Dampyr #217 - Yossele, o mudo (Boselli, Longo)
David Padovane
O Golem, mítica criatura de argila do folclore hebraico, já apareceu em duas histórias da saga dampyriana, no fundamenta nº 5 e no nº 121. A quase cem histórias de distância, Mauro Boselli traz a campo o protetor do gueto hebraico de Praga, Yossele, o mudo, criado séculos atrás pelo sábio Rabino Loew, para uma história que marca o início de uma trilogia que se prenuncia importante para a continuidade que marca a série.
História que, embora contenha uma importante aventura autoconclusiva, tem uma abordagem introdutória do que acontecerá nos próximos três meses, e, tem a marca registrada das típicas narrativas bosellianas. A primeira metade traz uma longa discrição histórica, exaustiva e interessante, mas que paga o preço do ritmo compassado e diálogo entusiasmados, criticidade que às vezes afeta a prosa de Boselli. Do contrário, a segunda parte adquiri um ritmo com uma dinâmica aceleração dos eventos, que permite conferir a trama, o espaço necessário para desenvolvimento e conclusão.
A cereja do bolo dessa história são os desenhos de Fabrizio Longo, capaz de criar quadrinhos carregados de escuro cujas sombras esculpem eficazmente os personagens no seu aspecto e suas faces, monstruosas ou não.
Esse estilo escuro, cuidadoso e preciso nos detalhes da reconstrução histórica, quando na descrição da ação da batalha é perfeito par a história apresentada.
Falamos de:
Dampyr #217 - Yossele, o mudo
Mauro Boselli, Fabrizio Longo
Sergio Bonelli Editore, abril de 2018
96 páginas, em preto & branco, 3,50 euros
Crítica publicada originariamente no site: www.lospaziobianco.it
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