quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

 

Série:Dampyr nº 242
Episodio: O pintor da escola infernal
Textos: Nicola Venanzetti
Desenhos: Michele Cropera
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Omar Tuis
Páginas: 96
Edição: Bonelli, 5-2020

 

 
Em 1999, do que infernal Haborym foi a Wittenberg para ver Klaus Weber, arquiteto visionário mas mal sucedido. O demônio  ofereceu pela última vez para ele entrar na Escola Negra, para cultivar seu talento por trás da orientação dos demônios do inferno, recebendo mais uma recusa. 
Vinte anos depois o pintor Adam, filho de Klaus, aceitou frequentar a Escola. Lá Adam aprende a capturar a essência do mal em seus quadros, e quem os observa, literalmente corre o risco de ser devorado por eles, como de fato aconteceu com um colega invejoso. O diretor Adar Meleke, ainda que relutente, despede o jovem, segundo ele, pronto para se estabelecer no mundo. 
As obras de Weber são um sucesso e uma mostra mostra individual é organizada em Berlim. Visitando a exposição, Ann Jurging é capturada em uma visão gerada por um quadro. A mulher então vai com Harlan e Kurjak para os Montes Harz para procurar Weber, mas os três caem em uma armadilha arquitetada pelo duque infernal Abigor e acavgam uma vila estranha, dentro de uma pintura de Weber. Os nossos percebem que estão em apuros e se veem diante das criaturas monstruosas geradas pelo talento do pintor, até encontrar-se com Klaus, também prisioneiro de seu filho.
Com este episódio Venanzetti nos leva direto para o território horror, colocando Harlan e companhia num verdadeiro pesadelo. Os protagonistas se encontram em um turbilhão de acontecimentos, enquanto mais espaço é apropriadamente dado à história de Adam e Klaus, e o mesmo ambiente se torna um personagem, mesmo ganhando vida, quando um cemitério inteiro abre suas mandíbulas para engolir nossos heróis! Digno de nota é a comovente tentiva do pai, que tenta salvar o filho mesmo quando este já está obviamente condenado. E a fragilidade do filho, ignorado quando criança por um pai ausente e alcoólatra, fragilidade que degenera em cinismo complacente e implacável.
Os desenhos são "densos", pastosos, parecem ser possível ver o ar entre os ambientes. O traços de Cropera é sempre mais pessoal, tanto para os protagonistas, representados com traços nítidos e decisivos, quando para os cenários de pesadelo, de um filme expressionista, como observado pelo próprio Kurjak. O artista, então, nos presenteia como uma verdadeira galeria interna, que mostra generosamente, sem atalhos, vinte quadros diabólicos, e uma série memorável de monstros. Os desenhos ganham mais fôlego quando se tornam duplos ou quádruplos.



Publicado originalmente no blog: www.ilcatafalco.blopost.it

domingo, 6 de dezembro de 2020

 
Série:Dampyr nº 241
Episodio: O cavaleiro de Roccaburna
Textos: Mauro Boselli
Desenhos: Majo
Colorização: Mateo Vattani
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Lucca Corda
Páginas: 96
Edição: Bonelli, 4-2020


A edição deste mês de Dampyr sai, como escrevemos nos últimos dias, vinte anos após sua estréia nas bancas. Para comemorar o aniversário, Bonelli publicou uma edição colorida de 112 páginas.

Consultando um antigo livro, Saugrénes tem uma vívida visão da batalha da Montanha Branca, que ocorreu em 1620, perto de Praga. O livro contém um pouco do fluido de Draka, por isso tem a capacidade de reviver episódios narrados em quem os lê. Harlan conta ao amigo, como seu pai o recebeu como presente do Barão Sigmund Khevenhuller.
O ano era de 1621 quando uma tropa espanhola, comandada pelo Duque de Feira y Valhemorsa, invadiu o castelo de uma família evangélica de Valtellina. Os habitantes da fortaleza foram exterminados, com excessão dos filhos do senhor. O duque voltou sua atenção para a jovem e bonita Fortunata e parecia querer poupar-lhe a vida, como a do seu irmão Orlando. No jantar, no entanto, quando Orlando se recusou a brindar ao Rei da Espanha e à Igreja, Jerônimo, um dos capagas do Duque, tentou púnir Fortunata. A jovem conseguiu uma espada e defendeu-se, despertando a ira de Jerônimo. O cavaleiro de Roccaburna teve que intervir para salvar a prisioneira, nome usado na época pelo Mestre da Noite Draka, que ali estava presente como chefe de uma brigada de mercenários. Atingido pela coragem e valor da mulher, Roccaburna matou os espanhóis. Ele então levou Orlando e Fortunata a reboque, tornando a jovem sua amante. 
Uma noite, Roccaburna e seus dois protegidos chegaram ao Castelo de Hochosterwitz, administrado por Sigmund Khevenhuller. Os mortos vivos do Mestre da Noite Vlatna assolavam a região, situando Hochosterwitz assim que Roccaburna chegou. A intervenção deste último foi fundamental para a defesa do castelo, mas o ataque fracassado não impediu os vampiros de sequestrarem Fortunata.
Boselli nos presenteia com uma nova obra-prima a ser registrada nos anais dos quadrinhos: um horror histórico, cheio de batalhas, armas, vampiros e romance. Nesse caso Harlan, para "comemorar" seu aniversário, permanece em repouso, limitando-se a contar, no quadro narrativo, uma história que tem como protagonista seu pai, uma figura intrigante e multifacetada. Na verdade, uma das característica do personagem vampiro é aquele de prestar-se a ser colocado em diferentes contextos históricos. E Boselli sabiamente explora essa qualidade, muitas vezes acompanhando os leitores a territórios distantes no espaço e no tempo, a fim de expandir a saga em uma macro história de duração milenar. Também é significativo que em uma edição comemorativa o protagonista da série não apareça na linha de frente, Dampyr é na verdade uma saga complexa, composta por muitos personagens, muitas vezes co-protagonistas, que é um elemento de maior riqueza narrativa.
Como sempre, muito belos os desenhos de Majo, entre os quais se destacam as evocativas vistas dos feudos, os personagens nos trajes de época e suas expressões sempre credíveis, mesmo quando pintadas no rosto do monstro de plantão.
A cereja do bolo é a cor, explêndido trabalho de Matteo Vattani. Com sua paleta de cores, o colorista não só preenche às páginas, como amplifica  a sua expressividade e ambientes, criando jogos de luz, sombras e sombras, particularmente eficazes em cenas noturnas iluminadas pro tochas ou fogueiras. Tudo isso torna a leitura desse registro muito próxima de assistir um filme.
Um episódio, como se diz, para ser emoldurado, pela história e pelos desenhos. Mas também pelo décimo sexto extra e pelas cores, como um sinal de carinho e atenção da Bonelli para com seus leitores.



Matéria publicada originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot.com

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Uma lenda da Rússia de Stalin...

A CASA À BEIRA DO RIO
Dampyr 249
Nas bancas italianas: 03/12/2020
História: Stefano Piani
Roteiro: Stefano Piani
Desenhos: Giorgio Gualandris
Capa: Enea Riboldi

Anos trinta. Entre as ruínas da Torre Sukharev, em Moscou, foi encontrado um livro misterioso que cai nas mãos de Lavrenty Beria, cruel chefe do serviço secreto. Mas também Vassago e Saint-Germain querem aquele livro... Harlan deverá decifrar um enigma do passado, ligado ao desaparecimento de muitas mulheres, entre elas a amada de Saint-Germain...
 
 
Matéria publicada originariamente no site: www.sergiobonellieditore.it