As moças do Mahogany Hall - Dampyr 230
História e Roteiro: Mauro Boselli
Desenhos: Nicola Genzinella
Capa: Enea Riboldi
Crítica de Paolo M.G. Maino
Depois do álbum de dezembro - Os horrores de Red Hook - Mauro Boselli, que volta a ter nas mãos a sua criatura e como prometido, no enganador número do mês passado, que daqui, oficialmente, começa uma história que girará em torno de dois temas principais: o retorno dos Grandes Antigos (que tem uma ligação estreita com o álbum de dezembro) e o destino de Emil Kurjak e da sua doença. As moças do Mahogany Hall, este é o título da história de maio, constitui-se na primeira parte de uma história dupla confiada aos mágicos pincéis de Nicola Genzianella, de retorno, depois de sua contribuição no Dampyr que se passou em Lucca, em novembro passado - O santo vindo da irlanda.
E digo logo, que as primeiras quatro histórias de 2019, são ótimas, apenas começando a leitura e a observar as páginas deste número, somos "jogados" na atmosfera das melhores histórias dos matadores de vampiros da Bonelli, aquelas feitas de ação, mistério, suspense, reviravoltas, ricas de pontas que se ligam a tantas histórias do passado e cheia de dicas do que nos espero no futuro mais ou menos próximo.
Boselli sabe como poucos orquestar uma história em que se pode de ver mover em cena, tantos personagens: Harlan, Kurjak, Tesla, Caleb, Araxe, o doutor Kergaz, a súcuba Eisheth, Jim Fajella, a sua fidanzata Michelle Duprez, a irmã desta Carmem, a súcuba irmã de Esheth, Agrat, Samael, Legba, o fotógrafo Bellocq, Barão Samedi, Nicholas e Ljuba, Jelly Roll Morton, a não-morta Sade, C-Mell... Boselli nos parece perdido, mas tem as rédias da histórias nas mãos. E, nada é o que parece ser, quando pensamos (ou talvez tememos) que as coisas vão em uma certa direção, no momento "x", a cena muda para um outro personagem e geralmente para um outro lugar (Praga, Nova Orleans, Bretanha...) até a convergência de vários rios para um só lugar: um clube de jazz, local de um confronto que permanece suspenso em vista da edição de junho.
Também esta escolha não é casual, depois da histórica história dupla 15-16, Boselli retorna 18 anos depois a reencontrar-se com o jazz e suas origens nos estados do sul dos Estados Unidos e nos explica finalmente a relação entre Legba e o Barão Samedi. Tudo volta!
Sem contar mais nada sobre o enredo (no fundo direi que não contei quase nada), quero sublinar um elemento chave deste belo número e o faço roubando o título de Dampyr 219: Tudo por amor. Boselli que em Tex por exigências do gênero, não se aprofunda nas relações amorosas (mas para o jovem Tex Willer estamos vendo algumas exceções), em Dampyr usa o amor como motor e fim de tantas ações e gestos: o amor entre Kurjak e Tesla (mas também aquele de Samael por Tesla); o amor entre Jim Fajella e Michelle Duprez; o amor escravo de Harlan pela súcuba Eisheth; uma cena de amor entre Harlan... (não posso dizer) realmente marcante; o amor entre Araxe e o Doutor Kergaz... E tudo isso explendidamente mostrado por Nicola Genzianella.
Porque é evidente que se Boselli cria uma história que o mantém ligado da primeira à última página, graças a representar essa história a partir de ambientes díspares no espaço e no tempo. Genzianella é uma certeza, é como um bom vinho, está melhorando a cada ano e nesta primeira parte se apresenta, como sempre, em grande forma. Boníssimo ao representar as sensuais moças do Mahogany Hall, como podem apreciar na página acima e naquela abaixo.
Bom - infelizmente - devemos esperar o outro mês para lermos a conclusão desta história. O álbum de junho nos levará para longe de Nova Orleans, numa procura entre os mundos do multiverso. Até breve!
Crítica publicada originariamente no blog: fumettiavventurarecensioni.blogspot.com
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