terça-feira, 6 de agosto de 2013


Comentário do Blog italiano "Il Catafalco" para Dampyr 153.

TERRA DE NINGUÉM
Argumento e Roteiro: Mauro Boselli
Desenhos: Alessandro Bocci
Capa: Enea Riboldi 

A última edição de Dampyr de 2012 propõe um roteiro que, desde o inicio, contribui para o sucesso do personagem: a guerra e os vampiros. Pela primeira vez Nikolaus será o personagem principal, revelando-se um precioso colaborador de Harlan.
Nikolaus no curso de sua existência, amou verdadeiramente somente uma mulher, a vidente Madame Thebè, a qual prometeu notícias do paradeiro de seu filho, Zdenek, que se perdeu no front de Ypres, durante a Primeira Guerra Mundial.
E chegou o momento de honrar a promessa e, junto com Harlan, Nikolaus rastreará as fases da vida de Zdenek e do seu amigo Mordechai, que partiram junto para combater os ingleses.
As pinturas macabras de Mordechai, assinadas com o pseudônimo de Marc Abel, constituem-se na pista que precisavam, pinturas que retratam feridos e os mortos entregues à decomposição nos campos de batalha, vítimas dos Ghouls, soldados desertores que, durante a noite, se nutrem do sangue de suas vítimas.
A última etapa da viagem de Nikolaus é a mansão de Boissy le Vieux, um local adaptado para curar os soldados cujas faces foram desfiguradas pelos ferimentos. Nesse local, são ainda visíveis as pinturas de Marc Abel e, nesse caso, pinturas novas.
O diário de uma enfermeira que trabalhou por lá no final dos anos 30 e o péssimo atendimento da filha do dono, ajudarão Harlan e Nikolaus a por um pouco de luz sobre esse caso, permitindo a Madame Thebè, que ela consiga manter contato com o espírito de Zdenek.
Esta aventura põe o leitor "dentro" da história, através da leitura de documentos encontrados, fazendo com que ele consiga montar o quebra-cabeça. Os cenários mudam junto com o desenvolvimento da história, do Gueto de Praga passamos aos pubs frequentados por estudantes, depois entre as trincheiras em Ypres (onde se encontram os ingleses, franceses e alemães) e na "Terra de Ninguém" (no espaço entre uma trincheira e outra, onde vivem os Ghouls), e termina entre as paredes, onde se encontram os soldados sem rosto que passaram ali seus últimos anos. Como Boselli precisa na introdução, a sua documentação constititui-se na maior parte, de testemunhos reais, que levam o leitor, que não pode ajudar, mas pode "ouvir" e refletir.
Alessandro Bocci não poupa sequer um pingo de seu talento nas páginas desta aventura, dispensando grande atenção aos detalhes da história da guerra (armas, divisas, etc) e a atmosfera de pano de fundo. 

Nenhum comentário: