terça-feira, 28 de março de 2017


DAMPYR 204, A CRÍTICA

Por Francesco Bergoglio

Existia uma certa expectativa em torno deste número de Dampyr, precedido - além da pré-visualização normal - de um trailer realizado em perfeito estilo filme dos anos 20 com  Carlota Lucchesi. A Sétima Arte invade de fato os confins da Nona e torna-se o fio condutor da trama, que tem suas raízes em episódio perdido no tempo: A Tela Demoníaca (Dampyr 18), de Maurizio Colombo e Luca Rossi, publicado em setembro de 2001.
Naquele episódio, Dampyr enfrenta e mata o Mestre da Noite, Alexis Masuraka, famoso diretor e produtor cinematográfico, com uma inquietante paixão pelo gênero horror, vampirizar e transformar cirurgicamente as suas vítimas para fazê-las parecidas com os mitos de Hollywood.
Bloodywood, que se faz macabramente em direção a meca do cinema americano, pode todavia, ser lido sem preocupações com a continuidade, mas terão ainda mais prazer com a história os fãs de longa data, que encontrarão muitas novidades dignas de interesse sobre diversos pontos de vista.
Registramos a estréia na série mensal de Giorgio Giusfredi, que cresceu profissionalmente ao lado dos dois criadores do Filho do Diabo, Mauro Boselli e Maurizio Colombo; exatamente junto a esse último, debutou na Sergio Bonelli com Zagor 589: O Senhor da Ilha, desenhado pelo falecido Gallieno Ferri.
O segundo elemento intrigante é a parte essencial do roteiro e poderia criar um precedente importante: nunca o bando de não-mortos ligados a um membro da estirpe de Draka, demonstrou-se assim coeso e tão nefasto também depois da morte de seu mestre. Harlan, Tesla e Kurjak, descobrem o motivo seguindo a pista de estarrecedoras imagens provenientes de alguns snuff-moveis(filme amador em que as cenas de violência são reais). Eles concluem suas investigações em Los Angeles. conhecendo o lado escuro da capital das estrelas na película.
O último destaque da história diz respeito à introdução de novo personagem, que o encontraremos ainda...
Bloodywood é, como puderam entender, um quadrinho envolvente, com grande atenção para as homenagens. Estamos certos que Michele Cropera se divertiu muito realizar os desenhos, reinvocando face já conhecidas do imaginário coletivo como Louise Brooks, Rodolfo Valentino, Humphrey Bogart, Stan Laurel, Oliver Hardy, uma novinha Norma Jeane Baker - ou Marilyn Monroe - e muitos outros ainda, para não esquecer as citações do cinema mudo e sonoro.
O trato arranhado, áspero e potente de Cropera - um veterano da série, dotado de uma notável expressividade e interpretação - foi capaz de atingir ao máximo a história de Giusfredi e, conseguiu realizar algumas das cenas mais cruas da série inteira.



Crítica publicada originariamente no site: www.badcomics.it

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