AS CAPAS DE ENEA
Enea Riboldi, autor das primeiras 300 capas de Dampyr, nos deixou há algumas semanas. Mauro Boselli se lembra dele com uma vasta seleção de sua obra, vasta, mas não tanto quanto sua arte mereceria.
Escolhas são sempre difíceis, e às vezes ainda mais. Para relembrar Enea Riboldi e seus vinte e cinco anos de colaboração com Dampyr com uma seleção de suas melhores capas, bem, eu gostaria que ele as tivesse escolhido. Teria escolhido suas favoritas, as mais tecnicamente perfeitas, aquelas que lhe deram mais satisfação?... Quem sabe! Eu certamente teria preferido que ele pudesse fazê-lo, e agora eu também gostaria de lhe enviar as páginas do Tex que ele havia prometido desenhar, que eu havia prometido escrever, agora que o longo esforço em Dampyr havia terminado. E em vez disso!
Ele me ligou para me enviar a capa de 300, como sempre, quase fora do prazo. Mas só quase. E me disse que descansaria um pouco, que pensaria no enredo do seu Tex enquanto isso, que me ligaria assim que estivesse pronto. Mas, tirando algumas mensagens no whatsapp, aquela foi a última vez que ouvi a voz dele. Quando ele disse que estava pronto, estava falando de outra coisa.
Então, coube a mim escolher. Nem um décimo das capas dele foi uma escolha fácil. Não sei se são as favoritas dele ou mesmo se são as minhas. Não escolhi com base na história; também há capas de histórias mais ou menos na pilha. Escolhi por instinto e por razões bizarras, e não sei se todas fazem justiça à sua arte.
Houve melhores? Claro. Muitas das importantes e mais apreciadas pelos leitores ou por mim estão faltando? Claro. Mas você pode vê-las todas em nosso site e recomendo que o faça. Enquanto
isso, nós o lembramos assim, com as capas que o vi desenhar, as que
sugeri ou as que ele desenhou por completo, as que eu não gostava antes,
mas agora gosto, as que discutimos, as que ele refez ou não quis
refizer, as que eu lembro de cor e as que eu tinha esquecido
completamente. E todas são lindas.
Mauro Boselli
Nenhum comentário:
Postar um comentário