Episódio: Rádio vampira
Textos: Giorgio Giusfredi
Desenhos: Fabio Bartolini e Majo
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Luca Corda
Páginas: 96
Editora: Bonelli, 04-2023
A edição de abril de Dampyr foi para as bancas em duas versões com imãs de geladeiras diferentes de brinde, um com a capa do Dampyr 1 e outro com a capa do Dampyr 17.
O DJ Night Knight anuncia na Rádio Caos um episódio do "O convidado de sexta à noite", cuja protogonista é ninguém menos que uma não-morta. Agnese dos Ubaldi, este é o seu nome e ela conta sua história: com vinte anos é transformada em vampira, em 1289, numa chuvosa noite de agosto, quando chegaram ao castelo onde ela morava, o Mestre da Noite Krigar e seus não-mortos. Todos foram mortos, exceto Agnese, que chamou a atenção de Krigar pelo seu seu temperamento rebelde e violento, foi transformada em não-morta, permanecendo porém, dona da sua vontade.
A história se move para 1632, durante a Guerra dos Trinta Anos, quando Agnese foi capturada pelo Coronel Drago dos exércitos imperiais, ou seja, o Mestre Draka, a quem ela seguiu para a Itália. E então aqui estava ela em maio de 1848, subtraindo documentos dos homens de Radetzky em nome de Draka, que na época residia no Castelo Roccabruna.
No início da Segunda Guerra Mundial, Agnese revê seu amado Krigar uma última vez, que deixou para ela uma adaga com sua matéria orgânica, quebrando o vínculo com Draka e permitindo que ela despertasse seus não-mortos. Foi muito depois da Guerra que Krigar acordou após uma longa transe para enfrentar Harlan Draka (isso no Dampyr 165).
Terminada sua história, Agnese finalmente revela suas verdadeiras intenções: a entrevista na rádio tem como objetivo atrair Dampyr, que a chega a Pisa naquele exato momento. O confronto acontece em Rocca della Verruca, onde Agnese busca sua vingança contra os assassinos dos Ubaldi, enquanto Harlan descobre a existência do Mestre da Noite Ryon.
O episódio escrito por Giusfredi se desenvolve em dupla linha do tempo, que dá dinamismo e ritmo à história: a história de Agnese que atravessa os séculos e sua entrevista na rádio, na atualidade. O leitor é conquistado pela personagem da jovem intolerante com as limitações impostas às mulheres na Idade Média, tanto que durante o cerco ao castelo, ela primeiro mata o guarda designado por seu pai, para mantê-la nos seus aposentos. Resulta simpático o DJ Night Lnight, pelas suas citações cultas de rock e provocações para prender os apaixonados, no centro das cenas ambientadas na estação de rádio, com um ambiente noturno e intimista. Como às vezes acontece em Dampyr, a história se estende por um longo trecho sem o dono da série, que aparece apenas na página 64, o que em nada afeta a eficácia de uma história envolvente e original.
São realmente espetaculares, realistas e detalhados os desenhos que Bartolini fez para este álbum. Seus personagens são expressivos e bem caracterizados. As cenas da batalha e do assalto noturno ao castelo, deixam você sem palavras devido à perícia técnica do artista, com representações precisas de trajes de época, armas e detalhes arquitetônicos realçados pela chuva torrencial.
O álbum, disponível nas bancas no começo de abril, foi visto primeiro no Lucca Colezionando, no dia 25 de março, por ocasião da Rádio Vampira Party, durante a qual os simpáticos DJs Tupa Nightwolf e Kaiser Fregi da Rádio Duemilla (que no evento "interpretaram" o papel de não-mortos de Krigar, além de servirem de inspiração para o personagem Night Knight), encantaram os fãs com uma play list com o rock do Queen, Gun´s Roses e Iron Maiden, autografando a revista e desenhos com os autores do Dampyr 277, enquanto Mauro Laurenti realizava desenhos improvisados de Tesla e Harlan.
Publicado originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot.it
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