quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

 

Série:Dampyr nº 242
Episodio: O pintor da escola infernal
Textos: Nicola Venanzetti
Desenhos: Michele Cropera
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Omar Tuis
Páginas: 96
Edição: Bonelli, 5-2020

 

 
Em 1999, do que infernal Haborym foi a Wittenberg para ver Klaus Weber, arquiteto visionário mas mal sucedido. O demônio  ofereceu pela última vez para ele entrar na Escola Negra, para cultivar seu talento por trás da orientação dos demônios do inferno, recebendo mais uma recusa. 
Vinte anos depois o pintor Adam, filho de Klaus, aceitou frequentar a Escola. Lá Adam aprende a capturar a essência do mal em seus quadros, e quem os observa, literalmente corre o risco de ser devorado por eles, como de fato aconteceu com um colega invejoso. O diretor Adar Meleke, ainda que relutente, despede o jovem, segundo ele, pronto para se estabelecer no mundo. 
As obras de Weber são um sucesso e uma mostra mostra individual é organizada em Berlim. Visitando a exposição, Ann Jurging é capturada em uma visão gerada por um quadro. A mulher então vai com Harlan e Kurjak para os Montes Harz para procurar Weber, mas os três caem em uma armadilha arquitetada pelo duque infernal Abigor e acavgam uma vila estranha, dentro de uma pintura de Weber. Os nossos percebem que estão em apuros e se veem diante das criaturas monstruosas geradas pelo talento do pintor, até encontrar-se com Klaus, também prisioneiro de seu filho.
Com este episódio Venanzetti nos leva direto para o território horror, colocando Harlan e companhia num verdadeiro pesadelo. Os protagonistas se encontram em um turbilhão de acontecimentos, enquanto mais espaço é apropriadamente dado à história de Adam e Klaus, e o mesmo ambiente se torna um personagem, mesmo ganhando vida, quando um cemitério inteiro abre suas mandíbulas para engolir nossos heróis! Digno de nota é a comovente tentiva do pai, que tenta salvar o filho mesmo quando este já está obviamente condenado. E a fragilidade do filho, ignorado quando criança por um pai ausente e alcoólatra, fragilidade que degenera em cinismo complacente e implacável.
Os desenhos são "densos", pastosos, parecem ser possível ver o ar entre os ambientes. O traços de Cropera é sempre mais pessoal, tanto para os protagonistas, representados com traços nítidos e decisivos, quando para os cenários de pesadelo, de um filme expressionista, como observado pelo próprio Kurjak. O artista, então, nos presenteia como uma verdadeira galeria interna, que mostra generosamente, sem atalhos, vinte quadros diabólicos, e uma série memorável de monstros. Os desenhos ganham mais fôlego quando se tornam duplos ou quádruplos.



Publicado originalmente no blog: www.ilcatafalco.blopost.it

domingo, 6 de dezembro de 2020

 
Série:Dampyr nº 241
Episodio: O cavaleiro de Roccaburna
Textos: Mauro Boselli
Desenhos: Majo
Colorização: Mateo Vattani
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Lucca Corda
Páginas: 96
Edição: Bonelli, 4-2020


A edição deste mês de Dampyr sai, como escrevemos nos últimos dias, vinte anos após sua estréia nas bancas. Para comemorar o aniversário, Bonelli publicou uma edição colorida de 112 páginas.

Consultando um antigo livro, Saugrénes tem uma vívida visão da batalha da Montanha Branca, que ocorreu em 1620, perto de Praga. O livro contém um pouco do fluido de Draka, por isso tem a capacidade de reviver episódios narrados em quem os lê. Harlan conta ao amigo, como seu pai o recebeu como presente do Barão Sigmund Khevenhuller.
O ano era de 1621 quando uma tropa espanhola, comandada pelo Duque de Feira y Valhemorsa, invadiu o castelo de uma família evangélica de Valtellina. Os habitantes da fortaleza foram exterminados, com excessão dos filhos do senhor. O duque voltou sua atenção para a jovem e bonita Fortunata e parecia querer poupar-lhe a vida, como a do seu irmão Orlando. No jantar, no entanto, quando Orlando se recusou a brindar ao Rei da Espanha e à Igreja, Jerônimo, um dos capagas do Duque, tentou púnir Fortunata. A jovem conseguiu uma espada e defendeu-se, despertando a ira de Jerônimo. O cavaleiro de Roccaburna teve que intervir para salvar a prisioneira, nome usado na época pelo Mestre da Noite Draka, que ali estava presente como chefe de uma brigada de mercenários. Atingido pela coragem e valor da mulher, Roccaburna matou os espanhóis. Ele então levou Orlando e Fortunata a reboque, tornando a jovem sua amante. 
Uma noite, Roccaburna e seus dois protegidos chegaram ao Castelo de Hochosterwitz, administrado por Sigmund Khevenhuller. Os mortos vivos do Mestre da Noite Vlatna assolavam a região, situando Hochosterwitz assim que Roccaburna chegou. A intervenção deste último foi fundamental para a defesa do castelo, mas o ataque fracassado não impediu os vampiros de sequestrarem Fortunata.
Boselli nos presenteia com uma nova obra-prima a ser registrada nos anais dos quadrinhos: um horror histórico, cheio de batalhas, armas, vampiros e romance. Nesse caso Harlan, para "comemorar" seu aniversário, permanece em repouso, limitando-se a contar, no quadro narrativo, uma história que tem como protagonista seu pai, uma figura intrigante e multifacetada. Na verdade, uma das característica do personagem vampiro é aquele de prestar-se a ser colocado em diferentes contextos históricos. E Boselli sabiamente explora essa qualidade, muitas vezes acompanhando os leitores a territórios distantes no espaço e no tempo, a fim de expandir a saga em uma macro história de duração milenar. Também é significativo que em uma edição comemorativa o protagonista da série não apareça na linha de frente, Dampyr é na verdade uma saga complexa, composta por muitos personagens, muitas vezes co-protagonistas, que é um elemento de maior riqueza narrativa.
Como sempre, muito belos os desenhos de Majo, entre os quais se destacam as evocativas vistas dos feudos, os personagens nos trajes de época e suas expressões sempre credíveis, mesmo quando pintadas no rosto do monstro de plantão.
A cereja do bolo é a cor, explêndido trabalho de Matteo Vattani. Com sua paleta de cores, o colorista não só preenche às páginas, como amplifica  a sua expressividade e ambientes, criando jogos de luz, sombras e sombras, particularmente eficazes em cenas noturnas iluminadas pro tochas ou fogueiras. Tudo isso torna a leitura desse registro muito próxima de assistir um filme.
Um episódio, como se diz, para ser emoldurado, pela história e pelos desenhos. Mas também pelo décimo sexto extra e pelas cores, como um sinal de carinho e atenção da Bonelli para com seus leitores.



Matéria publicada originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot.com

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Uma lenda da Rússia de Stalin...

A CASA À BEIRA DO RIO
Dampyr 249
Nas bancas italianas: 03/12/2020
História: Stefano Piani
Roteiro: Stefano Piani
Desenhos: Giorgio Gualandris
Capa: Enea Riboldi

Anos trinta. Entre as ruínas da Torre Sukharev, em Moscou, foi encontrado um livro misterioso que cai nas mãos de Lavrenty Beria, cruel chefe do serviço secreto. Mas também Vassago e Saint-Germain querem aquele livro... Harlan deverá decifrar um enigma do passado, ligado ao desaparecimento de muitas mulheres, entre elas a amada de Saint-Germain...
 
 
Matéria publicada originariamente no site: www.sergiobonellieditore.it

sábado, 28 de novembro de 2020

 
 RETORNO A YORVOLAK
Uma página da saga que levará nosso herói de volta aonde tudo começou! Stefano Andreucci desenhará uma das histórias.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

 

Série:Dampyr nº 240
Episodio: Possessão
Textos: Stefano Pianni
Desenhos: Vanessa Belardo
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Omar Tuis
Páginas: 96
Edição: Bonelli, 3-2020

 
 
 
Krzysztof está no trem para Lviv, na Ucrânia, sozinho em seu compartimento, até a fascinante Jadwiga entrar. Depois de ser seduzido pela mulher, Krzysztof vê a paisagem do lado de fora da janela tornar-se monstruosa, enquanto um dragão invade o vagão. Um momento depois ele acorda: parecia ter sido um pesadelo, mas o homem encontra sua pele toda cheia de bolhas.
Em um ambulatório em Lviv para pesquisas sobre cadáveres sem sangue, Harlan encontra com o jovem repórter Andreji, que está coletando informações sobre uma mulher que pode enlouquecer seus amantes, até levá-los ao suicídio. Isso teria acontecido com vinte vítimas, dentre elas o seu irmão Anton, que suicidou-se de um modo brutal, atirando-se na frente de um carro. Segundo o repórter, a devoradora de homens, chama-se Jadwiga.
Andreji e Harlan vão ao bar onde Anton conheceu a mulher. O barman Taras admite que se lembra dos dois, mas não informações úteis, pois está sob o controle de Jadwiga. Mas produtivo para Harlan e Andreji é ouvir o rádio da polícia, através do qual ficam sabendo de Krzysztof, que, sem entender acabou no hospital após se atirar de uma varanda. O homem fornece a Harlan uma descrição da Jadwiga e um caminho a seguir, que os levam à estação ferroviária. Jadwiga, no entanto, não fica à espera dos acontecimentos e também está atrás do jovem e do inexperiente Andreji.


Piani nos propõe um prazeiroso episódio de horror, com mortes cruéis e uma femme fatale que conduz a loucura, tema narrativo eficaz e terrível na sua simplicidade. Digno de nota é a homenagem prestada ao autor polonês, Stefan Grabrinski, também mencionada na introdução.
Belardo nos mostra um trato cristalino e limpo, que conota os personagens com uma certa expressividade. As principais características da desenhista são os detalhes que se destacam nas páginas, muitas vezes trágicos, e realçados com enquadraturas cinematográficas, como uma corda, um telefone, um martelo, um litro de soda cáustica. A linguagem visual às vezes oferece citações cultas, como as sombras nosferásticas que pairam sobre Jadwiga, quando o mal está prestes a irromper na sua vida.
 

 
 
 
Matéria publicada originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot.com

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Dampyr #248 - O lobisomem de Matera

Álbum ambientado na cidade dos Sassi, entre licantropos e freaks

No ano de 2020 comemora-se os vinte anos de Dampyr, série que estreiou nas bancas em 2000, está por concluir-se. Não faltaram e não faltam belas histórias dedicadas ao personagem idealizado por Mauro Boselli e Maurizio Colombo. Nestes dias, além do explêndido Dampyr Especial, com influências Salgarianas, escrito pelo grande Boselli e desenhado por Marco Villa, encontramos nas bancas, o aguardado álbum ambientado em Matera, que tem relação com alguns elementos de um episódio escocês de alguns anos atrás (Mal de lua, Dampyr # 161) e represente um novo capítulo do percurso artístico (por nós muito apreciado) da dupla Giusfredi/Fortunato.
É inerente à natureza da série concebida por Boselli e Colombo, o conceito de misturar folclore e mitologia local com o elemento sobrenatural e de terror, muitas vezes colocando ênfase na ambientação, e este episódio respeita (e faz o melhor uso disso). Fruto de um roteiro que mistura habilmente drama, sentimentos, mitologia e ação, "O lobisomem de Matera" é na verdade uma história que prospera em atmosferas, que captura de maneira vívida e envolvente o espírito de um lugar ancestral como os Sassi de Matera, tornando o coração da cidade, o verdadeiro co-protagonista da história, mais do que um simples (e fascinante) teatro percorrido pelos protagonistas. Um lugar marcado por um passado difícil e complexo, mas permeado de uma energia única que o tornou um destino turístico de relevância mundial nas últimas décadas. Em suma, a cidade é perfeita para a visão romantico-sombria do autor Giorgio Giusfredi e do desenhista Alessio Fortunato, um pouco, a marcada dessa parceria artística está aliada a influências cinematográficas (como já havíamos destacado ao falar de Planeta de Sangue e A amiga mortal - voltaremos à discussão de influências mais tarde). 
Uma importante metáfora está escondida por trás do elemento fantástico/sobrenatural, ou seja, narrando as consequências do abandono e do desejo de ser aceito e amado. O tema da diversidade, portanto, declinou em um contexto de terror sempre mantendo um certo interesse no desenvolvimento conceitual.
O álbum em questão não é uma "simples" história de lobisomem, mas consegue reinvocar sabiamente um passado de cerca de cem anos atrás, entre freaks e estranhos fenômenos, uma narração que segue entre duas linhas temporais para contar contextualmente, no presente, uma investigação de Harlan, Tesla e Kurjak. Entre os personagens, marcamos o retorno de Stuart Morrison que, na turnê italiana com sua banda, dá uma parada em Basilicata. Stuart sonha com seu velho mestre já falecido, Duncan e seu pai, o príncipe Ayldon dos Shee, conectando assim claramente alguns elementos importantes para a continuidade da série.
Como dissemos anteriormente, a ligação das histórias de Giusfredi & Fortunato continua a ser indissolúvel. Entre as referências cinematográficas, uma das mais evidentes está na cena de abertura, que homenageia o início de Batman Returns de Tim Burton, nas cenas que narram a origem do Pinguim, onde os cônjuges Cobblepot, horrorizados com as feições da criança, decidem abandoná-lo em um rio.
Ficando no cinema, muitas das cenas ambientadas no passado, entre freaks e nazistas, têm um sabor deliciosamente cinematográfico a tal ponto que algumas páginas trazem à mente o trailer do filme Freaks Out de Gabrieli Mainetti, que será lançado nos próximos meses (provavelmente uma simples coincidência e inspiração comum, uma vez, que o filme foi rodado simultaneamente ao lançamento deste álbum).
Ficando no tema das inside joke, impossível não acrescentar a anedota de que em cada história desenhada por Fortunato, por confissão do próprio artista, há rostos retirados do mundo real, pessoas que conhece ou cita. Assim, nesse episódio podemos observar nada menos que dois desenhistas de quadrinhos, Gipi e Giuseppe Palumbo, vestes panos ede dois personagens com um papel fundamental (sobretudo o primeiro) dentro da trama, Poucas páginas depois um olhar atento capturará uma outra simpática citação, um ciclista com a camiseta de Zagor, homenagem de Giusfredi a um dos personagens Bonelli que mais ama (e do qual realizou algumas histórias).
Uma nota também sobre a relação da história com a atualidade. Mesmo que o álbum não esteja ambientado exatamente na "nossa realidade", este 2020, marcado pela emergência sanitária da Covid-19, mostrando-nos personagem que circulam livremente por Matera e organizam shows e confraternizações sem serem submetidos a nenhuma restrição, no último quadrinho na página 61 é mostrada uma máscara abandonada no chão, como se quisessem relembrar a difícil relação com a contemporaneidade, visto que os autores trabalharam nessa história ao longo de 2020.
Faltam alguns comentários aos desenhos de Alessio Fortunato, que aqui chega ao seu ápice expressivo. A obra do chamado "artista da caneta", caracterizada por uma meticulosidade quase maníaca e um olhar sempre atento aos detalhes, mostra-se em permanente evolução, capaz, com seu trato peculiar e único, fazer sobre o papel atmosferas, luzes, sombras, sugestões. Empolgado por ter de representar lugares queridos e próximos a ele, o desenhista da Puglia interpreta o roteiro no seu melhor, agregando valor em uma das mais belas histórias desse ano. 
Não é por acaso que as páginas do álbum foram expostas, antes mesmo da publicação da história, na cidade de Sassi, no cenário evocativo da Mostra Sassi, Nuvole e Lupi, organizada pela APT Basilicata e Matera Film Festival e promovida pela Lucca Changes em colaboração com a Sergio Bonelli Editore. 

Il sommo Giuseppe



Dampyr: "O lobisomem de Matera"
NUMERO: 248
DATA: novembro 2020
SERGIO BONELLI EDITORE
 
ARGUMENTO E ROTEIRO: Giorgio Giusfredi
DESENHOS: Alessio Fortunato
CAPA: Enea Riboldi


 
Matéria publicada originariamente no blog: www.gliaudaci.blogspot.com

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

 
AJUDA DE DRAKA!
Kurjak fez uma viagem no multverso! Lá conheceu a bela Princesa Xeethra e teve um filho com ela. Agora, em sonho, ouviu a voz de Darin, o chefe da guarda da princesa da Terra do Crepúsculo, chamando-o!
E nosso soldado tem somente uma forma de voltar ao reino de sua princesa, pois está com a intuição que algo está acontecendo com ele e sua mãe: pedir a Draka, que use as suásticas que permitem viagens ao multiverso, para que ele possa rever Miklos, seu filho!
Dampyr vai junto com seu amigo até o Himalaia, e, após uma tensa conversa, como sempre acontece, quando encontra com seu pai, Kurjak consegue seu objetivo.
 
Dampyr 180 - O filho de Kurjak (História de Mauro Boselli com desenhos de Daniele Statella).

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

O lobisomem de Matera - Dampyr 248 (novembro de 2020)

(Crítica de Paolo M.G.Maino)

Tese, antítese e síntese. A filosofia hegeliana se adapta perfeitamente na sequência dos três albuns de Dampyr. 2018: Planeta de Sangue; 2019: A amiga mortal; 2020: O lobisomem de Matera.
Os autores? Giorgio Giusfredi e Alessio Fortunato que bem nos acostumaram com os lançamentos deles e também em 2020 confirmam (pelo menos por esse motivo) este agradável momento.
Mas tentemos explicar por que Hegel veio à mente (lido e interpretado casualmente, sem pretensões e sem aprofundamentos inúteis).
 

O lobisomem de Matera
Argumento e roteiro: Giorgio Giusfredi
Desenhos: Alessio Fortunato
Capa: Enea Riboldi
 
Planeta de Sangue é o início do "sortudo" casamento. Uma história apertada, horror, cheia de ação, plena de continuidade dampyriana e herdeira tanto de Boselli quanto de Colombo. O desenho de Fortunato está empenhado em buscar uma matriz narrativa adequada a uma história que quer recuperar e homenagear "A tela demoníaca" (como em "Bloodywood" onde Giusfredi estava acompanhado pelo igualmente expressionista Cropera). Está e a tese
A amiga mortal é a história íntima, elegíaca, dentro da continuidade é verdadeira mas ao mesmo tempo fora dessa. Um hino ouvido pelo roteirista e tocado (com Bic) pelo desenhista. Uma partitura em quadrinhos. Esta é a antítese
E agora "O lobisomem de Matera": É a sintese? 
Sai hoje oficialmente nas bancas e por isso não quero cair em nenhum spoiler, mas os elementos da síntese e de uma síntese satisfatória estão todos lá.
 

Há uma história de ação que mergulha no terror mais clássico (depois dos vampiros na hit parede de sucessos de monstros de terror, temos os lobisomens, certo?) há uma história perfeitamente na continuidade de Dampyr e nesta linha narrativa é aquela de Planeta de Sangue; mas então temos uma história que tem dois co-protagonistas intensos, melancólicos e amaldiçoados e então temos uma denúncia franca e direta e de toda violência sem sentido e resultado da crueldade doentia e ao mesmo tempo há o grito de luta contra toda discriminação de quem é diferente: da violência nazista à homologação da moda e da imagem (e essas nuances de drama e elegia ressoam em "A amiga mortal".


Gisufredi chega narrativamente a uma síntese que completa e realça os muitos elementos presentes nas duas histórias anteriores e o faz com certeza de poder contar com as mãos hábeis de Alessio Fortunato que dá vida a imaginação do autor. O êxito está em um quadrinho divertido, apaixonante, rico de detalhes também para se refletir, mas nunca entediante (mesmo na sessão de explicações de Caleb, que recupera algunas informações úteis ao trio Harlan, Kurjak e Tesla antes da partida deles para Matera). Em suma, um quadrinho popular e boneliano!


Os desenhos de Fortunato são mais uma vez a garantia do prazer da leitura. O desenhista da Puglia não mostra manchas e continua a nos dar personagens intensos e dramáticos. Mas também irônicos e alegres e depois nos mostra uma Matera bela e gótica. A cidade acertadamente, decidiu em parceria com a SBE, dedicar uma exposição com as páginas de Fortunato! Só para justificar o que estou lhes dizendo, olhe com calma as quatro páginas retiradas da prévia do site da Bonelli que incluí nesta análise. Sem balões...mas eles são necessários? Aqui, ler e assistir Fortunato no roteiro de Giusfredi é como assistir a um filme no mudo,  mesmo sem balões, a força narrativa é preservada. 
Acrescento apenas duas outras considerações (e talvez daqui a alguns dias deixarei um estudo mais aprofundado para Chiara Cvetaeva, leitora assídua de Dampyr e admiradora da dupla Giusfredi / Fortunato).


A cena inicial é uma homenagem ao nascimento do Dampyr Harlan Draka. Fortunato cita Majo e Giusfredi cita Boselli/Colombo. Uma escolha que vem deliberadamente no fim das celebrações dos 20 anos de vida editorial do matador de vampiros da Editora Bonelli. Novidade na continuidade. Lendo, encontrarão tantos planos temporais (5 ou 6, ao menos) e cada um dele está inserido na trama no momento certo para explicar. Um controle das 94 páginas do quadrinho por Giusfredi que também dá lugar uma longa cena final de acerto de contas (o último a fazer uma assim tão longa sem ser Mauro Boselli foi Falco em "Krampus" e em "O condutor da Calábria).
Chega! Mais não se pode dizer! Se ainda não pegou... corram para as bancas, aliás, vão de bicicleta (se puder também nas zonas vermelhas), com a máscara e a camiseta de Zagor! Verdade, David? 
P.S.: Explêndida a capar de Enea Riboldi!

 
 
Publicado originariamente no blog: www.fumettiavventura.it no dia 04/11/2020.

domingo, 8 de novembro de 2020

Série:Dampyr nº 239
Episodio: O condutor da Calábria
Textos: Claudio Falco
Desenhos: Francesco de Setema
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Omar Tuis
Páginas: 96
Edição: Bonelli, 2-2020

  
 
 
Desde as revoltas anti Bourbon do final do século XVII, o Mestre da Noite Vrana, conhecido como o Cavaleiro de Altafoglia, tem vigiado os habitantes da cidade calabresa de Civita e, em particular, a família de Cosimo. Fundada por um grupo de albaneses liderados por Vrana na época das incursões dos turcos., Civita é o lar da maior comunidade albanesa da Itália, que guarda zelosamente as tradições do país de origem. 

Em Civita a gangue local da ndrangheta é comanda por Salvatore Marasco, que dirige seus subordinados de Hamburgo, com a ajuda de seu braço direito, Barreca. Vrana não aceita que Marasco ponha as mãos na cidade, e encarrega seu fiel não-morto Marnesh de sabotar as atividades do crimonoso. A certa altura Barreca tem como alvo a fazenda de Sara Greco, descendente de Cosimo, da qual pretende comprar o terreno.

Caleb toma conhecimento das vítimas sem sague de Marnesh, e manda Harlan investigar. Dampyr está acompanhado de Kurjak e Tesla depois do enésimo massacre de dois bandidos que estavam colocando uma bomba em um celeiro da fazenda de Sara.

Ao estar pessoalmente com Sara, Harlan nota em seu pescoço um medalhão herdado de Cosimo e que contém a matéria orgânica de Vrana. Graças ao colar, Harlan consegue manter contato com o Mestre da Noite, que declara que não tolerará interferências na guerra com Marasco. O confronto se dará na noite da festa das Vallje, as danças típicas locais que celebram a vitória de Skanderbeg sobre os turcos.

Falco atinge o alvo com um episódio convincente de cenário italiano, no qual ele mescla tradições locais, submundo e vampiros: o que mais você pode pedir de um quadrinho? O confronto com a máfia dá realismo à história, fazendo do Mestre Vrana um personagem "real", que atua na realidade contemporânea. Vrana prova ser uma figura multifacetada: embora interessado em seres humanos, ele está pronto para usar Harlan para seus propósitos. Assim como Draka, que confirma a alteridade dos Mestres da Noite, Vrana, no entanto, também demonstra um pertencimento, declarando que os arberesh são seu povo.

De Stena, estreiando em Dampyr, nos apresenta uma fiel reconstrução da Calábria, e nos acompanha em um bela tour entre as estradinhas e os becos do vilarejo. Muito eficazes as arquiteturas e lindo o galeão da página 45.


Publicado originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot.it

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

 
Homem lobo e vampiros em uma das cidades mais antigas do mundo!
 
 
O LOBISOMEM DE MATERA
Dampyr 248
Nas bancas italianas: 04/11/2020
História: Giorgio Giusfredi
Roteiro: Giorgio Giusfredi
Desenhos: Alessio Fortunato
Capa: Enea Riboldi

Sob a lua cheia, um grito lacerante ecoa nos becos de Matera. Quem está agindo na escuridão? Um serial Killer? Um lobisomem? Um vampiro? Ou talvez uma aberração saída de uma velha história de fenômenos anormais? Enquanto Harlan, Tesla e Kurjak entram em campo para investigar, Stuart Morrison, que está na Itália numa turnê com sua banda, sonha com seu velho Duncan, já falecido e seu pai, o Príncipe Ayldon dos Shee...
 


Publicado originariamente no site: www.sergiobonellieditore.it

sábado, 31 de outubro de 2020

 
Dampyr #247 - O segredo de Robert Howard (Boselli, Genzianella)
 
Por David Padovani
 

Os leitores de Dampyr, depois de vinte anos de histórias já sabem bem: Harlan é muito mais do que um simples caçador de vampiros e as suas histórias não podem ser classificadas no gênero aventura, ou pelo menos, não somente nesse gênero. 
Um dos méritos de Mauro Boselli, como curador, sempre foi saber balancear histórias mais dinâmicas e com adrenalina a outras que, dentro de uma estrutura narrativa estruturada por uma forte continuidade, exploram acontecimentos históricos, mitos, lendas, folclore mundial, amalgamando-os na ficção do personagem e tornando-os um dos pontos fortes da série.
A segunda parte dessa dupla aventura dedicada a Robert E. Howard, ilustrada sempre por Nicola Genzianella, capaz de habilidosa eficácia entre ambientações de fantasia à paisagens do Texas dos anos 30, até vislumbres de ficção científica, superficialmente, pode parecer uma longa história que não leva à ação, mas ao diálogo e à narração de histórias. Mas, olhando mais de perto, esconde uma riqueza de narrativas e invenções que permitem a Boselli homenagear e contar a parábola biográfica original do pai de Conan, o bárbaro, ao mesmo tempo que fundamenta o fio dessa existência na costura da mitologia dampyriana, enriquecendo este último com elementos preciosos.
Genzianella, por sua vez, contribui com uma perícia de detalhe e de minúcia gráfica em cada quadrinho, igualando as muitas palavras da história com uma quantidade de elementos visuais igualmente importantes.


Falamos de:
Dampyr #247 - O segredo de Robert Howard
Mauro Boselli, Nicola Genzianella
Sergio Bonelli Editore, outubro/2020
96 páginas, a cores, 3,90


Publicado originariamente no site: www.lospaziobianco.it

terça-feira, 27 de outubro de 2020

 
TESLA
 Por Nicola Genzianella.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

 
AMBER TREMAYNE
Por Nicola Genzianella.
 

domingo, 18 de outubro de 2020

 
Kurjak, apaixonado por Salgari, sempre sonhou encontrar Os Tigres da Malásia...
 
 
OS VAMPIROS DE MOMPRACEM 
Dampyr Especial 16
Nas bancas Italianas: 21/10/2020
Roteiro e argumento: Mauro Boselli
Desenhos: Marco Villa 
Capa: Enea Riboldi

Mesmo que ele já tenha parado de fumar, Kurjak, o braço direito de Dampyr, sempre se identificou com o seu herói de infância, Yanez de Gomera, o aventureiro português com seu eterno cigarro no canto dos lábios, companheiro de aventuras de Sandokan. E encontrá-lo era seu sonho de criança, pelo menos até descobrir a existência de mundos paralelos. Mas pode haver uma realidade paralela  tão exótica quanto à Malásia de Emílio Salgari? Quando, em Londres, um Mestre da Noite aliado de Lord Marsden, na tentativa de enfrentar os nossos heróis de desaparece no Multiverso por causa de uma invenção do Doutor Zardek, as coordenadas espaço temporais parecem conduzir a uma remota ilhota ao largo da costa de Bornéo, um covil de formidáveis piratas... Harlan e Kurjak se encontram cara a cara com Yanez, Kammamuri, Tremal-Naik e Sambigliong. Mas Sandokan desaparece na selva, direto no reino perdido de Kinabalu...


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