sexta-feira, 4 de agosto de 2023

 
Série: Dampyr 278
Episódio: A floresta dos suicídios
Textos: Nicola Venanzetti
Desenhos: Giorgio Gualandris
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Luca Corda
Páginas: 96 
Editora: Bonelli, 05-2023



Dampyr de maio também saiu com duas versões com dois imãs diferentes: a primeira com a capa do número 9 e a outra com a capa do número 51.
 
 
Algo sombrio despertou na infame "floresta suicida" de Aokigahara no sopé do Monte Fuji, no Japão. Já no passado, a extensão verde ganhou uma reputação sinistra, devido ao costume de abandonar as mulheres idosas em tempos de fome para que não pesassem nas famílias em dificuldade. Parace que seus espíritos, os yurei, assobram o local e atraem novas vítimas.
 
Noriaki, Aruna e mais pessoas estão em um templo meio da floresta para praticar o hyakumonogatari kaidakan, rito que consiste em soprar cem velas enquanto narram episódios relacionados a seus parentes que ali morreram. O grupo tenta invocar o demônio aoandan para conduzir as almas dos yurei para a vida após a morte. Mas o ritual não funciona e ao aoandan libera toda sua fúria, extraindo energia do desespero dos vivos e dos mortos e levando-os à ruína.
Não muito tempo depois, Kenshin, um ex-yakuza, chega à floresta co a intenção de libertar o espírito de seu ex-colega Hanzo, que morreu por causa dele. Kenshin não enfrenta a difícil tarefa sozinho, mas se junta a ele o idoso Sr. Hasegawa, especialista do local, e seu amigo Harlan, contactado por sua esposa Keiko, preocupada com o destino de seu amado.
 

Venanzetti tece uma história refinada e intensa, com ritmo dilatado e focada em um tema delicado como o suicídio, mas abordado do ponto de vista japonês, portanto, como uma solução às vezes honrosa para evitar que se torne o fardo para os outros. Outro tema central é o caráter duplo da natureza, que pode ser destrutiva ou pacificadora: a floresta torna-se uma manifestação sensível de um mundo interior, um lugar para se encontrar, abandonar-se à morte ou dela emergir renovado. E a poesia parecer ter um papel crucial nisso, como se dissesse: um haiku vai nos salvar.
Gualandris confirma-se como um grande mestre do pincel, sabe criar especialidade também em pequenos quadrinhos, que resultam arejados, cheios de atmosfera com os seus mil tons, por vezes suaves e delicadas quando feitos à lápis. A expressividade e precisão na percepção dos rostos é notavel, muitas vezes em close-up e com luzes dramáticas. 
Em última análise, A floresta dos suicídios, é um álbum emocionante, com desenhos esplendidamente realizados.
 
 
Publicado originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot.it 

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