terça-feira, 11 de janeiro de 2022

 
Série: Dampyr 251
Episódio: Stavkirke
Textos: Maurizio Principato
Desenhos: Arturo Lozzi
Capa: Enea Riboldi
Letrista: Luca Corda
Páginas: 96
Editora: Bonelli, 2-2021


Na Stavkirke de Heddal, uma das antigas igrejas de madeira noroeguesas, a seita Black Metal Odeleggelsen pratica um rito satânico, que culmina no sacrifício de um casal e no incêndio da igreja. O chefe da seita é Mael Lulack, não morto do defunto Mestre da Noite Ragnar Lordbrok, que está procurando invocar a magia das runas, o Fjolkung. Ritos que Lulack já planejou praticar em outras igrejas. 
Astrid Dahl e seu noivo Bent são chamados para restaurar Heddal, e lá eles encontram evidências do ritual. Astrid então pede ajuda a Harlan, que se junta a ela em Nottoden junto com Tesla e Kurjak.
Bent já havia lidado com Knut, o braço direito de Mael Lulack. Na década de 1990., Ben, Knut e seu amigo Pal, estavam prestes a colocar fogo em uma igreja, mas Pal recuou no último momento e foi marcado pelo fogo. Além disso, o irmão mais novo de Bent, Elias, está agora no grupo de Lulach. Isso ajuda Bent a entender os planos dos mortos-vivos e guiar Harlan, Tesla, Kurjak e Pal para Fantof, onde duas outras garotas estão prestes a serem sacrificadas, e então para Urnes, onde o confronto final acontece.
Principato tece uma história inspirada na triste história dos incêndios criminosos em mais de cinquenta antigas igrejas norueguesas, destruídas pelos fãs do famoso músico de black metal Euronymous na década de 1990. A leitura do episódio, portanto, nos convida a refletir sobre o que pode levar os jovens amantes da música a atos loucos de destruição. A parte central é uma sequência de ação longa e muito eficaz, que pode ser lida em um só fôlego e que permite ao leitor respirar somente quando Harlan e Tesla apagam o fogo. A única nota que pode fazer a este belo álbum de Dampyr é um certo descuido em ligar com o gênero metal, que não se identifica de forma alguma com um subgênero de nicho como o black metal, a anos luz das melodias épicas do Iron Maiden (do qual você vê um registro na pág. 38) ou pelos grooves irresistíveis do AC/DC (pag. 98), sem mencionar a citação ignorante do grande Black Sabbath, colocada na boca de Kurjak na pág. 23.
Os desenhos são espetaculares, muito realistas, sobretudo nas fisionomias e nas expressões dos personagens, graças também a um inteligente jogo de sombras e luzes, obtido com técnicas mistas. Lozzi demonstra grande maestria na criação de paisagens atmosféricas, como o ar enevoado com que envolve as igrejas, com arquitetura precisa, imerso nas paisagens nevadas da Noruega, ou com a nitidez das longas sombras nas ruas de Bergen.



Publicado originariamente no blog: www.ilcatafalco.blogspot.com

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