DAMPYR ESPECIAL #13 & DAMPYR #212
Entre a Terra das Águias e o Inferno Asteca
Podemos afirmar sem medo de errar, que um dos autores mais em evidência dos últimos dois meses na Sergio Bonelli Editore é Claudio Falco. O hematólogo expert em horror, de fato assina ambas as edições dampyrianas publicadas nas ultimas semanas, ou seja, o Especial anual (A terra das Águias) e o Dampyr de novembro (O Dia dos Mortos). Se isso não bastasse, é também o autor encarregado de batizar a coleção em quadrinhos dedicada ao Comissário Ricciardi, que neste dias chegou às bancas, graças a um time de autores inteiramente de origem napolitana.
A seguir, falaremos das duas edições citadas, e falaremos do Comissário Ricciardi em quadrinhos, nos próximos dias.
Dampyr Especial 13
O décimo terceiro Especial (anual), dedicado a Dampyr nos conduz pelo "País das Águias", aquela terra que tem o nome de Albânia e que estamos habituados a considerar como um lugar de extrema pobreza do qual tantos imigram para procurar melhor sorte na Itália. Não o ignore por isso, como nos recorda o responsável por Dampyr, Mauro Boselli, na interessante introdução da história da edição, que a Albânia no passado teve batalhas épicas contra os invasores. Partindo desse ponto, Claudio Falco e Fabrizio Russo nos contam um episódio acontecido entre os albaneses e turcos na metade do século XV.
Uma história que flui bem, linear, clássica, que mistura eventos históricos e fantasia, com muita ação. Claro que há ligação com a continuidade, tendo o final, um destaque especial, qualitativamente na média das produções dampyrianas. O mesmo discurso podemos usar para os desenhos. Fabrizio Russo é um desenhista sólido e clássico, que com este trabalho realiza páginas em nível muito alto, sem falhas.
Um Especial dedicado principalmente aos fans da série, que não querem perder o que acontecerá com dois Mestres da Noite depois de se encontrarem, em ótimas 160 páginas e "ao sangue".
Dampyr #212
Como dissemos na abertura, também "O Dia dos Mortos" é de autoria de Claudio Falco. Trazemos um trecho da entrevista dele, concedida ao site da Bonelli, onde contou sobre as suas inspirações:
"Tenho uma grande paixão pela história e pela cultura da América Latina e acho particularmente fascinante, o fato de que, no México, o "Dia dos Mortos", não seja visto com tristeza, mas sim comemorado como uma festa, cheia de cor, música e boa comida. Sempre me pareceu perfeito como ambientação para uma história de Dampyr e então parti desse ponto."
Uma história particularmente bem sucedida graça a este contexto inédito (que, pelas coincidências da vida, será cenário também de um desenho animado da Disney, que será lançado no período natalino), o fascinante encontro entre a cultura popular mexicana e antigas tradições astecas. Começando pela capa, com os coloridos cortejos de máscaras fúnebres da festa dos mortos, que serão pano de fundo para as tramas de um novo inimigo infernal para Harlan Draka, o espião Abigor, que idealizou uma armadilha complexa e assustadora. O episódio é bem sucedido por conseguir mesclar vários elementos em uma aventura fascinante, com uma boa utilização do folclore e das ambientações ricas em sugestões, ponto forte da série.
O trato sujo e áspero de Fabiano Ambu é decididamente adequado à representação das cenas mais tétricas e escuras. Sobretudo na segunda parte da edição, onde o autor de Pop e Josif, apresenta um grande trabalho de finalização dos desenhos, testemunhando a comunhão de seu estilo com o espírito da série.
Uma edição que deve ser lida, que segue o rastro das boas histórias dos últimos meses, aguardando um outro indiscutível mestre das sombras, Nicola Genzianella, no Dampyr de dezembro.
O "Chefão" Audace
Crítica publicada originariamente no blog: www.gliaudaceblogspot.com
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