Sangue sobre a Síria - Dampyr 245 (agosto de 2020)
(Crítica de Paolo M.G.Maino)
Em um ano que se verá Boselli ser o autor da maioria das histórias (a história dupla sobre Sho-Huan apenas concluída, dupla sobre Howard, o Especial com a estréia na série regular de Marco Villa, além obviamente do número 241, especial pelos vinte anos), como de costume segue com uma boa lacuna, mas o primeiro entre os forasteiros, o bom Claudio Falco que depois de "O condutor da Calábria" (Dampyr 239), retorna com outra boa história cheia de ação.
A fazer-lhe companhia temos as do já entretanto veterano Andrea Del Campo, que retorna depois do Especial de outubro de 2018.
Sangue sobre a Síria
Argumento e roteiro: Claudio Falco
Desenhos: Andrea Del Campo
Capa: Enea Riboldi
Mas vamos à história. Um novo Mestre da Noite cruza o caminho de Harlan e seus companheiros: é Ningirsu que se apresenta como uma mistura entre as antigas divindades assírias-babilônicas (muitas sangrentas e amantes do sangue) e o líder criminoso inescrupuloso que tece tramas sombrias relacionadas a vários tráficos ilegais.
O Mestre é um belo personagem que de alguma forma lembra Erlik Khan e Andrea Del Campo escolheu para dar a ele, o rosto do ator Jason Momoa (o Aquaman dos filmes DC Comics).
A história se desenrola entre Praga, Malta, Túnis, Turquia e a Síria e vê o retorno de amados coadjuvantes da série como Dal, T-Rex e Arno.
Como já aconteceu outras vezes, Falco consegue com a estrutura autoconclusiva da história criar ligações com a mais ampla trama das histórias de luta contra os Mestres da Noite. Aqui temos por exemplo uma referência a Nergal que encontra-se num invólocro sem alma (mas será realmente isso, apesar de todos as confirmações nesse sentido feitas pelo bom Nikolaus?) que podemos ver num flashback como já aconteceu em Krampus.
O roteiro de Falco livre de arestas é perfeito e responde ao padrão de uma aventura de Dampyr, mas sem ser enfadonho. As cenas de ação com confrontos à base de fuzis, granadas de mão, garras e caninos são várias e não é preciso esperar a batalha final para poder admirá-los e seria uma pena dada a habilidade de Del Campo em representar essas lutas.
Igualmente válida é a reconstrução dos vários ambientes, dsede as ruas escuras da noite em Valeta, até o sofrimento de Aleppo que passa por Túnis e Izmir. E também faltam duas boas splash pages (a primeira com Nergal/Ninrgisu e a segunda é uma página clássica que representa a visão que Harlan está tendo).
Se você tiver que anora, e eu já disse a Claudio Falco, havia "muita carne no fogo" e talvez merecesse um desenvolvimento mais amplo com alguns empecilhos adicionais para nossos heróis, que mostram "texianiamente" que eles sempre têm a situação sob controle. Mas esta é uma observação que pode ser feita a muitas das histórias de Dampyr (e também a tantas histórias de Tex) e é na verdade parte da servilidade pelo qual a narrativa tem sido direcionada nesses 20 anos. Mudar significa romper todos os padrões e isso obviamente, se é que alguma vez o será, é a tarefa de quem criou Dampyr e o levou a frente ao longo de todos esses anos, cujo nome se chama Mauro Boselli.
Visto que, muitas vezes não falamos sobre isso, também damos crédito à capa de Enea Riboldi, que efetivamente representa o título e o vilão contra quem Harlan vai confrontar nessa história, graças também a escolha de uma paleta de cores que muda para tons de ocre e terra.
Até a próxima crítica!
Publicado originariamente no blog: www.fumettiavventura.it
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