Doutor Dor - Dampyr 258 (setembro 2021) / Crítica
Por Paolo M.G. Maino
Segunda parte de uma história cheia de adrenalina concebida e roteirizada por Giorgio Giusfredi e desenhada por Andrea Del Campo e uma crítica que coloca mais do que alguns dilemas! É muito difícil falar sobre este álbum sem incorrer em sopilers e ao mesmo tempo os comentários de mérito necessitariam dos detalhes do roteiro e do desenho... Então, o que fazer?
A solução está no meio e depois me acompanhem sabendo que alguns spoilers marginais (nada sobre a conclusão, de qualquer maneira!) podem estar aí, mas talvez acima de tudo porque vou falar sobre... o que você já sabe, mas talvez tenha esquecido!
DOUTOR DOR - DAMPYR 258
Argumento e roteiro: Giorgio Giusfredi
Desenhos: Andrea Del Campo
Capa: Enea Riboldi
Vamos começar com um breve resumo do primeiro episódio.
Harlan e Bobby Quintana descobrirarm que o chefe de um cartel criminoso mexicano conhecido como El Gringo Rubio, não é outro senão Joe Dern, um agente DEA que primeiro apresentou o pequeno Bobby ao trabalho policial e depois foi transformado em não-morto por Ixtlàn. A batalha campal entre os três no final da primeira edição terminou com um empate (ou melhor, com uma fuga digna de Joe Dern) e com muito mais perguntas que giram em torno de vestígios da presença da Temsek, a mutinacional por trás de fachadas falsas de legalidade tem se escondido e tem escondido por muitos anos ações criminosas que foram lideradas por Lord Marsden.
A capa de Enea Riboldi nos leva de volta no tempo a Dampyr 11, a uma dura história onde o trio Harlan, Kurjak e Tesla conheceram Nemech, que é cruel Doutor Dor, e pela primeira vez sem ainda saber que eles entraram em contato com Marsden.
Mas Nemech não estava morto? Aqui se aplica o lema "corpo eu não vejo, morte eu não acredito" e, além disso, em Dampyr muitas vezes até cadáveres mortos ou quase mortos podem voltar à vida ou pelo menos adquirir a vida como não-mortos, certo?
O que acontece nesta segunda parte? Confrontos, despistes, investigações ao longo da tensa fronteira entre o México e os EUA (e Giusfredi nos conta algo sobre o sonho americano, pois como costuma acontecer em suas histórias, ação e aventura também trazem em si temas profundos, nunca banais e sobretudo nunca aposentados de uma forma moralista). E depois de muitos planos temporais e muitos personagens como só Boselli sabe administrá-los e por isso parabéns a Giusfredi que mostra porque se confirma como um digno co-curador da série.
Del Campo realmente faz um ótimo trabalho nos desenhos e mostra sua coleção completa de recursos: ele nos oferece belas cenas de luta feminina (sim), tiroteios, explosões, transformações de vampiros e até linda vinhetas de meio-tom (veja as páginas 55 e 56, por ezemplo). Seu claro-escuro é ideal para cenas noturnas, ou em porões mal iluminados ou ainda, melhor nos matadouros dos Mestres da noite.
A taxa de continuidade dampyriana é notável (sem dar spoilers explícitos... veja a última página de Dampyr 206 "O deus do massacre" sempre escrita por Giusfredi e vocês vão entender o que eu digo... por exemplo): além de Dampyr 11, poderá ser útil reler muitas histórias ambientadas nos Estados Unidos (mas se eu listá-las, e eu poderia, então é claro que caio no spoiler...).
Mas não se preocupem... se vocês não se lembram, existem resumos internos dinâmicos que têm a vantagem narrativa de adicionar detalhes e aprofundar as histórias do passado de Harlan e do mundo de Dampyr, muitas vezes de um ponto de vista novo ou diferente (talvez no prólogo em breve vou escrever as diferenças e semelhanças entre este número e Dampyr 11). Então você vai encontrar de novo... Não posso dizer soltarei spoilers mas em suma, vemos velhos amigos e acima de tudo velhos inimigos! (... alguma pista? Apenas as iniciais de quem retorna: B.S. e depois L.M. e também entre os mais amados, simplesmente I.).
Um álbum e uma história dupla que se candidata à palma dos melhores numa luta sempre para um quadrinho como Dampyr que raramente não satisfaz e geralmente oferece aventura, ação, amor e morte em grandes quantidades.
Me permito destacar duas pequenas referências cinematográficas: uma enorme e muito retomada (também de uma capa recente de Sergio Giardo) e mais um minuto (e talvez me equivoque em mencioná-la).
Referência 1: Na página 71 assistimos a uma saída de uma piscina que nos remete a Apocalypse Now numa página que é uma espécie de palingênese ou batismo blasfemo: lindo!
Referência 2: a Dolores que conhecemos logo após o prólogo tem o rosto (para mim) da mãe de Miguel na série Cobra Kai (também conhecida como Vanessa Rubio). Uma atriz de rosto intenso e traços hispânicos.
Por fim, uma nota sobre uma cena que Giusfredi adora colocar em seus quadrinhos: a transformação em não-morto! Aproveitem!
Crítica publicada originariamente no site: www.fumettiavventura.it
Nenhum comentário:
Postar um comentário