domingo, 9 de outubro de 2016


Dampyr 198: Lyonesse, a crítica.

Francesco Bergolio

Com Lyonesse, lançado nas bancas (italianas) no último dia 3 de setembro, chega-se ao terceiro capítulo (de quatro) do arco de histórias dedicadas ao primeiro Dampyr que apareceu sobre a Terra: Taliesin. Se nos dois precedentes - As Presas de Annwn e Vingança de Severa - Mauro Boselli redefiniu a saga do Rei Arthur, a atenção do escritor da Lombardia agora se desloca sobre um dos mitos mais famosos do universo cavaleresco medieval: Tristão e Isolda. Como o primeiro, que está intimamente relacionado, também esta história se aprofunda na cultura céltica e, especificamente, naquela de cunho britânico.

Os fatos continuam sendo narrados por uma testemunha excepcional, Amber Tremayne ou, como era conhecida na época, Amber de Gwynedd. A história avança alguns anos: depois da morte do Rei Arthur em Gales, os companheiros e homens se mantêm fiéis sob a bandeira do Dragão Vermelho, procurando refúgio na cidade de Lyonesse. A lendária cidade capital do reino de Kernow (a atual Cornuália), governada pelo sábio e orgulhoso pai adotivo de Tristão, Marcus Cunomorus, mais conhecido como o Lobo do Mar, por sua impiedosa luta contra os piratas. A captura de um navio deles, permite a Tristão libertar uma prisioneira especial, a bela Princesa Essylt. Se trata de ninguém menos que a filha de Mordha, o mestre da noite, pai de Taliesin, autoproclamado soberano da Irlanda. O vampiro pretende que Lyonesse devolva sua filha e junto, um ato de submissão, a menos que um campeão de sangue real enfrente o imbatível Morholt, um gigantesco guerreiro com o rosto escondido atrás de uma máscara de ferro.

Tramas e personagens antecedentes se relacionam e estão ligadas e são repropostos no novo emaranhado com extrema coerência e geometria, levando a ampliar um fantástico e entusiasmante mosaico narrativo. Há espaço para ação e golpes de cena, também para a sequência ambientada nos nossos dias: Harlan Draka junto com o amigo Matthew Shady e sua tia Amber, estão na pista do escorregadio Sho-Huan - que se aliou a Black Annis - mas também poderia estar envolvido com o principal antagonista do Filho do Diabo, Lord Marsden.

Descobriremos no próximo número, que será novamente desenhado por Michele Rubini. O desenhista, originário de Narni, debutou na Sergio Bonelli Editore, em uma icônica série, Zagor e, no ano passado realizou a edição de estréia de Morgan Lost, última criação de Claudio Chiaverotti e da editora de Milão. Rubini apresenta um estilo refinado e uma técnica excelente que o permite variar de época em época, com extrema simplicidade, dando o melhor de si nos quadrinhos mais dinâmicos, mostrando uma atenção especial com os detalhes e com profundidade realmente notável. A sua contribuição gráfica é indispensável para o resultado final, um quadrinho extremamente envolvente, síntese exemplar de entretenimento e cultura.


Crítica publicada originariamente no site: www.badcomcis.it

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