Crítica: Dampyr 204 - Bloodwood
Escrito por Raffaele Tropea
Antes de iniciar a crítica, copio na íntegra a sinopse do site da Sergio Bonelli Editore:
São passados alguns anos do desaparecimento do diretor maldito, Alexis Musuraka, Mestre da Noite morto por Dampyr, mas, nas vísceras de Hollywood, o seu diabólico projetor está em ação! Na pista ensanguentada de alguns horrendos "snuff moveis" que parecem interpretados por atores lendários, Harlan, Tesla e Kurjak chegam na cidade do cinema, para encontrar um dos piores pesadelos da carreira deles... Hollywood está cheia de vampiros e têm os rostos das estrelas que nos fizeram sonhar!
Encerrado o ciclo precedente, é tempo de Dampyr entrar com força total em um novo ciclo e conhecer novos adversários, ideais para a ocasião Giorgio Giusfredi e Michele Cropera.
MATE-A NOVAMENTE, SAM!
Uma série de violentos homicídios, filmados e comercializados, acendem o interesse de Dampyr e do seu time sobre Hollywood, onde esperam encontrar e destruir os últimos resquícios do gênio Alexis Musuraka, que inesperadamente sobreviveu.
Todavia bem sempre o monstro o é de fato. Em uma cidade que a imagem é tudo, o pior monstro é quem está disposto a sacrificar a própria alma ao diabo (ou melhor, ao vampiro), unicamente para a fama e o poder.
Entre em cena nesta história, um novo e misterioso Mestre da Noite e o seus novos e, menos misteriosos, ajudantes que, relacionando-se com edições anteriores, abre as portas para um futuro novo ciclo de histórias.
A história de Giorgio Giusfredi corre tranquilamente, sem particulares altos e baixos, em uma edição que enterte no ponto, nem mais nem menos.
Precisa, porém, distinguir dos dois pontos de vista oferecidos na edição, entre as histórias de Dampyr & Cia e as histórias dos vampiros & cia.
A parte que diz respeito aos heróis, de fato, é menos intensa, menos emotivamente atraente. Já se sabe que vencerão, e facilmente. A presença deles está limitada a ser os meros executores materiais da morte dos adversários.
Não há perigo, e único obstáculo - e até mesmo insuperável - a destruição dos não mortos é resolvido num quadrinho.
Em contraste, às histórias dos adversários deles, vampiros ou não, é mais interessante e, poderia merecer uma edição à parte.
Uma série de não mortos disfarçados de famosos que aprisionados por uma década dentro de uma galeria, e que encontrando a liberdade, continuam a obra de seus predecessores.
Humanos ambiciosos dispostos a maquiarem-se de criminosos somente pelo sucesso, sem obterem nada em troca senão vagas promessas.
Muito mais interessante, para mim!
Uma história, dizia, que flui e enterte, sem ser uma obra prima ou uma decepção: está no meio.
Você pode, querendo, considerar a possibilidade de ler a história a partir de vários pontos de vista; por uma lado, como uma crítica a mundo que canibaliza a si mesmo e procura uma maneira de sair da autodestruição; o outro a partir de um mercado de entretenimento que perde seu caminho em favor do poder pessoal; todavia, estas leituras o que pode ser feitas - são suscetíveis a serem um excesso, que provavelmente é.
Digno de nota a ampla flexibilidade do sistema "bonelliano", que se dobra às exigências da história e dos desenhos, tornando tudo mais fluente e aprazível.
DESENHOS
Os desenhos de Michele Cropera são belos, limpos e evocativos. O que tem de ser é. O que tem de ter há. Gostaria de limitar então a repetir o que "evocativos", transmitindo de forma perfeita aquilo que a história deve transmitir. O resto deixo a cargo de quem foleará a edição que está nas bancas e assim poderá formar a própria idéia.
CONCLUSÃO
Dampyr 204 é uma bela edição de aurea mediocritas, dentro da média, que disse que ao que veio e está em continuidade com o restante da série.
Provavelmente não é uma edição imperdível, mas seguramente uma edição interessante para quem não conhece as aventuras de Dampyr, mas quer se aproximar e para quem de qualquer maneira a adquiriu, porque é um apaixonado de longa data.
Publicado originariamente no site: www.c4comic.it