Série: Dampyr 260
Episódio: A história de Jack Lantern
Textos: Nicola Venanzetti
Desenhos: Michele Cropera
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Omar Tuis
Páginas: 96
Editora: Bonelli, 11-2021
Na metade do Século XIX, Jack Whelan, percorreu a Irlanda com um show chamado "Phantasmagoria", que por meio de uma lanterna mágica, ele deu corpo às imagens de duendes e demônios, que pareciam ganhar vida diante dos olhos atônitos do público. O segredo de Jack, que até o empresário e seu filho adotivo Robert desconheciam, era a ajuda de uma bruxa, a "venerável" Cailleach. Em troca de seu poder, vestindo a máscara assustadora de uma lanterna esculpida, Jack conseguiu almas para a bruxa prolongar sua existência milenar. Robert estava, portanto, destinado a ser morto para que seu pai adotivo assumisse sua identidade.
Jack ainda está em atividade nos dias de hoje, e as notícias de suas últimas vítimas atraem Harlan e Emil para County Donegal, na Irlanda. Nosso pessoal descobre descobre que a história de Stingy Jack, eternamente condenado a vagar no limbo à luz de uma lanterna, é mais do que apenas uma lenda. Investigando a máscara, uma antiga lanterna semelhante às esculpidas na Irlanda para o Dia de Todos os Santos, Dampyr e seu parceiro chegam ao Blue Velvet Circus, do qual Jack acaba de sair após uma discussão com o gerente de plantão. Harlan e Kurjak são ajudados a encontrar o homem pela trapezista Grace, a namorada de Sean, o novo filho adotivo de Jack, que tem o poder de ver a alma das pessoas. A alma e o poder de Grace são tentadores para Cailleach, que, auxiliada por Jack, embarca em um plano diabólico para conquistá-la. Mas para ter sucesso, os dois terão primeiro que enfrentar Harlan e Kurjak.
Esta história de Venanzetti mergulha no folclore irlandês, desenrolando-se numa atmosfera sugestiva de Fellini. Os dois vilões do episódio são interessantes e bem diferentes: a bruxa Cailleach certamente é irremediavelmente má, enquanto Jack Whelan teve uma infância de escravidão, trabalhando nas minas e uma solidão atenuada apenas pelo acolhimento recebido da bruxa. Aqui a ausência e/ou fracasso dos pais, dos pais em particular, pesa muito, pois Jack se tornará um pai, incapaz de qualquer afeto e humanidade.
Cropera cria habilmente uma atmosfera sombria e pesada em uma história que encena maldade, o egoísmo e a miséria humana. As expressões manhosas ou piscadas de alguns personagens são inestimáveis, tipicamente representadas com traços angulosos, como no estilo do artista. Muito belas são as cenas do morro e da casa da bruxa, e dos ritos druídicos, em que o jogo de sombras consegue traduzir em imagens a sensação de ameaça e perigo que paira sobre Grace.
Publicado originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot
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