quinta-feira, 25 de outubro de 2018


Dampyr #223 (Mignacco-Viotti)

por David Padovani



As praias da Ilha de Cuba estava entre as primeiras terras alcançadas pelos conquistadores espanhóis que, além dos índios locais, encontraram a sua espera - pelo menos no universo dampyriano - um Mestre da escuridão venerado com um deus, o poderoso Huracán.
Desta premissão histórica, Luigi Mignacco dá a partida desta sua história de Dampyr que, além da introdução de um novo antagonista para Harlan e pards, atinge de mão cheia as tradições cubanas, como por exemplo, a música crioula, a santeria e personagens históricos como Che Guevara e Fidel Castro que tornam-se protagonistas desta história mesmo que por poucas páginas.
Mignacco opta por uma narração clássica, linear do desenvolvimento, que se concentra mais na sucessão dos acontecimentos do que nos personagens. Se Harlan, Kurjak e Tesla vão a campo com os seus traços característicos mais conhecidos, ao novo Mestre da escuridão foi reservado bem pouco espaço para delinear seu caráter e objetivos. Uma falta que poderá ser reequilibrada no tempo, visto que Huracán foge de Dampyr num final desequilibrado, para o qual talvez poucas páginas foram reservadas. 
Dario Viotti com seu traço limpo e claro nos presenteia com páginas ricas de particularidades e detalhes. A sua é uma das mais interessantes interpretações gráficas de Kurjak, do universo de desenhistas dampyrianos, mas nesse número excede também a eficácia e a fidelidade das representações de Che e de Fidel, bem como, as paisagens cubanas, seja das florestas, seja da parte urbana de Havana.



Crítica publicada originariamente no site: www.lospaziobianco.it

Nenhum comentário: