Dampyr

domingo, 20 de novembro de 2016

Dampyr 200
A Longa Noite de Harlan Draka e a sua "legião"

A série regular dedicada a Dampyr atinge a quota de duzentos lançamentos mensais, evento que como manda a tradição se comemora com uma edição a cores, neste caso, com maior número de folhas (16 páginas a mais). Uma das clássicas convenções que regulam as edições celebrativas da Bonelli não foi aqui adotada pelo autor Mauro Boselli: desde o início da história a continuidade parece muito relevante para o desdobramento da trama, tornando então o episódio não tanto uma celebração a si mesmo quanto uma homenagem ao núcleo duro de fãs, que por anos aguardam ansiosos para conhecerem o destino de vários personagens e, a conclusão de muitos pontos narrativos espalhados no curso da série.

A Legião de Harlan Draka vê os protagonistas contraporem-se a armada de um dos Mestres da Noite mais amado pelos leitores, ou seja, Erlik Khan, o Deus da Morte. Embora ele em mais de uma ocasião provou ser um valioso aliado (e um amigo de Draka, o Pai de Harlan), diversas circunstâncias levam Erlik a reunir suas tropas no Oriente Médio para uma batalha sem precedentes, conclamando soldados não-mortos de diferentes épocas históricas. Para enfrentá-lo também Harlan reune vários velhos conhecidos, constituindo um verdadeiro super time.

Como se pode facilmente intuir, a história não é somente plenamente integrada na trama horizontal de Dampyr, mas representa um capítulo decisivamente importante. Quando se trata com uma continuidade assim densa de personagens e acontecimentos, o risco real do autor é aquele de ser engolido e não conseguir encontrar a solução dos problemas. Mauro Boselli atento a esse problema, demonstra ter grande padrão, seja dos mecanismos narrativos que animam a série, seja para cada fio das tramas deixas em suspenso. Dá origem assim a um afresco coerente em que finalmente tantas situações encontram seu desfecho. O seu trabalho é perfeito, seja para posicionar as simples peças no tabuleiro, seja no fazer interagir os vários atores em cena.

O sucesso da história é mérito dos textos de Boselli como dos desenhos de Luca Rossi. O desenhista de Verona, que estreiou em séries como Gordon Link, Demon Hunter e Pulp Stories. realizou alguns entre os números mais amados de Dampyr, antes de entrar, faz alguns anos no staff da americana Vertigo (DC Comics) e realizar House of Mystery. Retornando a Bonelli, recentemente "reatou o casamento" com Mauro Boselli trabalhando em uma história breve de Tex e em um número "com piratas" de Le Storie. É em Dampyr que o seu trato está no seu habitat natural. Rossi convence com cento e dez páginas muitíssimo bem feitas, onde consegue desenvolver bem a atmosfera da história e de representar os tantos personagens em campo. O desenhista teve a companhia de Romina Denti (que já tinha colorizado seu trabalho em Color Tex 6), cujas escolhas de cores, se adaptam bem com os desenhos, dando vida à páginas particularmente modernas e visivelmente equilibradas, exceto talvez algumas passagens em que as páginas resultam muito carregadas.

Continua de qualquer forma uma ótima leitura. Como já se sabe, esta edição junta com as duas seguintes, constituirá uma única trama, uma única longa noite de caça aos Mestres da parte de Harlan e da sua "legião". A curiosidade de ler os próximos números é então, muito forte, esperando que se mantenham neste ótimo nível.