10 ANOS DE DAMPYR: ENTREVISTA COM FABIO BARTOLINI
Estamos nos aproximando da conclusão deste longo especial dedicado ao décimo aniversário de Dampyr, com uma nova entrevista.
O artista desta vez é Fabio Bartolini, que já trabalhou na importante coleção de Lazarus Ledd, e deixou sua marca em Dampyr nas seguintes edições: "A Última Noite" (39) de Diego Cajelli; "Os Delitos de Sheffield" (47 de Mauro Boselli; "Os Caçadores de Lobisomem" (68) de Stefano Piani; "Olhos de Gelo" (85) de Diego Cajelli.
Seu também é o Especial nº 5, "A Lenda da Velha Ponte", de Mauro Boselli, por muitos considerado o melhor especial da série.
Quando entendeu que poderia desenhar quadrinhos como profissão?
Sempre foi uma vontade desde de pequeno, quando repetia ou desenhava por cima, os personagens dos quadrinhos (Zagor, Tex, Mickey Mouse, Homem Aranha), um prazeiroso passatempo transformado em paixão e depois uma tentativa obssessiva em transformar um profissão. Cronologicamente, isso aconteceu em 1989, logo depois de prestar o serviço militar.
Seu primeiro trabalho de impacto com um quadrinho mais famoso, foi com Lazarus Ledd. O que recorda daquele período? Como foi trabalhar com Ade Capone?
Um belo período, que durou nove anos, um período de formação, onde Ade deixava trabalhar de acordo com minha cabeça ou aceitava sugestões.
Com Ade trabalhei muito bem, espero que um dia possamos voltar a fazer alguma coisa juntos.
Como entrou no staff de Dampyr? Encontrou diferenças entre o modo de trabalhar na Bonelli e aquele na Star Comics?
Digamos que fui recomendado (por Ade) a Boselli. Um belo dia fui surpreendido por um telefonema de Boselli (na verdade não foi surpresa, Ade me advertiu no dia anterior... mas não registre isso...) em que me perguntou se eu tinha vontade de fazer umas páginas de teste para Dampyr. Não deixei ele perguntar duas vezes.
Diferenças? Nenhuma. Tanto na Star Comics como na Bonelli, utilizam os mesmos métodos de trabalho... a única diferença que chama a atenção é que Bonelli paga-se melhor.
Na edição 47, "Os Delitos de Sheffield", você nos mostrou pela primeira vez o serial killer, Jeff Carter. Graficamente, você criou o personagem? Se inspirou em alguma pessoa em particular?
Me baseie nas indicações de Boselli, quequeria que o personagem se assemelha-se vagamentea Hughes Grant na estréia, com um ar "irritante", típico dos seriais killers.
Francamente, não sei se consegui... fazê-lo parecido a Hughes Grant como disse.
Se Jeff Carter reapareceu em várias edições, muitos personagens desenhados por você, não apareceram mais. Entre estes, há algum que te deixou saudades e que teria o prazer de desenhar de novo?
Adara (de "A Última noite" - edição 39)... desenhar o retorno de Adara me daria muito prazer.
Tempos atrás perguntei a Cajelli, se ele fizesse retornar o personagem (e que tinha uma meia idéia), que me desse esse prazer... espero que ele se recorde.
No Especial/2009 - "A Lenda da Velha Ponte", usou muito o fundo dos quadrinhos, com ambientes reais. A documentação fotográfica é fundamental para um quadrinho realístico como Dampyr, mas aqui não está limitado a redesenhar, inseriu por conta própria fotografias retocadas no computador. Fez isso para reduzir o tempo de trabalho ou foi uma escolha de estilo?
Ambas as coisas.
A particularidade daquele ponte e a grande quantidade de material que há na internet me permitiu "experimentar" a coisa, e visto que não estava tão mal (e Boselli não protestava) continuei por toda a edição. Só que alguns, não sei se poucos ou muitos, torcem a boca, e a coisa francamente me aborrece, mas o trabalho, antes de dar prazer ao leitor, deve me dar prazer e esta escola estilística por agora me satisfaz.
O que pensa da utilização das novas tecnologias em um quadrinho clássimo como aquele Bonelliano (onde, por exemplo, ainda se faz letragem a mão)?
No que diz respeito às novas tecnologias, porque não... já se tornou realidade... penso que a cor e os efeitos especiais gráficos que à mão, não se conseguiria fazer... Obviamente, certas coisas devem sempre permanecer rigorosamente a mão: uma letragem feita no computador é tão fria e inexpressiva que se vê facilmente, também se a página é trabalhada no computador.
Para Dampyr trabalhou com vários argumentistas: Mauro Boselli, Diego Cajelli e Stefano Piani. Como foi sua relação com eles? Não pode revelar alguma coisa sobre os argumentos deles? Liberdade de enquadradura, documentações fornecidas...
Me dei muito bem com todos (e não digo isso para agradar a nenhum).
Boselli é o mais particular no escrever o argumento, divide a mão a página e escreve dentro de cada quadrinho, no alto, os diálogos e embaixo a descrição das cenas, mas sobretudo usa flexas direcionais para mover os personagens, como um manual de instrução. Siga as flexas e Mauro Boselli não te importunará.
Cajelli e Piani, mas devo adicionar também Claudio Falco, têm todos a mesma impostação clássica ao escrever o argumento... diferentemente de Boselli, não são tão rígidos, desde que se siga o argumento de maneira rigorosa; nem que eu fizesse como eu quisesse (porque ainda tem que passar pela supervisão de Boselli). Digamos que sejam flexíveis no ponto certo.
Para a documentação fornecida, o campeão do mundo é Cajelli, em um quilo de argumentação, te anexa dez de documentações de vários tipos para você escolher sem se preocupar com nada. Boselli e todos os outros, te dão o mínimo (mas útil) indispensável, mas tenho que dizer que Boselli, diferentemente dos outros, te dá a foto específica de inserir no quadrinho, para os outros a documentação é puramente indicativa, de inspiração (exceto casos particulares). De qualquer maneira, juntamente com o trabalho deles de procura, na internet, consigo muita coisa por minha conta.
Como leitor, o que pensa da série Dampyr?
Penso que é uma bela série, moderna, culta... embora queria ver um pouco mais de vampiros, também escassos.
Em que está trabalhando atualmente?
Terminei uma história da série regular, argumentada por Claudio Falco e que se passará em Palermo, como um gigante e uma menina... e estou esperando a próxima, que não sei como é nem onde se passará
O artista desta vez é Fabio Bartolini, que já trabalhou na importante coleção de Lazarus Ledd, e deixou sua marca em Dampyr nas seguintes edições: "A Última Noite" (39) de Diego Cajelli; "Os Delitos de Sheffield" (47 de Mauro Boselli; "Os Caçadores de Lobisomem" (68) de Stefano Piani; "Olhos de Gelo" (85) de Diego Cajelli.
Seu também é o Especial nº 5, "A Lenda da Velha Ponte", de Mauro Boselli, por muitos considerado o melhor especial da série.
Quando entendeu que poderia desenhar quadrinhos como profissão?
Sempre foi uma vontade desde de pequeno, quando repetia ou desenhava por cima, os personagens dos quadrinhos (Zagor, Tex, Mickey Mouse, Homem Aranha), um prazeiroso passatempo transformado em paixão e depois uma tentativa obssessiva em transformar um profissão. Cronologicamente, isso aconteceu em 1989, logo depois de prestar o serviço militar.
Seu primeiro trabalho de impacto com um quadrinho mais famoso, foi com Lazarus Ledd. O que recorda daquele período? Como foi trabalhar com Ade Capone?
Um belo período, que durou nove anos, um período de formação, onde Ade deixava trabalhar de acordo com minha cabeça ou aceitava sugestões.
Com Ade trabalhei muito bem, espero que um dia possamos voltar a fazer alguma coisa juntos.
Como entrou no staff de Dampyr? Encontrou diferenças entre o modo de trabalhar na Bonelli e aquele na Star Comics?
Digamos que fui recomendado (por Ade) a Boselli. Um belo dia fui surpreendido por um telefonema de Boselli (na verdade não foi surpresa, Ade me advertiu no dia anterior... mas não registre isso...) em que me perguntou se eu tinha vontade de fazer umas páginas de teste para Dampyr. Não deixei ele perguntar duas vezes.
Diferenças? Nenhuma. Tanto na Star Comics como na Bonelli, utilizam os mesmos métodos de trabalho... a única diferença que chama a atenção é que Bonelli paga-se melhor.
Na edição 47, "Os Delitos de Sheffield", você nos mostrou pela primeira vez o serial killer, Jeff Carter. Graficamente, você criou o personagem? Se inspirou em alguma pessoa em particular?
Me baseie nas indicações de Boselli, quequeria que o personagem se assemelha-se vagamentea Hughes Grant na estréia, com um ar "irritante", típico dos seriais killers.
Francamente, não sei se consegui... fazê-lo parecido a Hughes Grant como disse.
Se Jeff Carter reapareceu em várias edições, muitos personagens desenhados por você, não apareceram mais. Entre estes, há algum que te deixou saudades e que teria o prazer de desenhar de novo?
Adara (de "A Última noite" - edição 39)... desenhar o retorno de Adara me daria muito prazer.
Tempos atrás perguntei a Cajelli, se ele fizesse retornar o personagem (e que tinha uma meia idéia), que me desse esse prazer... espero que ele se recorde.
No Especial/2009 - "A Lenda da Velha Ponte", usou muito o fundo dos quadrinhos, com ambientes reais. A documentação fotográfica é fundamental para um quadrinho realístico como Dampyr, mas aqui não está limitado a redesenhar, inseriu por conta própria fotografias retocadas no computador. Fez isso para reduzir o tempo de trabalho ou foi uma escolha de estilo?
Ambas as coisas.
A particularidade daquele ponte e a grande quantidade de material que há na internet me permitiu "experimentar" a coisa, e visto que não estava tão mal (e Boselli não protestava) continuei por toda a edição. Só que alguns, não sei se poucos ou muitos, torcem a boca, e a coisa francamente me aborrece, mas o trabalho, antes de dar prazer ao leitor, deve me dar prazer e esta escola estilística por agora me satisfaz.
O que pensa da utilização das novas tecnologias em um quadrinho clássimo como aquele Bonelliano (onde, por exemplo, ainda se faz letragem a mão)?
No que diz respeito às novas tecnologias, porque não... já se tornou realidade... penso que a cor e os efeitos especiais gráficos que à mão, não se conseguiria fazer... Obviamente, certas coisas devem sempre permanecer rigorosamente a mão: uma letragem feita no computador é tão fria e inexpressiva que se vê facilmente, também se a página é trabalhada no computador.
Para Dampyr trabalhou com vários argumentistas: Mauro Boselli, Diego Cajelli e Stefano Piani. Como foi sua relação com eles? Não pode revelar alguma coisa sobre os argumentos deles? Liberdade de enquadradura, documentações fornecidas...
Me dei muito bem com todos (e não digo isso para agradar a nenhum).
Boselli é o mais particular no escrever o argumento, divide a mão a página e escreve dentro de cada quadrinho, no alto, os diálogos e embaixo a descrição das cenas, mas sobretudo usa flexas direcionais para mover os personagens, como um manual de instrução. Siga as flexas e Mauro Boselli não te importunará.
Cajelli e Piani, mas devo adicionar também Claudio Falco, têm todos a mesma impostação clássica ao escrever o argumento... diferentemente de Boselli, não são tão rígidos, desde que se siga o argumento de maneira rigorosa; nem que eu fizesse como eu quisesse (porque ainda tem que passar pela supervisão de Boselli). Digamos que sejam flexíveis no ponto certo.
Para a documentação fornecida, o campeão do mundo é Cajelli, em um quilo de argumentação, te anexa dez de documentações de vários tipos para você escolher sem se preocupar com nada. Boselli e todos os outros, te dão o mínimo (mas útil) indispensável, mas tenho que dizer que Boselli, diferentemente dos outros, te dá a foto específica de inserir no quadrinho, para os outros a documentação é puramente indicativa, de inspiração (exceto casos particulares). De qualquer maneira, juntamente com o trabalho deles de procura, na internet, consigo muita coisa por minha conta.
Como leitor, o que pensa da série Dampyr?
Penso que é uma bela série, moderna, culta... embora queria ver um pouco mais de vampiros, também escassos.
Em que está trabalhando atualmente?
Terminei uma história da série regular, argumentada por Claudio Falco e que se passará em Palermo, como um gigante e uma menina... e estou esperando a próxima, que não sei como é nem onde se passará
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