sexta-feira, 25 de outubro de 2013


EDITORIAL DO DAMPYR ESPECIAL/2012

Uma Ilha no Tempo
"Rumspringen"! Para quem desconhece as línguas germânicas é uma misteriosa, exótica palavra. Para outros pode dar uma vaga idéia de primavera, de elásticas molas sobre as quais se pode saltar, de espaço, de álcool. Bom, o rum não tem nada a ver... mas o resto um pouco. Literalmente, o verbo "rumspringen" significa "dar quatro saltos rodando, ficar zonzo". O substantivo "rumspringa" é muito importante para os Amish da Pensilvânia.

Quem são os Amish? Se alguém ainda não viu o filme "Witness", de Peter Weir, procure vê-lo imediatamente! Em breve vos digo, procurando não entendiá-los muito, que se trata de uma seita religiosa protestante, um ramo de confissão Anabatista, formada por emigrantes alemães que foram para a América. E por isso são também conhecidos como "Pennsylvanian Dutch".

Pacifistas, não violentas, as Comunidades Amish são como ilhas do passado, imutáveis ou quase, com o passar do tempo. De fato, a fé deles é avessa a imoralidade do mundo moderno e também à modernidade, como: eletricidade, os motores,  em muitos casos, até os botões, e transitam com seus carros antigos e roupas fechadas e antiquadas.

Voltemos ao nosso "rumspringa", pois na primavera da vida, na adolescência, os jovens Amish têm por um tempo a possibilidade de confrontarem-se com o mundo exterior, de verem como realmente ele é, de fazer uma escolha. Podem beber, amar, usar coloridas camisetas, em suma, transgredir qualquer regra. E, ao fim, decidirem-se se ficam no mundo ou retornam a fé de seus pais e ao fechado mundo  de sua comunidade. Muitos, quase todos, escolhem voltar ao "mundo deles".

Mas o que aconteceria se o "rumspringa", além dele, as regras a serem transgredidas fosse regras mais universais, tipo "não matar"?

É desse  ponto que partiu Diego Cajelli, que utilizou com todo respeito o mundo dos Amish, quando inventou uma seita "diferente", dominada por um singular Mestre da Noite. 

Boa leitura!

Mauro Boselli



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