domingo, 25 de dezembro de 2011


PQEDITOR EXCLUSIVO: MARCO SANTUCCI!

Caros leitores que amam calafrios e sangue, vão ficar particularmente entusiasmados, pois poderão ler sobre a vida e obras do genial desenhista dampyriano, Marco Santucci.

Nos fale de sua formação
Marco Santucci: A minha formação é principalmente auto-didata, gosto das técnicas do "claro-escuro", da perspectiva e de tudo que é necessário para realizar um quadrinho em um estúdio autônomo. Tive como guia, que foi importantíssimo na minha formação, Fabio Civitelli.

Em qual escola gráfica você se inspira?
Marco Santucci: Na realidade me inspiro em vários desenhistas e em diversos estilos, quando comecei, meu ponto de referência era Todd Macfarlane, porque tinha me marcado com seu homem aranha. Hoje me afastei um pouco desse estilo, graças a Civitelli e Bianchinni, que me permitiram conhecer autores mais clássicos, que ajudaram a melhorar a técnica dos meus desenhos. Gosto muito de Buscema, de Cláudio Villa e sobretudo de Claudio Castelini; também existem outros artistas que vejo e aprecio.

Qual a marca registrada de seu traço?
Marco Santucci: Procuro realizar um desenho que seja intermediário entre o sintético e o
elaborado. O que gosto são os detalhes, mas reconheço também a necessidade de uma certa síntese no desenho, porque estou convicto que carregar com muitos detalhes uma cena, retarda a fluência da leitura do quadrinho. Seguramente, um outro elemento que me caracteriza é o uso abundante do "claro-escuro", enfatizando sempre o personagem.

Nos fale de suas primeiras experiências como desenhista
Marco Santucci:
O meu primeiro trabalho foi com a Phoenix de Bolonha, editora ainda ativa no início dos anos noventa, para um quadrinho de 8 páginas; sucessivamente passei para a Star Comics, onde realizei um número de Samuel Sand, e enfim, passei para a Sergio Bonelli, onde comecei com Mister No.


Hoje é um importante desenhista dampyriano, mas como foi sua primeira impressão com o personagem?
Marco Santucci:
O primeiro impacto com o personagem e seu mundo foi muito positivo. Dampyr é uma série bem escrita e com um ótimo staff de autores,
moderna e dinâmica. Obviamente, precisei estudar a fundo Harlan para poder realizá-lo de uma maneira eficaz e sua caracterização representa uma luta contínua.

Qual o personagem mais característico do trio anti-vampiro?
Marco Santucci:
Sem dúvida o mais característico é Kurjak, aliás estou desenhando ela agora para uma história de Diego Cajelli. Os personagens secundários podem ser interpretados por nós desenhistas, de uma maneira mais livre em relação aos protagonistas, podemos jogar com suas expressões, torná-los mais humanos. Como no caso de Tex, que dever ser sempre único, impecável, enquanto com Carson, podemos divergir mais.

A força de Dampyr está na continuidade, procura igualar o seu traço com aquele dos desenhistas que o precederam?
Marco Santucci:
Honestamente não. Utilizo simplesmente o meu estilo. Obviamente me adapto às atmosferas, mas não revejo os autores que me precederam. De fato, mesmo trabalhando para a Bonelli, Marvel ou o mercado francês, utilizo sempre o meu traço característico. Que varia por demais, talvez, de acordo com as enquadraturas.

O que falta a Dampyr para se tornar um sucesso editorial como Tex ou Dylan Dog?
Marco Santucci:
Quem tiver a resposta a essa pergunta poderá criar muitas séries
de sucesso, mas na realidade penso que nem mesmo os editores sabem com exatidão porque uma série alcança tanto sucesso. Dylan Dog é um sucesso como de costume, que o fez famoso, enquanto Tex, que nasceu há sessenta anos, continua fazendo sucesso com o gênero que oferece, e, consegue superar as décadas sempre com sucesso. O motivo sinceramente não tem explicação.
Nos fale de sua experiência com o mercado francês
Marco Santucci:
A experiência na França, ao contrário daquela com a Marvel, eu não procurei, simplesmente aconteceu. A princípio, foi uma experiência difícil, porque o quadrinho francês tem um estilo próprio e divulgação diferente com relação à Itália e os Estados Unidos. Então eu tive que adaptar às necessidades daquele mercado. Novo gênero, novo desafio, novas coisas a aprender se traduzem numa experiência estimulante.

Nos fale de seus planos futuros
Marco Santucci:
Nesse momento estou terminando uma edição de Dampyr e preste a iniciar o segundo volume do quadrinho francês, enfim, seria prazeiroso uma nova experiência com a Marvel Comics.


Entrevista publicada originariamente no http://pqeditor.altervista.org, sob a responsabilidade de Ivano Garofalo e Pasqule Vitolo.

Um comentário:

Luan Z disse...

ótima entrevista. Obrigado por republica-la e assim divulgar ainda mais Dampyr um personagem que faz falta nas bancas brasileiras.