O Filme de Dampyr
ENTREVISTA COM O CENÓGRAFO LUIGI MARCHIONE
Nos cinemas dia 28 de outubro, Dampyr é primeiro filme produzido pela Bonelli Entertainment com a Eagle Pictures e
Brandon e Box. Nossa série de entrevistas exclusivas dessa feita se concentra no trabalho do cenógrafo Luigi Marchione.
Na
sexta-feira, 28 de outubro, finalmente chega aos cinemas italianos
Dampyr, o filme que adapta para a grande tela, as aventuras do
personagem criado por Mauro Boselli e Maurizio Colombo e há mais de vinte anos é publicado pela Sergio Bonelli Editore.
Primeiro
filme feito diretamente pela Bonelli Entertainment, o braço multimídia
da Sergio Bonelli Editore, junto com Eagle Pictures e Brando Box,
Dampyr viu muitas pessoas no set e nos bastidores trabalhando. Por isso, decidimos realizar um série de entrevistas que nos acompanharão até o lançamento do filme, para dar uma visão o mais completa possível do grande trabalho por trás de uma produção cinematográfica tão importante.
Desta vez conversamos sobre a mistura do cinema e quadrinhos com o cenógrafo Luigi Marchione, que antes de Dampyr teve oportunidade de trabalhar nos sets de importantes filmes italianos e internacionais como "O ofício das armas" de Ermano Olmi, "Juventude" de Paulo Sorrentino, "Assassinato no Expresso do Oriente" de Kenneth Branagh e "A Múmia" com Tom Cruise.
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- Como nossos leitores não são necessariamente especialistas em cinema, você poderia explicar em termos gerais em que consiste o trabalho de um cenógrafo?
O termo significa "desenhista da produção", mas em seu significado literal é difícil relacionar com o papel nos dias de hoje. No começo ele era quase um funcionário, visualizando o que estava escrito no roteiro por conta da produção. Os primeiros "desenhistas da produção" vieram da pintura, porque na época os cenários eram pintados; hoje, por outro lado, estamos cada vez mais especializados no sentido tecnológico.
No nosso trabalho, o conhecimento da História da Arte e da Arquitetura é muito importante, permite-nos inverter e revisitar o cenário, dar-lhe uma interpretação própria. Mas então é essencial poder representá-lo graficamente.
- Mas o trabalho de cenógrafo também é influenciado pelos quadrinhos, certo?
Todas as pessoas que trabalham no cinema com tarefas de representação de imagens, os chamados "artistas conceituais", têm em sua mesa um livro com ilustrações de Frank Frazeta e outro com obras de Sergio Toppi, dois autores que tiveram uma marca intensa e à sua maneira igualmente excepcional.
Claramente, cinema e quadrinhos são produzidos totalmente diferentes, mas têm uma coisa fundamental em comum: uma síntese. Uma síntese que tenta trazer até mesmo para os filmes em que trabalho, sem muitas frescuras.
Os quadrinhos também me ajudam a imaginar como inserir o personagem no que o cerca, pois uma arquitetura cênica também tem sua função baseada no movimento do ator e na cor e forma do figurino que ele veste. Afinal, o corpo humano também é arquitetura.
- Além da síntese, o que você colocou de seu, em Dampyr?
A irregularidade. Nossa beleza é justamente o fato de sermos imperfeitos, e a arquitetura também. É precisamente isso que nos atrai. Uma parede vazia é contada através de suas imperfeições: uma pintura que não existe mais, um prego que foi removido... É assim que ela se transforma em personagem.
Entrevista concedida a Alberto Cassani
Matéria publicada originariamente no site: www.sergiobonellieditore.it
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