em média, muito alta, isso a meu ver, se deve também ao fato que atualmente o gênero western é pouco explorado em geral e por isso distante do púbico jovem, diferente de outros gêneros. O que pensa a respeito? R.: Tex transcende o gênero western e tem mais leitores jovens do que você imagina. Aqueles que escrevem nos fóruns, são todos mais jovens do que eu.
A Marvel tem uma linha de aventuras entituladas The End, que em seu conteúdo, narram as hipotéticas aventuras finais de seus vários personagens que, como Tex, são "infinito", dificilmente veremos uma conclusão da sua saga. Como imaginar, portanto, seu "Tex: The End"?
R.: Nem quero sequer imaginar!
Falemos de Dampyr. Fizemos à leitura da centésima edição da série, acontecimento importantíssimo para uma história em quadrinhos. O que devem esperar os leitores das próximas edições, o que pode antecipar? R.: Dampyr é uma série com tramas complexas e articuladas. Nos próximos meses prenderemos o fôlego com as histórias da sequência, pois começaremos a tirar da fila, às histórias escritas por mim, onde veremos o ciclo de Draka contra Marsden, o ciclo de Praga, Lisa-Thorke e Jeff Carter. Encontraremos Bram Stoker na série, isso se dará numa história ambientada numa Londres vitoriana, uma Manhattan de 1860, uma edição da Grande Guerra, etc.. E para breve uma história dupla, com o retorno de Bugsy Siegel. O Especial deste ano, meu e de Fábrio Bartolini, será uma história nostálgica do passado de Harlan, o veremos retornar à Bósnia e encontraremos aindas as três Tias, Yuri (o primeiro assistente de Harlan, morto na edição nº 1), o pai de Kurjak, sua namorada Stanna, etc.
Além das diferenças evidentes das suas séries, como roterista, como mudar sua abordagem numa série como Dampyr, de sua criação e numa como Tex?
R.: Obviamente sobre Tex devo atentar-me ao conceitos de GL Bonelli e não transgredir o que sinto que é o SEU personagem. Sobre Dampyr, personagem meu (e de Maurizio Colombo), tenho mais liberdade. Mas nem tanto, porque também os personagens por ele criados, podem ditar a um autor linhas narrativas... Os heróis de papel, não só aqueles dos quadrinhos, passam a ter vida própria e a dizer aquilo que podem ou não podem, aquilo que querem ou não querem fazer. Por outro lado Dampyr, para tanto possa colher ideias do mundo, é uma série complexa e difícil de escrever, para não mencionar o fato de que o horror não é nada fácil para se obter uma história em quadrinhos. Ao contrário, Tex, enquanto na circunscrição do Oeste, e, em particular no clásssico oeste, é mais unido na forma da narrativa épica, que então, quando se entra em jogo, fica muito mais fácil e divertido de escrever! Ainda mais divertido foi Zagor, que infelizmente, eu quase abandonei...
Quais são, para você, os pontos comuns das duas séries e dos dois personagens?
R.: Poucos, mas bons. Harlan Draka foi pensado por mim e Colombo, como um herói que tem seus problemas, obviamente, sendo filho de um pai não humano, mas todavia que não se lamenta muito, que não é problemático, em suma, que enfrenta as situações com peito e coragem, para Tex, um durão que não deve chorar. O que nos queremos fazer? Encontramos uma mais viril. E Dampyr tem seu pards (Kurjak e Tesla). A estrutura das histórias, no entanto, são lineares (também certas histórias de Tex não têm trama complexa, mas confronto!).
No momento está trabalhando numa história com Mastantuono, que se fixou no staff de Tex. Pode antecipar alguma coisa e de modo geral, no que está trabalhando atualmente? O que podemos esperar nas próximas aventuras de Tex, a partir da próxima e talvez do próximo Texone?
Corrado Mastantuono apenas terminou a história sobre a Guerra da Secessão, de que eu já disse antes, "Missouri" (lançada no dia 12/05/2009) e está realizando junto comigo, uma outra sobre um bando de justiceiros do Sudeste, uma aventura GLBonelliana, de uma cidade de corruptos, que precisa ser limpa. Além dele tenho trabalhado com Leomacs, Alessando Picinelli, Alfonso Font, Garcia Seijas, Giacomo Danubio, Fabio Civitelli, Pasquale Frisenda, Angel "Lito" Fernández e um novo desenhista, que ainda tenho em segredo (será uma bela surpresa e a ele confiei o retorno de Laredo, o batedor de "Rumo ao Forte Apache", uma das hsitórias que mais agradou aos leitores). A história para Villa é dolorida, pois está parada faz quatro anos. Muitas capas, Claudio! Mas teremos um Tex Gigante (Texone) ambientando na Patagônia, com traços de Frisenda e um sobre Cuba, com traços de Orestes Suarez. Realizei com Giovanni Ticci, a edição nº 600, uma história normal com Jim Brandon no Canadá, nenhuma celebração particular. Sobre outros roteiros, prefiro me calar, mas saiba que um deles é sobre El Morisco.
Qual relação tem com os desenhistas da Bonelli, seja para Dampyr ou para Tex? Está em contato com eles ou uma vez terminado o roteiro, não vê o trabalho deles? Os confronta, geralmente, com os outros roteiristas?
R.: Está brincando? Eu vejo as matrizes, às disputas, página por página, preparo a edição para o letrista, corrijo o texto e imagens, discuto com Bonelli, Canzio e Mauro Marcheselli, vejo as fotografias vejo as fotografias, colaboro com a escolha dos títulos e dos modelos... Em suma, faço papel do redator! Não sabia? Estou em contato com todos os desenhistas de Tex e Dampyr, como os quais trabalho dia por dia, semana por semana. Os meus roteiros são livres e em algum caso solicito alterações no curso do trabalho, quando vejo às matrizes. Mas SOMENTE em casos de erros e se realmente necessário. E quanto ao confronto com outros roteiristas, não sei bem que coisa quis dizer. Obviamente, sigo o trabalho deles, mas não me faço influenciar. Aqueles que me ajudam em Dampyr, naturalmente deve se sujeitar às minhas decisões de continuação.
A Sergio Bonelli Editora, nos últimos tempos, tem proposto, a fórmula das mini-séries com notável sucesso, em contra-partida às séries de longo prazo. O que pensa de tal situação? No seu futuro pensa em projetos desse porte?
R.: São uma ótima coisa, as mini-séries! Me daria prazer realizar uma, mas como faço? Se estou de trabalho até à cabeça.
Agradeço sua disponibilidade.
R.: Agradeço a você e saudações aos leitores do Comicus.
(Tradução de Joe Fábio e Janete R. Mariano de Oliveira)
Um comentário:
Parabéns Joe.
bastante interessante e ilucidativa.
Abraços.
AMoreira.
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