terça-feira, 5 de agosto de 2014


O TRATO DE AMBU!
Um bate papo com Fabiano Ambu, autor de "marca registrada", entre os desenhistas do sexto Maxi Dampyr, que foi para as bancas italianas em 30 de julho passado.
 


Em 30 de julho foi para as bancas (italianas) o sexto Maxi Dampyr. A encorpada edição dedicada ao Matador de vampiros, volta à formula antológica, trazendo três histórias completas: "O Pântano" (de Luigi Mignacco e Francesco Gallo); "O Labirinto do Necromante" (de Claudio Falco e Alessandro Baggi) e, na abertura deste Maxi, "Os Horrores de Khara Khoto", escrita por Samuel Marolla, com desenhos de Fabiano Ambu.

Ambu é um desenhista da Sardenha, radicado em Milão. Prático e direto! Depois de alguns minutos de entrevista pelo telefone, onde falava de seu trabalho no Maxi Dampyr 6, disse o seguinte: "Bem, espere um momento que vou pessoalmente à redação, para falarmos sobre!".

E assim, se materializou na redação, na Via Buonarroti, 38. E então, nos contou de seu trabalho em Dampyr e da história por ele ilustrada. 


Primeiramente: Como entrou para o staff de Dampyr?
Sempre fui um apaixonado leitor de quadrinhos. Trabalhando como cenógrafo numa companhia de teatro era levado a viajar pela Itália, mas que me permitir fixar base em Milão. perto da Bonelli. Sempre li Dampyr, seguindo o personagem com paixão, desde o primeiro número e, quando criei coragem de apresentar os meus trabalhos a Editora, não tive dúvidas. Vinha da Academia de Belas Artes e nas primeiras páginas de teste tinha um traço expressionista que não se encaixava ao estilo da série. Fui reprovado, mas Mauro Boselli, me deu algumas indicações úteis, para o meu crescimento como desenhista. Visitei outras vezes a redação e Mauro me deu outros conselhos, e após cada visita, avançava alguns passos. Naquele período, meu ponto máximo de referência era Luca Rossi, um dos meus desenhistas preferidos de Dampyr.

Depois de ter visto minhas melhoras, foi Moreno Buratini, que tinha contato estreito com o "boss" (Boselli), a me "patrocinar" e a me colocar em contato com Giuseppe di Bernardo, me levando a trabalhar nas páginas de "L´Insone", me ajudando a melhorar ainda mais o meu traço, que sempre teve como referência Dino Battaglia, Sergio Toppi e Gianni de Luca. No entanto, passaram-se quatro anos antes que eu pudesse desenhar Harlan Draka e cia.

 
Há uma história engraçada que queria nos contar, sobre a sua primeira história dampyriana?
Sabe quem é Samael, o fascinante demônio infernal, príncipe dos sedutores na saga de Dampyr?  Bom, eu tinha apenas acabado de desenhar meu segundo número de "Nemrod" para a Star Comics, escrito por Fabio Celoni, e continuava a fazer meus testes para Dampyr.
Boselli continuava a dizer-me que o meu estilo o agradava, mas que se distanciava daquele bonelliano; até que exausto com minha insistência, me deu uma história sua, que tinha escrito para Michele Cropera, queria ver como me sairia seguindo regras profissionais. E, para sua surpresa - e minha também, devo admitir, realizei quatro páginas de teste, mais "livres" dos personagens, do gosto dele. O "boss" agradou bastante com as imagens escuras e o belíssimo habitante do inferno dampyriano que tinha desenhado, tanto que adotou aquele desenho como ponto de partida para escrever-me a primeira história que deveria realizar, "A Casa de Faust", que gosto muito.

Foi o número de dez anos de Dampyr e, agora, virou uma edição de luxo - produzida por mim mesmo - que apresenta toda a história nos esboços, acompanhada de alguns rascunhos e algumas páginas do roteiro.


O que pode nos contar da história "Os Horrores de Khara Khoto" que abre o sexto Maxi Dampyr? 
Depois de duas aventuras escritas por um dos dois criadores de Dampyr, Mauro Boselli (o outro terrível pai do Caçador de vampiros é o suga-sangue Maurizio Colombo), me foi destinada uma história de Samuel Marolla. E, pensar que Marolla, em sardo, quer dizer "algo que se faz forçado", por obrigação. Como poderia recusá-la? 
Brincadeiras a parte, me senti bem em desenhá-la, porque, em comparação com as anteriores, tem um "algo" diferente e porque Samuel é um autor muito original. Escreveu uma história de ação que permitiu utilizar uma técnica diferente daquela que usei na minha história anterior ("Na Fortaleza dos Naphidim"), uma nova abordagem ao trio formado por Harlan, Tesla e Kurjak, graças a novas tomadas de enquadramentos e mais liberdade nos quadrinhos.


Em que está trabalhando nesse momento?
Depois da aventura chinesa do Maxi, para a qual tanto eu quanto o autor juntamos muitos documentos, retornei ao trabalho com o curador da série, que me está escrevendo uma louca e visionária aventura que tanto para mim, quanto para ele - penso eu - não sabemos como terminará. Para melhoras as atmosferas nevoentas da inglesas Dartmoor, onde será ambientada, Mauro Boselli visitou o místico local durante uma de suas viagens, bateu muitas e utilíssimas fotos.
Além do trabalho para a Bonelli, também tenho tocado outros projetos: "Josif", escrito por Davide Barzi, que conta as aventuras do gorila espacial russo. Um outro quadrinho que me orgulho é "Pop - História de um Marinheiro", de autoria de Claudio Zen, desenhado por mim. Não há necessidade que eu diga que o homem do mar em questão é ninguém menos que o amadíssimo Popaye... Ambos os trabalhos levam a assinatura de Rosa Puglisi para a gráfica, cores e letragem.

Entrevista concedida a Giorgio Giusfredi
 



 
Matéria publicada originariamente no site: www.sergiobonellieditore.it

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